quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Cientistas afirmam que cometa Ison não sobreviveu à proximidade com Sol

O cometa ISON, ansiado objeto de desejo dos cientistas, parece ter se desintegrado nesta quinta-feira em sua viagem ao redor do Sol, segundo os especialistas da Agência Espacial Americana (Nasa), que não encontraram seu rastro após atravessar a coroa solar em suas primeiras observações.
Entre a comunidade científica havia uma grande expectativa e também uma grande divisão entre os que se afirmavam convencidos que o cometa superaria as altas temperaturas solares e conseguiria sobreviver, e os que, como indicam as primeiras observações, acreditavam que se desintegraria ao se aproximar tanto do Sol.
Depois que os telescópios da Nasa seguiram o cometa até submergir na coroa do Sol, não houve provas que tenha aparecido no outro lado, embora tenham assegurado que continuariam analisando as imagens na busca de algum resíduo do ISON.
"Neste ponto, suspeitamos que o cometa se partiu e morreu", disse Karl Battams, cientista do Laboratório de Pesquisa Naval.
"Vamos pelo menos dar-lhe mais algumas horas antes de começar a escrever o obituário", acrescentou, deixando uma pequena porta aberta à esperança.
Embora o cometa tenha finalmente se partido, ofereceu uma oportunidade muito rara, já que permitiu observar como um dos objetos mais antigos do sistema solar interagia com o campo magnético do Sol.
O C/2012 S1 (ISON), visto pela primeira vez em setembro de 2012 por astrônomos russos, é um cometa especial que procede da nuvem de Oort, uma bolha que rodeia todo o Sistema Solar e que, acredita-se, está formada pelos restos da nebulosa que deu lugar ao Sol e os planetas há 4,6 bilhões de anos.
Logo após sua descoberta, o ISON se destacou por seu enorme brilho, considerando a grande distância que lhe separava do Sol, e desde então, astrônomos de todo o mundo esperavam divididos que o cometa enfrentasse sua primeira prova de fogo: a passagem pelo periélio, o momento em que se aproximasse mais do Sol.
Embora os cientistas tenham acompanhado outros cometas da nuvem de Oort, Battams declarou que este foi o primeiro que pôde ser gravado passando tão do astro rei.
"Não temos ideia de quando vamos ver algo tão incrível de novo", comentou.
Os cientistas continuam estudando os cometas para descobrir de que estão compostos, já que nasceram junto com o sistema solar há 4,5 trilhões de anos.
Quando os cometas passam suficientemente perto do Sol, seu gelo se derrete e a poeira que deixam na passagem dá pistas sobre sua composição.
"Isto nos dá a oportunidade de ver e estudar estes campos magnéticos de uma maneira que normalmente não poderíamos fazer", disse Alex Young, físico solar do Centro de Voos Espaciais Goddard da Nasa. "A natureza está nos dando esta oportunidade única para estudar estes campos magnéticos", acrescentou.
Os cientistas ressaltaram que seguiriam revisando as imagens captadas por 11 telescópios de todo o mundo que realizaram um acompanhamento do cometa para saber o que aconteceu com ele e estudar os dados que permitam saber mais sobre o Sol.
Enquanto isso, nas redes sociais, os mais otimistas ainda esperam que o cometa reapareça para iluminar o céu.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Um cometa rumo ao Sol

 
O cometa Ison tem bilhões de anos e deve passar pelo Sol no dia 28. Cientistas do mundo todo estão curiosos para saber se permanecerá intacto ou não.
Os astrofísicos americanos estão divididos sobre o que acontecerá quando o cometa ISON passar perto do Sol nesta quinta-feira, embora a maioria aposte em que ele vai se desintegrar.
Os cometas são bolas congeladas de poeira espacial, vestígio da formação de estrelas e planetas há bilhões de anos.
Por isso, quando se aproximam demais de uma estrela quente, como o Sol, com frequência seu núcleo congelado derrete.
"Muitos de nós pensamos que poderia se partir em mil pedaços e alguns acreditam que sequer sobreviva", depois que passar quase raspando pelo Sol, declarou o especialista em cometas Carey Lisse, do Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, durante uma coletiva por telefone.
Ele acrescentou, no entanto, que há outros que pensam que a massa congelada "de fato sobreviverá e ressurgirá" do outro lado do sol, embora um tanto diminuído pelo calor solar.
O ISON passará a apenas 1,17 milhão de quilômetros do Sol, quando será submetido a temperaturas de 2.700 graus Celsius.
"Penso que talvez tenha 30% de chances de consegui-lo", afirmou Lisse.
O cometa é "como uma bola de neve perdida", explicou, e "talvez a metade ou a terça parte seja água, razão pela qual é bastante frágil". Também é menor do que a maioria dos cometas, com 1,2 km de diâmetro.
"O tamanho médio de um cometa é de uns três quilômetros de diâmetro, razão pela qual o cometa provavelmente tem a metade do tamanho do cometa médio típico", acrescentou.
O que quer que aconteça, os astrônomos observarão com entusiasmo.
"Nunca vimos um cometa como este procedente da nuvem de Oort indo para a zona da órbita do sol", disse o astrofísico Karl Battams, do Laboratório de Pesquisa Naval em Washington.
"Realmente não temos experiências anteriores às quais possamos nos remeter para avaliar ou prever o que vai acontecer", afirmou Battams, destacando que o ISON "é um objeto muito peculiar e fascinante".
Os cientistas dizem que o cometa tem a mesma origem do Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos, e se preservou "em profundo congelamento na nuvem de Oort na metade do caminho até a próxima estrela pelos últimos 4,5 bilhões de anos, explicou Lisse.
Se o ISON sobreviver à sua passagem perto do sol, será visível à noite de dezembro até fevereiro, passando mais perto da Terra (a 64 milhões de quilômetros) em 26 de dezembro.
A agência espacial americana (Nasa) está reunindo uma mesa redonda de astrônomos desde as 14h00 de quinta-feira, horário de Brasília, para responder a perguntas do público e da comunidade científica, enquanto acompanham a passagem do cometa perto do sol.
 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Encontraram a localização dos Jardins Suspensos da Babilônia


       
       
        Dalley estuda os Jardins Suspensos da Babilônia há mais de 20 anos. Como nunca foram encontradas evidências arqueológicas da maravilha do mundo antigo, muitos estudiosos o colocam na mesma categoria de Atlântida: a de mito. Dalley diz que o motivo é que os acadêmicos estiveram procurando no lugar errado: os Jardins Suspensos foram construídos por outro povo, outro rei e em outra localidade. Ela usou informações de escritas cuneiformes - ela é uma das poucas pessoas do mundo capazes de ler o tipo de escrita.
 
 
A capital do reino neo-assírio, Ninevah, hoje é uma área conhecida como Mosul, que ainda é assolada por violência étnica e religiosa. A equipe de Oxford viajou para a região mas considerou perigoso demais visitar o lugar exato dos jardins. No entanto, a Dr. Dalley organizou uma equipe cinematográfica local que visitou a antiga Ninevah e fez imagens de lá. As filmagens deixaram-na convicta: os jardins foram ali.
Com a pesquisa, Dalley descobriu também que quem construiu os jardins não foi o rei babilônio Nabucodonosor, mas o monarca assírio Sennacheribe, há 2.700 anos. Assírios e babilônios eram inimigos. Não se sabe quando os Jardins foram destruídos, mas não dá pra esperar muito: a única maravilha do mundo antigo que ainda está de pé é a pirâmide de Guizé, no Egito. 
Dr. Stephanie Dalley, da Universidade de Oxford, encontrou a localização original de uma das sete maravilhas do mundo antigo: os Jardins Suspensos da Babilônia. Durante séculos, acadêmicos e historiadores permaneceram ignorantes sobre a localização exata dos Jardins. Agora, Dalley diz ter resolvido um dos grandes mistérios da humanidade: os Jardins Suspensos ficavam no que é hoje uma das áreas mais perigosas do mundo, na área assíria conhecida anteriormente como Ninevah, que hoje fica no norte do Iraque. 
Galileu.com 

