quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
Observatório da Nasa identifica 715 planetas fora do Sistema Solar
O observatório espacial Kepler permitiu a identificação de pelo menos 715 planetas, quatro deles com condições que poderiam torná-los habitáveis, localizados fora do sistema solar, anunciou a Nasa nesta quarta-feira (26).
Kepler, lançado em março de 2009, é a primeira missão da Nasa cujo propósito é identificar "exoplanetas" e, segundo Douglas Hudgins, da Divisão de Astrofísica da agência espacial americana, "o telescópio mudou totalmente a busca".
"Há apenas 20 anos só conhecíamos dúzias de possíveis candidatos a planeta exterior e agora temos cerca de mil, a maioria descobertos nos últimos cinco anos", acrescentou Hudgings em uma teleconferência.
O método usado pelos cientistas durante anos é a "diminuição de luminosidade" que ocorre quando algum objeto transita em frente a uma estrela do ponto de vista da Terra e causa uma redução na luz vista.
O sistema de passagem, no entanto, não produz uma certeza já que pode haver outras razões pelas quais diminui a luminosidade de uma estrela vista da Terra, e, por isso, os cientistas acrescentaram uma técnica que a Nasa descreveu hoje como muito valiosa.
Jack Lissauer, cientista do Centro Ames de Pesquisa da Nasa em Moffet Field (Califórnia), explicou que entre as 150 mil estrelas observadas por Kepler, "só um par de milhares tem um padrão de diminuição da luminosidade por trânsito de um objeto".
Se o padrão de passagem é múltiplo "não ocorre ao acaso", acrescentou, mas responde à presença de candidatos mais firmes a planeta.
Jason Rowe, cientista do instituto SETI, em Mountain View (Califórnia), disse que "a presença de vários planetas em torno de uma estrela, como ocorre com nosso sistema solar, é bastante comum".
"Em sua maioria são planetas pequenos, comparados com a escala dos planetas no sistema solar e, de fato, todos eles se encontram em sistemas multiplanetários e 95% são menores que Netuno. Encontramos poucos planetas do tamanho de Júpiter", acrescentou Rowe.
"Os novos sistemas descobertos têm planetas com órbitas planas e circulares, como os planetas interiores de nosso sistema solar", continuou o pesquisador.
Sara Seager, professora de ciência e física planetária no Instituto Tecnológico de Massachusetts, destacou que o novo sistema de identificação "nos permite comparar os candidatos em grupos e isto nos leva a analisá-los muito mais rápido".
"Sabemos agora que os sistemas planetários podem ser muito diferentes de nosso sistema solar", concluiu.
Astrônomo grava impacto de asteroide contra a Lua
O asteroide, que tinha cerca de 1 metro de diâmetro, pesava 400 quilos e viajava a uma velocidade de 60.000 km/h quando colidiu com a superfície lunar, em 11 de setembro de 2013. A energia de impacto foi equivalente a 15 toneladas de TNT — pelo menos três vezes superior ao maior impacto lunar já registrado, em março de 2013. Os detalhes foram publicados no último domingo no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Dois telescópios em Sevilha, no Sul da Espanha, que monitoram a Lua pelo projeto chamado Midas (Moon Impacts Detection and Analysis System), registraram o evento às 20h07 GMT. José María Madiedo, professor da Universidade de Huelva, observou o clarão em Mare Nubium, uma cratera lunar repleta de lava solidificada. "Percebi que havia presenciado um acontecimento pouco frequente e extraordinário", destacou Madiedo.
Segundo a Royal Astronomical Society (RAS), o choque foi tão luminoso quanto a Estrela Polar, razão pela qual poderia ser visto a partir da Terra sem a necessidade de telescópios. A rocha evaporou instantaneamente no momento do impacto, criando uma cratera de 40 metros de diâmetro e um intenso calor, causa do clarão observado da Terra.
veja.com
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Desperdício de alimento é terceiro maior emissor de CO2 do mundo
A comida desperdiçada no mundo responde por mais emissões de gases causadores de efeito estufa do que qualquer país, exceto China e Estados Unidos, disse a ONU em um relatório divulgado.