China pronta para enviar Coelho de Jade à Lua

A China anunciou nesta terça-feira que lançará no início de dezembro sua primeira sonda espacial projetada para pousar na Lua, onde depositará um veículo de exploração teleguiado, o "Coelho de Jade", informaram nesta terça-feira veículos oficiais, em uma nova demonstração das ambições espaciais de Pequim.
A data exata do lançamento não foi informada e os grandes meios de comunicação estatais destacam os benefícios do veículo de seis rodas lunar, cujo nome, Yutu (Coelho de Jade), é uma referência à mitologia chinesa.
Segundo a lenda, o Coelho Lunar (ou "Lebre da Lua", segundo a linguagem clássica chinesa que não faz distinção entre coelhos e lebres) vive na Lua, onde tritura o elixir da imortalidade em suas crateras. O animal lendário tem a companhia de Chang'e, a deusa chinesa da Lua.
Com esta missão chamada Chang'e-3, a China deve fazer seu primeiro pouso "suave" na lua, como parte de seu ambicioso programa "Chang'e", marcado pelo sucesso de duas sondas lunares precedentes. O programa espacial chinês é chefiado por militares.
O foguete que transportará a sonda será lançado no começo de dezembro, informou a agência Xinhua, citando a Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria para a Defesa Nacional.
"A China batizou seu primeiro jipe lunar de 'Yutu', ou Coelho de Jade, após uma consulta online", acrescentou o informe.
As sondas Chang'e-1 (lançada em outubro de 2007) e Chang'e 2 (em outubro de 2010) permitiram, uma vez postas em órbita, fazer observações detalhadas da Lua.
Além de garantir o status de grande potência, a China sonha em se tornar o primeiro país asiático a enviar um homem à Lua.
O "Coelho de Jade", equipado com painéis solares para gerar sua energia, fará análises científicas e enviará para a Terra imagens tridimensionais de seu satélite natural.
O veículo, com peso de 120 quilos, pousará na Baía dos Arco-íris, um território ainda inexplorado do satélite, informou a administração espacial chinesa. Esta região oferece condições favoráveis, tanto por sua exposição ao sol quanto pela comunicação com a Terra.
O veículo lunar funcionará durante três meses e poderá se deslocar a uma velocidade máxima de 200 metros por hora;
A conquista do espaço é percebida na China, que investe bilhões de dólares ao setor, como o símbolo do novo poder do país e das ambições do Partido Comunista (PCC) no poder.
As autoridades têm planos ambiciosos, como criar uma estação espacial permanente em 2020 e eventualmente enviar um ser humano à Lua, mas sua tecnologia atualmente carece da precisão que Rússia e Estados Unidos têm.
Ouyang Ziyuan, chefe do projeto de jipe lunar, declarou à Xinhua que as crenças antigas se baseavam nas marcas deixadas por impactos na paisagem lunar.
"Há várias manchas negras na superfície da Lua, nossos povos antigos imaginaram que se tratava de um palácio lunar, de árvores e de um coelho de jade", disse.
Aproximadamente 3,5 milhões de pessoas participaram a pesquisa online.
"Yutu é um símbolo de bondade, pureza e agilidade, e é idêntico ao jipe, tanto em atitude quanto em conotação", afirmou Li Bengzheng, vice-comandante em chefe do programa lunar chinês, segundo a agência oficial.
"Yutu também reflete o uso pacífico do espaço pela China", acrescentou Li.

China anuncia missão espacial em dezembro

 
A China enviará uma sonda à lua no início de dezembro, informa um porta-voz da agência estatal que controla o programa espacial em Pequim. A sonda, que deverá chegar à lua na metade do mês, transportará um veículo  capaz de aterrissar na superfície lunar para recolher amostras para análise científica. A sonda "Chang'e 3" está inserida na segunda fase do programa lunar da China. Não está claro qual é o deadline para que o objetivo do programa seja atingido com sucesso: ser o primeiro país asiático a enviar o homem à lua. O ambicioso programa espacial chinês enviou seu primeiro orbitador lunar, o Chang'e 1, em 2007, quando o programa teve início. Em 2010, a segunda sonda, Chang'e 2 foi lançada. Até 2020, o chineses querem construir uma estação espacial, permitindo, assim, que seja viável o envio de astronautas à lua.
    No início de novembro, a Índia lançou sua primeira missão para Marte com o lançamento da sonda "Mangalayaan" (em sânscrito "viagem para Marte"). A missão custou US$55 milhões e causou certa perplexidade por pessoas que viam o investimento como desperdício, já que no país um terço da população vive na miséria.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Frase


Descoberta arqueológica prova que Buda nasceu no século VI a.C.

 
Arqueólogos encontraram no Nepal evidências de uma estrutura no local de nascimento de Buda que data do século VI a.C., e é o primeiro material arqueológico que liga a vida de Buda a um século específico.
Em escavações dentro do templo sagrado Maya Devi, em Lumbini, no Nepal (considerado Patrimônio Mundial pela Unesco e há tempos identificado como o local de nascimento de Buda) os arqueólogos descobriram os restos de uma estrutura de madeira sob tijolos com um espaço aberto no centro, como um santuário, datada do século VI a.C. A pesquisa foi parcialmente financiada pela National Geographic Society e será publicada na edição de dezembro da revista “Antiquity”.
Até agora, uma das primeiras evidências arqueológicas das estruturas do Budismo em Lumbini datava do século III a.C., do tempo do Imperador Asoka, que promoveu a expansão do Budismo do atual Afeganistão a Bangladesh.
Muito pouco se sabe da vida de Buda, a não ser por textos e tradição oral - disse o arqueólogo Robin Coningham, da Universidade de Durham, no Reino Unido, coautor da investigação. - Agora, pela primeira vez, temos uma sequência arqueológica em Lumbini que mostra um prédio tão antigo quanto o século VI a.C.
O time internacional de arqueólogos, liderado por Coningham e Kosh Prasad Acharya, do Pashupati Area Development Trust, no Nepal, acredita que a descoberta contribui para um maior entendimento do desenvolvimento do Budismo, assim como a importância espiritual de Lumbini.
Para determinar as datas do santuário de madeira e da estrutura de tijolos, fragmentos de carvão e grãos de areia foram testados usando uma combinação de radiocarbono e técnicas de luminescência opticamente estimulada. Pesquisas geoarqueológicas também confirmaram a presença de raízes de árvores antigas no vazio central do templo — textos sobre o nascimento de Buda contam que a rainha Maya Devi no momento de dar à luz, em vez de sentir dor, teve uma visão: viu-se apoiada numa árvore, segurando um de seus ramos com a mão direita, enquanto os deuses Brahma e Indra tiravam dela, sem dor, uma criança.
 
- A Unesco está muito orgulhosa de estar associada a esta importante descoberta em um dos lugares mais sagrados para uma das religiões mais antigas do mundo - disse a diretora geral da Unesco, Irina Bokova, que pediu “mais pesquisas arqueológicas, trabalho de conservação e gerenciamento do sítio” para garantir a proteção de Lumbini.
- O governo do Nepal não poupará esforços para preservar este site - anunciou Ram Kumar Shrestha, ministro da Cultura, Turismo e Aviação Civil do Nepal.
Lumbini é um dos sítios arqueológicos associados à vida de Buda, os outros são Bodh Gaya, onde Buda se tornou iluminado; Sarnath, onde ele fez a primeira pregação; e Kusinagara, onde ele morreu. O templo Maya Devi continua sendo um santuário, tanto que os arqueólogos tiveram que trabalhar na presença de monges, freiras e peregrinos.



A chamativa baixa atividade na superfície solar, em relação a poucas manchas, no último século, desperta a curiosidade dos cientistas

Imagem obtida em 28 de outubro de 2013 por um observatório da NASA mostra atividade solar em diferentes comprimentos de onda
A chamativa baixa atividade na superfície solar, que vem apresentando muito poucas manchas no último século, desperta a curiosidade dos cientistas, que se questionam sobre quanto tempo esta calmaria durará.
As manchas solares são observadas há milênios, a primeira vez por astrônomos chineses e, em 1610, pela primeira vez por Galileu Galilei.
As manchas solares são importantes porque a intensa atividade eletromagnética que as acompanha produz fortes modificações das radiações ultravioleta e de raios-X, assim como tempestades solares que podem perturbar as telecomunicações e a rede elétrica na Terra, explica Andrés Muñoz Jaramillo, físico da Universidade de Montana.
As manchas solares aparecem em ciclos de aproximadamente 11 anos. Aumentam a cada dia por rajadas e, em seguida, diminuem drasticamente antes de voltar a se estender novamente.
Mas este ciclo - considerado o 24º - surpreendeu os cientistas por sua escassa atividade. O número de manchas identificadas desde que começou, em dezembro de 2008, é muito inferior à média diária observada nos últimos 250 anos. É, de fato, menos da metade.
Este ciclo, que logo deveria alcançar sua atividade máxima, é cientificamente interessante já que é, de longe, o menos ativo da era espacial", ou seja, dos últimos 50 anos, disse à AFP Doug Biesecker, um físico do Space Environment Center da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).
O ciclo anterior, o 23º, teve seu apogeu em abril de 2000, com 120 manchas solares diárias em média. Este pico foi seguido de uma atividade mínima, particularmente calma, que terminou em dezembro de 2008 e que marcou o início do ciclo atual.
Em 2009, primeiro ano do 24º ciclo, quando normalmente teve que ocorrer um aumento da atividade solar, os astrônomos chegaram a contar até 266 dias sem nenhuma mancha solar
Com base nos mínimos do 23º ciclo, os físicos tinham previsto um 24º mais calmo. "A projeção era de 90 manchas diárias no apogeu do ciclo, previsto para o fim de 2013, e está claro que estamos longe" deste número, observou Doug Biesecker.
"Em 2012, o número de manchas chegou a um teto de 67, isto é, cerca da metade da média", afirmou. É preciso remontar ao pico do 14º ciclo, em fevereiro de 1906, para encontrar uma atividade menos intensa, com um pico de 64 manchas.
"Todos se surpreenderam com a duração do mínimo do ciclo atual, que se estendeu três anos, ou seja, três vezes mais que nos três ciclos anteriores da era especial", acrescentou Muñoz Jamillio à AFP.
Alterações dos campos magnéticos
Além do enfraquecimento de sua atividade, o Sol experimenta anomalias na mudança de polaridade de seus campos magnéticos. Normalmente, o polo sul e o polo norte invertem simultaneamente sua polaridade a cada onze anos, em média, o que corresponde à duração de um ciclo solar.
Durante este processo, os campos magnéticos polares perdem força para cair perto de zero e reaparecem novamente quando a polaridade se inverte, explicaram estes cientistas. Mas no ciclo atual, os polos estão dessincronizados. O sul já inverteu sua polaridade há vários meses, o que fez com que tenha a mesma do polo sul.
Segundo as últimas medições por satélite, "o polo sul, por sua vez, inverterá muito em breve sua polaridade", destacou Todd Hoeksema, diretor do Observatório Solar Wilcox, da Universidade de Stanford (Califórnia), que não aparece preocupado com este fenômeno.
Os cientistas se questionam sobre quanto tempo durará esta calmaria solar. Alguns se questionam se estamos assistindo a um período prolongado de pouca atividade solar, comparável ao chamado "Mínimo de Maunder", entre 1650 e 1715, durante o qual não se observou quase nenhuma mancha solar.
Estes anos coincidiram com um período de claro esfriamento, denominado Pequena Era Glacial na Europa e na América do Norte.
"Houve uma forte correlação entre a escassa atividade solar e a Pequena Era Glacial (pois) o Sol contribui com a variabilidade climática", afirmou Doug Biesecker.
Mas, acrescentou que "apesar de a debilidade da atividade solar observada recentemente atenue em parte o aquecimento global, não o detém. A temperatura só aumenta mais lentamente".
Exame.com
 

Nasa faz retrato dos ventos globais

 
Você faz ideia de como os ventos sopram ao redor do mundo? Um modelo atmosférico de alta resolução elaborado pela agência espacial americana (Nasa) simula o deslocamento das correntes de ar pelo Planeta.
A ferramenta Goddard Earth Observing System (GEOS-5) é capaz de simular condições meteorológicas em todo o mundo e as diferenciar por velocidades e cores.
Ventos de superfície, com velocidades que vão de 0 a 40 metros por segundo, são mostrados em branco e incluem ciclones no Atlântico e no Pacífico. Ventos de nível superior, com velocidade de até 175 metros por segundo, aparecem coloridos, sendo o tom vermelho um indicativo de ventos mais rápidos.
Esta simulação foi feita pelos supercomputador Discovery, que fica no Centro para Simulação do Clima da Nasa, no estado de Maryland. No local, também são realizadas pesquisadas sobre temperaturas na superfície do mar e emissões de gases efeito estufa de queima de biomassa, de erupções vulcânicas e atividades antropogênicas.
Exame.com

Eficiência em reciclagem antevê fim de mineração por alumínio

Duzentos anos atrás, ninguém sabia que o alumínio existia. Hoje, o material está em toda parte - em latas, janelas, embalagens, carros.
Mas mesmo enquanto novos usos para o alumínio seguem sendo descobertos, o avanço da reciclagem pode fazer com que, em algum momento, não precisemos mais minerar em busca do material.
De um lado, o alumínio é um dos metais mais reativos da tabela periódica. "Incêndios de alumínio são assustadores", diz Andrea Sella, professor de química da Universidade College London. Por isso, ele não é ideal para a construção de aeronaves, por exemplo.
Mas, de outro lado, essa desvantagem é compensada por sua força, flexibilidade e leveza excepcional.
Seu alter ego é o óxido de alumínio, que é macio e maleável e forma uma camada sobre o metal puro no momento em que é exposto ao ar (e isso torna improvável que uma aeronave pegue fogo).
De tão resistente, esse óxido é usado para fazer lixa e outros produtos abrasivos.
E, apesar de o alumínio ser o terceiro elemento mais abundante na crosta da Terra, ele só foi isolado em 1825 e por décadas era tão escasso que valia mais do que a prata.
O motivo pelo qual ficou tanto tempo "escondido" é que, ao contrário do ouro e da prata, ele é extremamente reativo para ocorrer em sua forma pura. É encontrado na forma de bauxita, minério avermelhado e marrom.
Minerar a bauxita é a parte fácil do processo. O mais difícil é extrair o metal - algo que foi obtido pela primeira vez em 1886, com o derretimento da bauxita em outro mineral, criolita, e de uma passagem de uma corrente elétrica por ele, separando os átomos de oxigênio do alumínio.
São necessárias quatro toneladas de bauxita para produzir uma tonelada de alumínio, em um processo que consome bastante energia.
Reciclagem e energia
Mas a reciclagem desse material consome uma fração muito pequena dessa energia.
"Latinhas de bebida podem ser recicladas em 60 dias, ou seja, uma lata de refrigerante pode voltar à prateleira 2 meses depois (de ser usada)", diz Nick Madden, responsável por comprar o material em estado bruto para a Novelis, maior manufatureira global de folhas de alumínio.
O material pode ser reciclado diversas vezes, praticamente de forma infinita.
"É um dos poucos materiais que é genuinamente 100% reciclável", afirma Madden.
E o Brasil é um dos líderes desse mercado, diz um relatório deste ano produzido pelo Pnuma, braço ambiental da ONU: em 2010, o país reciclou 97,6% de suas latinhas de alumínio, maior porcentagem do mundo.

Demanda

Em teoria, pode chegar o dia em que o mundo terá minerado todo o alumínio de que necessita - talvez possamos apenas seguir reutilizando o que já temos.
"Se a demanda parar de crescer e (reutilizarmos) resíduos, começaremos a reduzir (a exploração) da matéria-prima", agrega Madden.
Por enquanto, porém, a demanda está crescendo, e um dos motivos é a produção de automóveis. Carros de carcaças mais leves significam mais eficiência no gasto de combustível e menos emissões de gás carbônico.
A Novelis aumentou em 25% seu suprimento a montadoras no ano passado, a maior parte dele para um de seus maiores clientes, a Jaguar Land Rover - que começou a produzir Range Rovers com alumínio.
O novo carro usa 25% a menos de combustível em parte porque sua carcaça é 39% mais leve, o que ajuda a reduzir o peso total do carro no equivalente a cinco pessoas.
Quase a metade do alumínio que a Novelis vende para a produção de Range Rovers vem do lixo - latas vazias, resíduos de veículos e de construção. A empresa quer aumentar essa porcentagem para 80% até 2020. Para isso, o desafio é garantir que mais alumínio entre no ciclo da reciclagem.
Se a exploração de bauxita vai persistir nas próximas gerações, isso vai depender da proporção que conseguirmos reutilizar do material já existente, bem como dos novos usos que inventarmos para ele.

domingo, 24 de novembro de 2013

Frase


A mais antiga adega do Oriente Médio

Arqueólogos desenterraram o que pode ser a mais antiga e maior adega do Oriente Médio. Descoberta nas ruínas de um palácio ao norte de Israel, tinha 40 jarros que abrigaram 50 litros de vinho cada. A análise dos objetos indica que a bebida, produzida há 1.700 anos antes de Cristo, era aromatizada com hortelã, canela, mel e, possivelmente, uma pitada de resinas psicotrópicas. Os pesquisadores desejam detalhar a composição das soluções para tentar recriar o sabor da época.