Todos os anos, cerca de um terço de todos os alimentos para consumo humano, aproximadamente de 1,3 bilhão de toneladas, é desperdiçado, juntamente com toda a energia, água e produtos químicos necessários para produzi-la e descartá-la.
Quase 30% das terras agrícolas do mundo, e um volume de água equivalente à vazão anual do rio Volga, são usadas em vão.
No seu relatório intitulado "A Pegada do Desperdício Alimentar", a Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação (FAO) estima que a emissão de carbono dos alimentos desperdiçados equivale a 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano.
Se fosse um país, seria o terceiro maior emissor do mundo, depois da China e dos Estados Unidos, sugerindo que um uso mais eficiente dos alimentos poderia contribuir substancialmente para os esforços globais para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e diminuir o aquecimento global.
No mundo industrializado, a maior parte do lixo vem de consumidores que compram muito e jogam fora o que não comem. Nos países em desenvolvimento, a causa principal é a agricultura ineficiente e falta de instalações de armazenamento adequadas.
"A redução de desperdício de alimentos não só evitaria a pressão sobre recursos naturais escassos, mas também diminuiria a necessidade de aumentar a produção de alimentos em 60 por cento, a fim de atender a demanda da população em 2050", diz a FAO.
A organização sugere que se melhore a comunicação entre produtores e consumidores para gerenciar a cadeia de suprimentos de forma mais eficiente, bem como investir mais na colheita, resfriamento e métodos de embalagem.
A FAO também disse que os consumidores no mundo desenvolvido devem ser encorajados a servir pequenas porções e fazer mais uso das sobras. As empresas devem dar comida excedente para instituições de caridade, e desenvolver alternativas para o despejo de resíduos orgânicos em aterros sanitários.
A FAO estima o custo do desperdício de alimentos, excluindo os peixes e frutos do mar, em cerca de 750 bilhões de dólares por ano, com base em preços de produção.
O desperdício de alimentos consome cerca de 250 quilômetros cúbicos de água e ocupa cerca de 1,4 bilhão de hectares- grande parte de hábitat natural transformado para tornar-se arável.
G1
"Não é permitido viajar para Marte", anunciam muçulmanos
A Direção Geral de Assuntos Islâmicos e Dotação (GAIAE) emitiu uma fatwa, pronunciamento oficial do Islã emitido por um especialista em lei religiosa, para alertar os muçulmanos sobre uma missão a Marte, segundo divulgou a CNN.
A GAIAE considera suicida a jornada a Marte que está sendo planejada pela fundação holandesa sem fins lucrativos, Mars One. Em abril de 2013, a organização anunciou sua ambição de estabelecer um assentamento humano no planeta vermelho em 2025.
O primeiro viajante espacial mulçumano da história foi o príncipe da Arábia Saudita, Sultan bin Salman Al-Saud. Ele se juntou à tripulação do ônibus espacial americano Discovery, em 1985. Em 2006, Anousheh Ansari se tornou a primeira mulher nascida no Irã a viajar para o espaço.
JB.com
Janeiro de 2014 foi o terceiro mais quente da história do planeta
Não foram só os brasileiros que assaram neste janeiro. O resto do mundo também ferveu. Segundo um levantamento feito pela NOAA, a agência do governo americano responsável por atmosfera e oceanos, o mês de janeiro de 2014 foi o quarto mais quente desde que as medições começaram em 1880. E segundo outro levantamento, feito pela Nasa, agência espacial americana, este janeiro foi o terceiro mais quente da história.
Essa temperatura acima do normal ocorreu apesar das nevascas e ondas de frio que atingiram alguns países do hemisfério norte no período.
A Nasa e a NOAA usam os mesmos dados, coletados por estações na superfície e por satélites. Mas trabalham as informações segundo metodologias diferentes. Por isso, a discrepância nos resultados. Segundo as duas medições, a média de temperatura global em janeiro ficou 0,70 grau centígrado abaixo da média do século XX (entre 1951 e 1980).