 

Nasa registra explosão solar intensa

 
Nesta semana (19), às 8h26 do horário de Brasília, o Sol teve mais uma erupção significativa, seguindo outras que ocorreram em outubro e novembro deste ano.
A explosão foi classificada pela Nasa, a agência espacial americana, como X1.0. A classe X corresponde às explosões mais intensas. A erupção veio de uma região ativa que está em rotação sobre o lado direito do Sol na foto acima.
De acordo com a Nasa, o crescente números de explosões do Sol é esperado neste momento porque o ciclo de atividade do Sol, que é de 11 anos, está chegando ao seu máximo.
A radiação prejudicial de uma explosão solar, segundo a Nasa, não afeta fisicamente os seres humanos na Terra, mas pode deturpar a atmosfera em uma camada em que os sinais de comunicação e de GPS circulam.

Cientistas identificam 'mais antigo pedaço de Marte' na Terra

Uma rocha descoberta no deserto do Saara parece ser o meteorito de Marte mais antigo já descoberto, segundo cientistas. Pesquisas anteriores já sugeriam que a rocha tinha cerca de 2 bilhões de anos, mas novos exames realizados recentemente indicam que a rocha tem, na verdade, mais de 4 bilhões de anos. O meteorito negro e brilhante, apelidado de "Beleza Negra", teria se formado ainda na infância do planeta. 
"Esta (rocha) nos conta sobre uma das épocas mais importantes da história de Marte", afirmou o autor da pesquisa, Munir Humayan, professor da Universidade Estadual da Flórida (EUA). A pesquisa foi publicada na revista especializada Nature.
Rochas marcianas
Existem cerca de cem meteoritos marcianos na Terra. A quase maioria dessas rochas é bem mais jovem, datadas entre 150 milhões e 600 milhões de anos.
Elas teriam caído na Terra depois de um asteroide ou cometa ter se chocado contra Marte e desprendido as rochas, que viajaram pelo espaço até acabarem no nosso planeta.
A "Beleza Negra" é formada por cinco fragmentos. Um deles, o NWA 7034, foi examinado no passado e sua idade foi calculada em 2 bilhões de anos.
Mas a pesquisa mais recente descobriu que outro pedaço, o NWA 7533, tem 4,4 bilhões de anos - o que sugere que o NWA 7034 também deva ter mais do que "apenas" 2 bilhões de anos.
A equipe afirmou que a rocha pode ter se formado quando Marte tinha apenas 100 milhões de anos de idade.
"É quase certo (que a rocha) veio das terras altas do sul, um terreno cheio de crateras que forma o hemisfério sul de Marte", disse Humayan.
O período em que as rochas se formaram pode ter sido uma era de turbulência em Marte, com erupções de vulcões em quase toda a superfície do planeta.
"A crosta de Marte deve ter mudado muito rapidamente com o passar do tempo. Houve um grande episódio vulcânico em toda a superfície, que então formou uma crosta e, depois disso, a atividade vulcânica teve uma queda dramática", prosseguiu Humayan.
"Quando isso aconteceu, devia haver água na forma gasosa, dióxido de carbono, nitrogênio e outros gases para produzir uma atmosfera primordial, além de um oceano primordial. É um período de tempo muito empolgante - se houve vida em Marte, a origem seria neste período em particular", acrescentou o cientista.
Humayan afirmou que sua equipe agora planeja analisar a rocha para procurar sinais de algum tipo de vida marciana. Mas, segundo o professor, enquanto a rocha permaneceu no deserto do Saara, pode ter sido contaminada por organismos vivos da Terra.

Mistura
O professor Carl Agee, da Universidade do Novo México, foi o cientista que, na análise anterior, que concluiu que a rocha NWA 7034 tinha 2 bilhões de anos de idade. Ele descreveu a pesquisa mais recente como animadora.
Agee afirmou que a diferença entre as idades das rochas pode ter ocorrido pois o meteorito tem uma mistura de componentes, e a equipe dele agora também está encontrando partes da rocha que têm cerca de 4,4 bilhões de anos.
"Definitivamente há um componente antigo na rocha, mas acreditamos que pode haver uma mistura de eras", afirmou. O cientista explicou que o impacto de um cometa ou asteroide, uma erupção vulcânica ou algum outro evento que ocorreu há cerca de 1,5 bilhão de anos pode ter acrescentado materiais mais novos à crosta original.
"(A rocha) consiste de pelo menos seis tipos diferentes de rocha. Vemos diferentes rochas ígneas, tipos diferentes de rocha sedimentar, é um meteorito muito complexo. Este meteorito continua revelando seus segredos, estamos muito animados com isso."

Com efeito estufa, Marte pode ter tido água líquida há 3,8 bi de anos

 
Um estudo divulgado neste domingo na revista especializada Nature Geoscience indica que Marte pode ter passado por um período de efeito estufa causado por pelo menos dois gases há 3,8 bilhões de anos, o que teria elevado as temperaturas o suficiente para que o planeta vermelho tivesse água em estado líquido.
Vales marcianos indicam que existiu água em estado líquido que esculpiu os esguios paredões marcianos. Contudo, simulações anteriores indicam que a quantidade de gás carbônico que existiu na atmosfera não era suficiente para subir a temperatura acima do ponto de congelamento.
O novo estudo indica, contudo, que o CO2 não foi o único gás a ter papel no aquecimento de Marte. Há 3,8 bilhões de anos, o planeta vermelho tinha também muito hidrogênio molecular na atmosfera, o que, em conjunto com o gás carbônico, teria causado aquecimento para que o planeta tivesse grande quantidade de água na superfície.
"Isso é animador porque explica como Marte pode ter sido quente e úmido o suficiente para formar os antigos vales que fazem os cientistas coçarem a cabeça nos últimos 30 anos", diz M. Ramirez, estudante de doutorado da universidade Penn State (EUA) e membro do grupo de pesquisa. "Acreditamos ter elaborado uma solução crível para esse grande mistério."
Ramirez e o pesquisador Ravi Kopparapu desenvolveram um modelo no qual os vulcões marcianos liberaram uma grande quantidade de gás carbônico e hidrogênio na atmosfera, o que explicaria o aquecimento.
 "A molécula de hidrogênio em si é um pouco desinteressante", diz Ramirez. "Contudo, com outros gases, como o dióxido de carbono, ela pode ficar perturbada e funcionar como um poderoso gás de efeito estufa em comprimentos de onda que o dióxido de carbono e a água não absorvem muito. Assim, hidrogênio preenche a lacuna deixada pelos outros gases de efeito estufa", diz Ramirez.

sábado, 23 de novembro de 2013

Conferência mundial do clima termina com acordo fraco

 
Após estourar em um dia o prazo de encerramento, a 19ª conferência mundial do clima da ONU, em Varsóvia, terminou neste sábado com os ânimos exaltados.
A expectativa para a reunião era a definição de alguns pontos do futuro acordo internacional com metas de redução de emissões de gases-estufa, a ser assinado em 2015, na conferência do clima que será realizada em Paris.
O texto aprovado, criticado por ambientalistas por falta de ambição, tem informações básicas sobre os passos seguintes até o novo acordo mundial do clima, que deve começar a valer em 2020, em substituição ao Protocolo de Kyoto.
Um dos pontos mais significativos do texto de Varsóvia foi a menção, ainda que vaga, de uma data para a apresentação de "contribuições" para redução de emissões de gases-estufa. O documento estabelece que os países que "estiverem prontos" devem apresentar contribuições no primeiro trimestre de 2015.
O que é exatamente "estar pronto"? O texto não diz.
E o uso da palavra "contribuição" em vez de "compromisso" --troca feita após um impasse entre países ricos e em desenvolvimento-- dá margem para que se continue com a divisão de responsabilidades entre as nações, como acontece no acordo atual.
Para muitas nações em desenvolvimento, a responsabilidade pela redução de emissões deveria recair mais sobre nações ricas, levando em conta o histórico de poluição.
Os 195 países participantes concordaram também com a criação de um mecanismo para ajudar as nações mais pobres a lidarem com perdas e danos causados pelo aquecimento global.
"Avançamos em pontos importantes. O fato de termos um acerto para esses momentos que vão anteceder 2015 [a assinatura do novo acordo] é muito bom", avaliou o negociador-chefe do Brasil, José Marcondes de Carvalho.
 BRASIL
A definição de regras para o financiamento da preservação de florestas, acertado na sexta-feira, foi considerada uma vitória para o Brasil. O país é um dos potenciais grandes beneficiados do acordo --só em uma negociação bilateral com a Noruega, o Brasil já tem US$ 1 bilhão acertado.
A grande proposta brasileira --que foi adotada pelos principais países em desenvolvimento (G77) e pela China--, de criação de uma metodologia para avaliar a responsabilidade de cada país para o aquecimento global, foi barrada pelas nações ricas mas, segundo os negociadores, tem chances de ressuscitar em debates futuros.
POLÊMICAS
As duas semanas de conferência tiveram protestos e surpresas. A dois dias do fim da COP, ONGs ambientalistas se retiraram do evento em protesto contra insuficiência de esforços nas negociações, em uma saída em massa sem precedentes desde que os encontros internacionais começaram, há 19 anos.
Houve ainda a greve de fome do negociador-chefe das Filipinas, para pressionar por ações concretas para ajudar os países mais atingidos pelo aquecimento global, e a demissão do presidente da COP do cargo de ministro do Meio Ambiente da Polônia.
Durante a segunda semana de conferência do clima, Varsóvia sediou também um congresso da indústria do carvão, alvo de mais protestos dos ambientalistas.
Folha.com
 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Frase


China faz primeiro voo teste de drone imune a radares

 
Pequim - A mídia estatal chinesa informou hoje que o país fez o primeiro voo de um drone "furtivo" - não detectado por radares - na quinta-feira. O voo da sonda não tripulada teve duração de 20 minutos. Trata-se do mais recente avanço da indústria de armas chinesa.
Fotos e vídeos do drone foram postados nesta sexta-feira em sites do jornal chinês Diário do Povo e outros canais. O local do voo foi identificado apenas como uma base de testes no sudoeste da China.
O drone foi identificado como Lijian, ou "Espada Afiada". A aeronave é similar ao drone X-47B testado pela Marinha dos Estados Unidos para operações de porta-aviões, assim como o projeto experimental francês "Neuron".
As capacidades do drone e de dois caças "furtivos" tripulados que a China está desenvolvendo não são conhecidas, embora a indústria de armas do país esteja produzindo sistemas de armas cada vez mais sofisticados.
Exame.com

Missão para estudar o campo magnético da Terra é lançada

Europa lança na semana que vem um trio de satélites de alta tecnologia para explorar algo que pode parecer bem mundano: o polo magnético da Terra
 
A missão "Swarm", formada por três satélites, foi lançada com sucesso nesta sexta-feira a partir da base de Plesetsk (Rússia) com o objetivo de estudar os processos que ocorrem no interior da Terra, compreender melhor seu campo magnético porque, segundo parece, este está se debilitando.
O lançamento aconteceu às 10h02 (em Brasília) a bordo de um foguete Rockot e, apesar da decolagem ter sido segundo o previsto, terá que esperar várias horas para se falar em êxito da missão.
Uma das fases mais críticas será quando forem separados os três satélites, o que ocorrerá aproximadamente uma hora e meia depois da decolagem, momento no qual será recebido o sinal de cada um deles e terão passado "os segundos mais longos do dia", segundo Paolo Ferri, chefe do departamento de operações da Agência Espacial Europeia (ESA), da qual a "Swarm" depende.
Outro momento-chave será quando os três satélites desdobrarem seus polos, local onde estão localizados os sensores magnéticos.
De acordo com a previsão, o primeiro deve realizar a ação por volta das 20h (em Brasília) e os outros dois ao longo da próxima madrugada.
Esta missão é controlada desde o Centro Europeu de Operações Espaciais da ESA (ESOC) em Darmstadt (Alemanha), através da estação de acompanhamento de Kiruna (Suécia).
Hoje na Alemanha cerca de cem pessoas trabalham neste lançamento, disse Ferri aos jornalistas.
"Swarm" medirá os sinais magnéticas emitidas pelo núcleo, o manto, a crosta, os oceanos, a ionosfera e a magnetosfera da Terra, e começará a enviar dados -diariamente- em uns três meses.
Esta missão da ESA é formada por três satélites idênticos, dois deles orbitarão em paralelo, decaindo de forma natural desde uma altitude inicial de 460 a 300 quilômetros ao longo de quatro anos, e o terceiro se manterá a uma altitude de 530 quilômetros.
O campo magnético é como uma "enorme bolha que nos protege da radiação cósmica e das partículas carregadas que bombardeiam a Terra através do vento solar", assinalou a ESA em uma nota.
Sem este escudo protetor, a atmosfera não existiria como tal e a vida no planeta seria praticamente impossível, segundo a ESA.
No entanto, ainda sob esta proteção, as tempestades solares e as partículas que estas ejetam podem eventualmente chegar à Terra e ocasionar, por exemplo, interrupções nas comunicações.
O campo magnético terrestre se encontra em um estado de contínua evolução e sua intensidade varia constantemente.
Ultimamente, segundo a ESA, parece estar se debilitando de forma considerável (os especialistas falam de entre 10% e 15% nos últimos 150 anos).
Precisamente, o "Swarm", com tecnologia europeia e canadense, ajudará a compreender melhor como funciona o planeta.
Exame.com 

Conferência da ONU sobre clima fica à beira de colapso

Desentendimentos sobre quando nações ricas e pobres vão fixar metas para cortes nas emissões de gases do efeito estufa e a respeito da ajuda aos países em desenvolvimento por causa de mudanças climáticas ameaçavam afundar as conversações da ONU sobre o clima em seu último dia, nesta sexta-feira.
Negociadores de cerca de 195 países estão empenhados em estabelecer as bases para um novo acordo mundial do clima que está previsto para ser firmado em 2015, em Paris, e entrar em vigor a partir de 2020, mas poucas medidas concretas emergiram das duas semanas de negociações em Varsóvia.
"As conversações de Varsóvia, que deveriam ser um passo importante para um avanço, estão agora à beira de produzir praticamente nada", disse o principal negociador da China para o clima, Su Wei.
Aproximadamente 800 representantes de 13 organizações não governamentais abandonaram as conversações na quinta-feira, exasperadas com a falta de progresso no encontro, que provavelmente se estenderá pela noite, até sábado.
A expectativa era que a conferência produzisse pelo menos um cronograma que garantisse metas de cortes ambiciosos nas emissões e o compromisso de financiamento na questão climática a tempo para o acordo em Paris. Mas a seleção e a formulação das questões travaram em questões politicamente sensíveis.
Nações ricas querem enfatizar metas de reduções futuras de emissões para todos, enquanto países em desenvolvimento dizem que os industrializados deveriam liderar a fixação de metas e arcar com a maior parte da conta, porque historicamente eles são responsáveis pela maior parte dos poluentes.
O ministro francês do Desenvolvimento, Pascal Canfin, disse que todos deveriam se submeter a metas iniciais de emissões em 2015, para aplicação após 2020.
"Varsóvia teria sido uma boa plataforma de lançamento para Paris se cada Estado seguisse o princípio de estabelecer compromissos em números, na mesa, até o começo de 2015, pelo menos", disse.
Mais urgência
Nas conversações também houve profundas divergências sobre a ajuda. Nações desenvolvidas concordaram em 2009 em elevar o auxílio na área climática de 10 bilhões de dólares por ano no período de 2010-2012 para 100 bilhões de dólares por ano a partir de 2020.
Afetados pela desaceleração econômica, os países ricos estão agora mais voltados para as próprias economias e resistem aos pedidos de endosso para planos de elevação da ajuda para o período de 2013 a 2019.
Cientistas dizem que o aquecimento está causando mais ondas de calor e secas, e poderia resultar em novas grandes tempestades. A cifra de mortos no tufão Haiyan nas Filipinas subiu para mais de 5 mil pessoas.
Um painel da ONU com cientistas especializados no clima afirmou em setembro que cortes "substanciais e sustentáveis" em gases do efeito estufa são necessários para se alcançar a meta fixada pela ONU de limitar o aquecimento a menos de 2 graus Celsius acima dos tempos pré-industriais.
Na quinta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu que os líderes mundiais estabelecessem "compromissos ousados" para cortes de emissões até a cúpula que ele presidirá em 23 de setembro do ano que bem, mas admitiu que muitos países estarão atrasados.
Exame.com