Os números da NOAA também mostram que esse foi o 38o mês de janeiro seguido com temperaturas acima da média do século XX. A última vez que qualquer mês em qualquer ano ficou abaixo da média do século XX foi em fevereiro de 1985. O que mostra os efeitos atuais das mudanças climáticas em curso.
Época.com
Os especialistas alertam sobre o efeito da poluição na agricultura chinesa
A espessa camada de poluição, com níveis “muito perigosos”, há uma semana afeta algumas regiões do norte e centro da China, entre elas Pequim. Muitos cidadãos estão em casa, as crianças sem poder sair ao pátio nos colégios e as fábricas com a produção suspensa ou reduzida. A capital chinesa viveu nesta quarta-feira seu sexto dia com nível de alerta laranja pela poluição, o segundo mais alto em uma escala de quatro, desde que foi decretado pela primeira vez na cidade na sexta-feira passada. Pequim está afogada em uma neblina tóxica acinzentada, que apaga os edifícios da paisagem e provoca a falta de estoque de máscaras protetoras em comércios e sites.
Mas a grave contaminação habitual da China, que provoca a morte prematura de milhares de pessoas no país a cada ano e piorou o número de casos de câncer de pulmão na capital, tem outra derivada com consequências potencialmente catastróficas: sobre a agricultura e a alimentação.
He Dongxian, professora na Universidade de Agricultura da China, em Pequim, assegura que um teste realizado no município recentemente durante meses mostrou uma diminuição drástica do processo de fotossíntese (que permite o desenvolvimento das plantas), segundo informa o jornal de Hong Kong South China Morning Post. Nos testes, o crescimento de sementes de pimentões e tomates, que normalmente demoram 20 dias para se converter em plantas com sementes sob a luz artificial de um laboratório, demoraram mais de dois meses para germinar em uma estufa em um dos distritos das periferias de Pequim.
He assegura que membranas e poluentes se aderem à superfície das estufas e reduzem a quantidade de luz que chega às plantas à metade, o que afeta de forma radical o processo de fotossíntese, pelo qual as plantas transformam a luz em energia química.
A pesquisadora afirma que a maioria das plantas que germinaram eram débeis ou estavam doentes, e concluiu que a produção agrícola será "reduzida neste ano". Também adverte que, se o nevoeiro tóxico continua ou se intensifica, a produção de alimentos na China sofrerá “consequências devastadoras”, segundo expõe o jornal.
“Um grande número de representantes de companhias agrícolas foram a encontros acadêmicos sobre fotossínteses nos últimos meses em busca desesperada de soluções”, indica. “Nossos colegas em outros países estão comovidos com o fenômeno porque em seus países nunca ocorreu nada igual”. Algumas empresas estão estudando se instalar equipamentos de iluminação artificial e muitas granjas incrementaram o uso de hormônios vegetais para estimular o crescimento das plantas, explica o jornal.
A concentração de partículas finas ou PM2,5 –aquelas que têm 2,5 micras ou menos de diâmetro- alcançou nesta quarta-feira pela manhã em Pequim 557 microgramas por metro cúbico, segundo as medições da embaixada dos Estados Unidos. Este valor supera em mais de 22 vezes o máximo de 25 microgramas aconselhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A Agência de Proteção do Meio-ambiente norte-americana considera os níveis acima de 300 muito perigosos. À noite, a concentração de PM2,5 baixou a 82, graças a uma chuva ligeira. Este nível é qualificado ainda de “prejudicial para a saúde”. Neste mês, a Academia de Ciências de Shanghai publicou um relatório sobre a poluição, afirmando que a disfunção ambiental converteu Pequim em uma cidade “praticamente inabitável” para o ser humano.
O Governo enviou equipes de inspetores a municípios de Pequim, Tianjin e província de Hebei para analisar a resposta das autoridades à pior crise de contaminação atmosférica dos últimos meses, segundo o Ministério de Proteção do Meio-ambiente. Os inspetores têm na mira indústrias, moinhos, obras e fábrica de cimento, entre outros. Aqueles que não estejam cumprindo os regulamentos serão identificados publicamente.