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Fúria solar

Em 1º de setembro de 1859, uma quinta-feira, Richard Carrington, um cervejeiro e astrônomo amador então com 33 anos, subiu os degraus que levavam a seu observatório particular perto de Londres, abriu a fresta na abóboda e, como costumava fazer em manhãs ensolaradas, ajustou o telescópio para que projetasse em uma tela uma imagem do Sol medindo 28 centímetros. Em seguida, passou a delinear as manchas solares em uma folha de papel; de repente, diante de seus olhos, “duas áreas de luminosidade brilhante e esbranquiçada” surgiram em meio a um grupo de manchas. No mesmo instante, a agulha do magnetógrafo que pendia de um fio de seda no Observatório Kew, em Londres, começou a se mover com rapidez. E, no dia seguinte, antes do amanhecer, auroras de tons vermelhos, verdes e roxos iluminaram os céus em regiões tão meridionais quanto o Havaí e o Panamá. Gente que estava acampada nas Montanhas Rochosas, confundindo a aurora com o início do dia, se levantou e começou a preparar o café da manhã.
A fulguração observada por Carrington anunciava uma gigantesca tempestade solar – uma enorme explosão eletromagnética que arremessou bilhões de toneladas de partículas carregadas de eletricidade em direção à Terra. Quando essa onda invisível se chocou com o campo magnético de nosso planeta, ela provocou um súbito aumento nas correntes elétricas das linhas de telegrafia. O impacto interrompeu o serviço em vários postos, mas em outros locais os telegrafistas constataram que podiam desligar as baterias e retomar as operações usando apenas a eletricidade geomagnética. “Estamos funcionando só com a corrente fornecida pela aurora boreal”, comunicou-se um telegrafista de Boston com outro, em Portland, no estado do Maine. “Como você está recebendo a minha mensagem?”
“Bem melhor do que com as baterias ligadas”, veio a resposta de Portland.
Os operadores dos atuais sistemas de comunicação e redes de eletricidade não ficariam assim tão calmos. Como, desde 1859, não houve nenhuma outra megatempestade solar com a mesma intensidade, é difícil calcular o impacto que um evento similar teria em nosso mundo interconectado. Mas dá para fazer uma ideia do apagão ocorrido em Québec em 13 de maio de 1989, quando uma tempestade no Sol um terço mais fraca do que a observada por Carrington provocou, em menos de dois minutos, o desligamento da rede que fornecia eletricidade a mais de 6 milhões de pessoas. Uma tempestade como a de Carrington poderia queimar mais transformadores do que há no estoque das companhias de eletricidade, deixando milhões de pessoas sem luz, água potável, ar-condicionado, combustível, telefones ou alimentos e remédios perecíveis durante os meses que seriam necessários para fabricar e instalar transformadores novos. Segundo um recente relatório da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos, uma tempestade solar dessa magnitude acarretaria o mesmo prejuízo ocasionado por 20 furacões do tipo do Katrina, ou seja, algo entre 1 trilhão e 2 trilhões de dólares apenas no primeiro ano.
“Nossas previsões sobre o Sol não vão além de poucos dias”, lamenta Karel Schrijver, do Laboratório Solar e Astrofísico da empresa Lockheed Martin, em Palo Alto, na Califórnia. Com a expectativa de que neste ano tenha início o período de máxima atividade solar, os centros de acompanhamento do clima espacial estão atentos. “Tentamos entender como as condições no espaço afetam nossa sociedade”, diz Schrijver.
“Em termos éticos, a coisa certa a fazer quando se identifica uma ameaça dessa magnitude é criar as condições para que estejamos preparados. É como no caso dos terremotos em San Francisco. Do contrário, as consequências são intoleráveis.”
Poucas coisas parecem tão familiares quanto o Sol – sempre o reencontramos no céu, desde que não esteja encoberto – e, porém, poucas coisas se comparam a ele em estranheza. Basta que o observemos através de um telescópio solar, e seu corriqueiro disco amarelo vira uma assombrosa e dinâmica superfície, na qual proeminências tão grandes quanto planetas se projetam no espaço negro, como águas-vivas fosforescentes, e se curvam e se retraem horas ou dias depois, como se arrastadas por uma força invisível.
De fato, é isso o que ocorre. Nem sólido nem líquido nem gasoso, o Sol é constituído de plasma, o “quarto estado da matéria”, que se forma quando os átomos se desintegram e restam apenas prótons e elétrons livres. Todas essas partículas carregadas fazem do plasma solar um excelente condutor de eletricidade – bem mais que um fio de cobre. E o Sol também está repleto de campos magnéticos. A maioria deles fica no interior da imensa circunferência da estrela, mas alguns condutos magnéticos, tão largos quanto a Terra, emergem na superfície sob a forma de manchas solares. É esse magnetismo que coreografa a dança coleante na atmosfera do Sol e impele o vento solar, lançando no espaço a cada segundo 1 milhão de toneladas de plasma, a uma velocidade de 700 quilômetros por segundo.
Por trás de toda essa atividade está a fascinante complexidade do funcionamento de uma estrela que nada tem de excepcional. No núcleo do Sol – um esferoide de plasma, com temperatura de 15 milhões de graus e seis vezes mais denso que o ouro – ocorre a fusão de 700 milhões de toneladas de prótons em núcleos de hélio a cada segundo, e nesse processo é liberada uma energia equivalente à explosão de 10 bilhões de bombas de hidrogênio. O núcleo pulsa com suavidade, expandindo-se quando aumenta e se contraindo quando diminui o ritmo da fusão. Superpostos a essa pulsação lenta e profunda, há uma miríade de ritmos, desde um ciclo de 11 anos nas manchas solares até outros que duram séculos.
 
 

Primeira viagem espacial para turistas será transmitida ao vivo pela televisão

A revolução do turismo espacial será televisionada. Foi o que prometeu o fundador do Virgin Group, Richard Branson, ao anunciar que o voo inaugural de seu Virgin Gaclatic SpaceShip Two será transmitido ao vivo pela rede norte-americana de televisão NBC. A aeronave do braço sideral do grupo Virgin será lançada do Novo México em agosto de 2014.
A cobertura da NBC começará na noite anterior ao lançamento, com um programa especial. No dia seguinte, outro programa, de três a quatro horas de duração, fará a cobertura ao vivo da aventura espacial de Branson, de 63 anos, que estará a bordo ao lado dos filhos Holly, 31 anos, e Sam, 28.


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Frase


Emissões globais baterão recorde em 2013, aponta estudo

As emissões globais de dióxido de carbono pela queima de combustíveis fósseis chegarão neste ano ao volume recorde de 36 bilhões de toneladas, segundo um relatório preparado por 49 especialistas de dez países.
O documento tenta mostrar os governos fracassaram em conter os gases do efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global.
O relatório do Projeto Carbono Global, que reúne a cada ano dados de institutos de pesquisa do mundo todo, foi publicado nesta terça-feira (19) na revista "Earth Systems Data Discussions".
A estimativa de 2013 representa um aumento de 2,1% em relação a 2012, e de 61% em relação a 1990, ano-base para o Protocolo de Kyoto, único acordo global que estipula limites para as emissões nacionais de dióxido de carbono (CO2), o principal dos gases do efeito estufa.
O relatório foi publicado enquanto autoridades de quase 200 países estão reunidas em Varsóvia, na Polônia, para uma nova rodada de negociações para a definição de um novo acordo climático que entre em vigor em 2020.
"Os governos... precisam definir como reverter essa tendência. As emissões devem cair substancial e rapidamente se quisermos limitar a mudança climática global a menos de 2º C", disse em nota a coordenadora do relatório, Corinne Le Quere, do Centro Tyndall para a Pesquisa da Mudança Climática, da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha.
Ela se referia ao aumento da temperatura média do planeta em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial. Cientistas ligados à ONU alertam que uma elevação além de 2º C desencadeará fenômenos extremos como inundações, secas e tempestades.
Leve desaceleração
O relatório mostra que o índice de crescimento das emissões de CO2 se desacelerou ligeiramente em relação aos 2,2% de aumento do ano anterior, mas está apenas um pouco abaixo da média registrada nos últimos dez anos, que foi de 2,7%.
As emissões estão subindo por causa do forte aumento do consumo de carvão, superior a reduções obtidas pelo desenvolvimento de energias renováveis nos últimos anos, de acordo com Glen Peters, coautor do relatório e pesquisador do instituto climático Cicero, da Noruega.
"Embora a sociedade esteja vendo muitos fatos positivos na energia renovável, essa capacidade produtiva ampliada não estão simplesmente deslocando o consumo de carvão", disse Peters em outra nota.

Oceano absorve calor 15 vezes mais rápido que há 10 mil anos

Alguns céticos da ciência do clima afirmam que as temperaturas atmosféricas globais têm permanecido estáveis, ou mesmo declinaram ligeiramente na última década. Eles defendem que isto é um sinal de que o aquecimento global ou parou, ou desacelerou ou não é causado por atividades humanas.
Então, onde foi parar todo o calor que supostamente estamos produzindo?
Cientistas do clima dizem que ele foi para o oceano, que nos últimos 60 anos agiu como um tampão contra o aquecimento. No entanto, um novo estudo de Yair Rosenthal, da Universidade Rutgers, mostra que os oceanos hoje absorvem calor 15 vezes mais rápido que há 10 mil anos.
Embora o aumento da absorção de calor pelo oceano possa dar a cientistas e elaboradores de políticas mais tempo para lidar com a questão da mudança do clima, Rosenthal afirma que o problema é real e tem de ser considerado.
“Nós podemos ter subestimado a eficiência dos oceanos como um armazém de calor e energia“, afirma ele. “Pode nos dar mais tempo, mas quanto eu realmente não sei. Isto, porém, não vai parar o aquecimento global”.
O estudo paleoclimático – feito a partir de sedimentos de foraminíferos (organismos unicelulares) no Indo-Pacífico, na costa da Indonésia, com a mensuração das proporções de cálcio e magnésio em suas conchas – foi publicado na Science.
“Em nosso experimento, estamos colocando todo este calor no oceano sem saber ao certo como ele vai voltar e nos afetar”, disse o coautor do estudo Braddock Linsley, da Universidade Columbia. “Não é tanto a magnitude da mudança, mas sua taxa que importa”.
Michael Mann, diretor do Centro de Ciência do Sistema da Terra da Universidade Estadual da Pensilvânia, e celebrado autor de O Taco de Hóquei e as Guerras do Clima, fez algumas observações críticas sobre o estudo, que considera conter distorções, em artigo no Huffington Post. Ele escreveu: “… precisamos manter um saudável ceticismo sobre amplas conclusões a respeito do clima global tiradas de uma região específica como o Indo-Pacífico tropical… É perigoso fazer inferências em aquecimento em escala global a partir desta região”.
National Geographic

'Alienígena' do mar vira celebridade na Web

Seria o Alien reencarnado? Ou seria um alienígena de "Guerra dos mundos"? Estas são algumas das perguntas que internautas estão se fazendo acerca da estranha criatura flagrada em vídeo feito do fundo do mar durante perfuração de poço de petróleo no Golfo do México, de acordo com a agência RT.
Na verdade, trata-se de uma espécie de lula gigante, da espécie Magnapinna. O molusco pode chegar a sete metros de comprimento.
O primeiro exemplar foi visto em 1907. Desde então, foram registradas novas aparições, mas nenhuma delas tão nítida e com o animal em tão bom estado como este.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Frase


Conferência de Varsóvia e a rota climática da ONU


Em uma importante reunião de cúpula das Nações Unidas sobre o clima, em Varsóvia, na Polônia, de 11 a 22 de novembro, representantes de 195 nações estão delineando a duras penas um plano para negociações sobre um novo tratado climático, a ser finalizado em Paris daqui a dois anos.
Os delegados também querem o comprometimento dos países participantes de limitar suas emissões de gases de efeito estufa de agora até 2020. O caminho à frente, no entanto, está repleto de disputas entre países ricos e pobres sobre financiamentos e sobre como alocar e fazer cumprir as reduções de emissões.
A conferência pretende esboçar o cronograma e definir parâmetros para negociações futuras, que antecederão a próxima grande reunião de cúpula climática, marcada para 2015, em Paris, na França. Nessa ocasião, os países esperam concluir um tratado para substituir o acordo estabelecido em 2009, em Copenhague, na Dinamarca, reunião
Em 2009, as negociações sobre um tratado formal fracassaram, mas acabaram resultando em um conjunto de promessas não vinculativas — o chamado Acordo de Copenhague — para uma redução das emissões de CO2 até 2020. Aquele acordo também não definiu a distinção entre países desenvolvidos, comprometidos pelo Protocolo de Kyoto, de 1997 a reduzir suas emissões, e os países em desenvolvimento, que não tinham essas obrigações. Desde então, negociadores vêm procurando um meio para estruturar um novo modelo geral que envolva o comprometimento climático de todos os países, inclusive da China, atualmente o maior emissor do mundo, e dos Estados Unidos, que nunca ratificaram o Protocolo de Kyoto.
As conversações de Varsóvia estão divididas em duas estratégias principais. Uma que foca a arquitetura de um novo tratado climático global, que entraria em vigor após 2020 quando expiram os atuais compromissos de Copenhague. A outra examina o que pode ser feito para fortalecer as promessas de redução até 2020 para aumentar a chance de limitar o aquecimento global à meta de2°Cacima das temperaturas pré-industriais.
A União Europeia (UE), por exemplo, propôs um processo multifásico, em que os compromissos para uma ação climática pós-2020 seriam registrados em 2014 e depois submetidos a uma avaliação internacional para determinar o quanto as diferentes promessas se comparam umas com as outras e em relação a verificações científicas.
Os compromissos finais seriam registrados em 2015,em Paris. Aesperança é que ao dar aos países a liberdade de determinar voluntariamente suas metas climáticas e compará-las entre si leve as nações com objetivos modestos, pouco ambiciosos, a se envergonhar e intensificá-las. A UE também pediu uma revisão dos compromissos pré-2020.
Tasneem Essop, que está acompanhando as negociações para o grupo ambiental WWF na Cidade do Cabo, na África do Sul, afirma que esses comprometimentos em curto prazo são cruciais para apontar o mundo na direção certa. “O maior desafio será garantir que as emissões atinjam seu ponto máximo nessa década”, observa ela.
O custo da redução de emissões pode ser o primeiro ponto de conflitoem Varsóvia.
Em Copenhague, os países desenvolvidos concordaramem fornecer US$ 30 bilhões em ajuda climática de 2010 a 2012 e aumentar o apoio climático para os países em desenvolvimento para US$ 100 bilhões por ano até 2020.
Embora os compromissos de curto prazo tenham sido cumpridos em grande parte, não existe um plano claro para atingir a meta de US$ 100 bilhões por ano. De gigantes emergentes como o Brasil e a China até as nações pobres da África, os países em desenvolvimento estão exigindo que as nações ricas aumentem o financiamento e criem um caminho viável para atingir essa meta.
Com os cofres públicos vazios, muitos países desenvolvidos estão procurando outras fontes de financiamento. Uma possibilidade é aplicar algum tipo de taxa à aviação internacional. Essa opção está sendo considerada pela Organização da Aviação Civil Internacional, em Quebec, no Canadá. A entidade se comprometeu a elaborar um acordo até 2016, que poderia entrar em vigor em 2020.
Negociadores em Varsóvia discutirão (e negociarão) como financiar e, em última análise, distribuir ajuda climática através de organizações como o recém-criado Fundo Verde para o Clima (Green Climate Fund, GCF), com sede em Incheon, na Coreia do Sul.
Outro ponto de atrito é a exigência dos países em desenvolvimento de um mecanismo de “perdas e danos” para indenizar nações pobres que foram (ou estão sendo) irremediavelmente prejudicadas pelas mudanças climáticas.
As questões mais relevantes, porém, se concentrarão na elaboração de uma estrutura fundamental para o tratado de 2015.
Antes de Copenhague, a ênfase centrou-se em um tratado semelhante ao do Protocolo de Kyoto, que incluísse reduções de emissões juridicamente vinculantes. Em Copenhague, os Estados Unidos e outros países desenvolvidos pressionaram pela aceitação de uma alternativa que permitiria a países individuais registrar metas de comprometimento, que depois seriam revisadas a um nível internacional.
Delia Villagrasa, uma consultora sênior da Fundação Europeia para o Clima, em Bruxelas, afirma que as negociações estão rumando para essa abordagem “bottom-up” (de baixo para cima), que seria vinculada a uma revisão formal para avaliar os compromissos assumidos e identificar meios para aumentá-los. O mundo poderá ter uma primeira ideia de como seria um sistema desse tipo quando as negociações forem concluídas em 22 de novembro.
“Varsóvia resultará em alguns esclarecimentos sobre a estrutura do novo acordo”, observa Villagrasa. “Isso não é superinteressante para a mídia, mas é importante”.
Scientific American

Mudanças climáticas não podem ser atribuídas a raios cósmicos


As descobertas, publicadas no periódico Environmental Research Letters, reafirmam as conclusões da ciência básica de que o aumento de dióxido de carbono e outros gases estufa são os que mais contribuem para mudanças climáticas. Eles também reexaminam o caso alternativo defendido por aqueles que negam as mudanças climáticas: que é a atividade do Sol, e não a dos seres humanos, que está fazendo a Terra esquentar.
Os dois cientistas, Terry Sloan da University of Lancaster e Sir Arnold Wolfendale da University of Durham, concluem que mudanças na atividade do Sol ou os efeitos que produz sobre os raios cósmicos são incapazes de contribuir de maneira significativa para o aquecimento global.
O papel das nuvens em manter a superfície terrestre fresca ao refletir a luz do Sol de volta para o espaço, esá entre as maiores incertezas na ciência da mudança climática.
O papel reconhecido de manchas solares e raios cósmicos na formação de nuvens se tornou solo fértil para aqueles que negam as mudanças climáticas ou lançam dúvidas sobre as mudanças climáticas antropogênicas (em outras palavras, a mudança provocada por humanos).
A atividade solar, que tem altos e baixos em um ciclo de 11 anos, diminui o fluxo de raios cósmicos ao aumentar periodicamente o vento solar – um feixe de partículas carregadas emitidas pelo Sol.
De acordo com dois cientistas britânicos, mudanças na atividade solar, manchas solares e raios cósmicos, além de seus efeitos sobre nuvens, não contribuem mais que 10% para o aquecimento global.
O campo magnético do vento solar desvia alguns dos raios cósmicos que atingiriam a Terra vindos de outras partes da galáxia. Então, se a teoria que conecta raios cósmicos à formação de nuvens estiver correta, um aumento na atividade solar teria o potencial de reduzir a cobertura de nuvens.
Tentando quantificar o efeito que a atividade solar – seja diretamente ou através de raios cósmicos – pode ter tido sobre temperaturas globais no século 20, Sloan e Wolfendale compararam dados sobre a taxa de raios cósmicos que atravessam a atmosfera com o registro de temperaturas globais desde 1955.
Eles encontraram uma pequena correlação entre raios cósmicos e temperaturas globais ocorrendo a cada 22 anos; a taxa de raios cósmicos, porém, ficou um ou dois anos atrás da mudança de temperatura, o que sugere que a causa do aumento de temperatura pode não ser atribuível a raios cósmicos e à formação de nuvens, mas que poderia ser provocada pelos efeitos diretos do sol.
Ao comparar as pequenas oscilações na taxa de raios cósmicos e temperaturas com as tendências gerais das duas desde 1955, Sloan e Wolfendale descobriram que menos de 14% do aquecimento global observado durante esse período poderia ter sido provocado pela atividade solar.
Para verificar suas descobertas, eles revisaram seus próprios estudos anteriores e todos os outros trabalhos que conseguiram encontrar sobre o assunto, buscando evidências de conexão entre a atividade solar e o aumento de temperaturas globais.
Suas descobertas indicaram que, em geral, a contribuição das mudanças na atividade solar, seja diretamente ou através de raios cósmicos, era ainda menor e não poderia ter contribuído em mais de 10% para o aquecimento global no final do século 20.
Sloan e Wolfendale também discutiram os resultados de um experimento do CERN, na Suíça, chamado de CLOUD, em que pesquisadores estão observando como raios cósmicos podem ionizar, ou carregar, aerosois na atmosfera, influenciando a formação de nuvens. Eles também examinaram instâncias em que eventos do mundo real produziram ionizações de grande escala na atmosfera.
Era de se esperar que eventos como o desastre nuclear de Chernobyl e testes com armas nucleares afetassem a produção de aerosois na atmosfera, mas efeitos desse tipo não foram observados.
De acordo com Sloan: “Nosso artigo revisa nosso próprio trabalho e tenta encontrar uma conexão entre raios cósmicos e a formação de nuvens com mudanças na temperatura global”.
“Nós concluímos que alterações na atividade solar contribuiram com menos de 10% para o aquecimento global observado no século 20. Como resultado deste e de outro trabalho, o Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática afirma que nenhuma associação robusta entre mudanças em raios cósmicos e nebulosidade foi identificada”.
Paul Brown é editor da Climate News Network, um serviço de notícias jornalísticas que leva notícias e comentários sobre a mudança climática para meios de comunicação de todo o mundo. The Daily Climate contribuiu para este artigo.

domingo, 17 de novembro de 2013

Baía nos EUA teria água do mar de 100 a 150 milhões de anos

A grande cratera da baía de Chesapeake, na costa leste do continente norte-americano, formada por um asteroide ou um cometa, provavelmente abriga em suas entranhas água do mar de 100 a 145 milhões de anos, revelou um estudo publicado esta quarta-feira na revista britânica Nature.
A cratera foi originada há cerca de 35 milhões de anos pela explosão de um bólido de cerca de 3 km de diâmetro que caiu do céu. Descoberta apenas nos anos 1990, ela tem 85 km de diâmetro e se encontra entre 300 e 500 metros no fundo da baía de Chesapeake, que deságua no oceano Atlântico e onde desembocam mais de 150 rios, entre eles o Potomac.
Perfurações profundas permitiram descobrir brechas contendo água do mar particularmente salgada. As análises apresentadas na revista Nature pela equipe de de Ward Sanford (Sociedade Americana de Geologia, em Reston, Estados Unidos) ressaltaram uma taxa de salinidade média de 70 por mil, o dobro do nível de salinidade dos oceanos atuais.
Muitas hipóteses haviam surgido anteriormente para explicar esta forte salinidade, encontrada nas profundezas em outros locais da planície costeira do Atlântico: osmose, evaporação causada pelo calor associado ao impacto do meteorito, etc.
A equipe de Ward Sanford propôs, por sua vez, outra explicação. Segundo os resultados destas análises, a água subterrânea da cratera de Chesapeake na verdade seria um vestígio da água marinha da América do Norte no Cretáceo inferior. "Nós descobrimos que a água do mar provavelmente tem de 100 a 145 milhões de anos", afirmaram os pesquisadores.
A água teria ficado presa em sedimentos antes do impacto do meteorito e, mantida intacta depois.
O período Cretáceo viu a transformação progressiva do Atlântico Norte de uma bacia fechada a um oceano aberto para o sul, com a separação do continente africano da América do Sul. A salinidade também teria diminuído lentamente para se aproximar de valores próximos aos modernos no início do Cretáceo superior, há cem milhões de anos atrás, em média.
Exame.com