Um habitante de Shijiazhuang -capital de Hebei e uma das cidades com pior qualidade de ar do país- foi a primeira pessoa da China que processou o Governo por não ter impedido a contaminação. O cidadão Li Guixing pediu em um tribunal que o Departamento de Proteção do Meio-ambiente de Shijiazhuang indenize os habitantes pela poluição que afeta a cidade de forma contínua.
A ação de Li é uma amostra da crescente consciência ecológica e a indignação da população pela degradação de três décadas de desenvolvimento meteórico sem prestar atenção às consequências ambientais.
El PAÍS.com
Cientistas descobrem rocha mais antiga já encontrada na Terra
Junte quatro fios de cabelo. Essa é a espessura do fragmento de rocha mais antigo já encontrado na Terra. Datado de 4,4 bilhões de anos, o grão é um pedaço de zircão descoberto por pesquisadores da Universidade de Wisconsin em um rancho da região de Jack Hills, na Austrália. Apesar de seu pequeno tamanho, sua descoberta é de grande relevância para a ciência e para o entendimento da evolução da vida na Terra.
Há um certo consenso entre os cientistas de que a Terra tenha se formado há cerca de 4,5 bilhões de anos. Essa idade foi calculada a partir da medição da quantidade de meia-vida de urânio e de chumbo encontrada nas rochas mais antigas do planeta. Mas a ciência ainda sabe pouco sobre como foram os primeiros anos da infância terrestre.
Uma das dúvidas mais comuns sobre este período da evolução da Terra diz respeito a quando o magma que cobria nossa superfície esfriou, possibilitando a solidificação da crosta terrestre e, por consequência, a formação de rochas e de água. Grande parte da comunidade científica acreditava que a Terra levara cerca de 600 milhões de anos para esfriar. A descoberta do pequeno fragmento de zircão, contudo, evidencia de que este tempo foi muito menor: de aproximadamente 160 milhões de anos após a criação da Terra.
Se o planeta era menos quente do se pensava, com possibilidade da formação da hidrosfera, é provável que a vida no planeta também tenha surgido antes do que os cientistas acreditavam. Os primeiros micróbios, por exemplo, podem ter surgido há mais de 4,3 bilhões de anos, e não há 3,4 bilhões, pelas estimativas mais aceitas atualmente. "O estudo reforça nossa conclusão de que a Terra teve uma hidrosfera antes de 4,3 bilhões de anos", diz o geoquímico John Valley, um dos autores do estudo.
As conclusões acima podem sugerir uma outra questão: como os cientistas conseguiram determinar, com precisão, a idade real da rocha? A equipe de pesquisadores de Wisconsin usaram a técnica de tomografia de sonda atômica, que consiste em medir os átomos individuais de chumbo presentes no fragmento rochoso. A alta durabilidade do zircão permite que ele resista, intacto, à erosão por bilhões. Seu conteúdo é de grande valor geológico.
Época.com
sábado, 22 de fevereiro de 2014
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Google lança observatório mundial do desmatamento
A gigante da internet Google, organizações ambientalistas e vários governos apresentaram nesta quinta-feira uma sofisticada base de dados para fazer um acompanhamento do desmatamento no mundo, com a expectativa de intensificar a luta contra um dos principais motivos do aquecimento global.
O site www.globalforestwatch.org permitirá observar o desaparecimento de árvores em todo o planeta a partir de imagens em alta resolução com atualizações frequentes. As informações poderão ser consultadas de graça.
A Terra perdeu 2,2 milhões de quilômetros quadrados de florestas entre 2000 e 2012, segundo dados coletados pelo Google e a Universidade de Maryland.
"O problema para reunir os dados não foi a falta de vontade, nem a ausência de leis para regular o desmatamento. O problema é, entre outros, a falta de capacidade para saber realmente o que está acontecendo", disse Andrew Steer, diretor-geral do World Resources Institute, líder na criação de base de dados.
"Quando o presidente da Indonésia aprovou boas leis para (proteger) as florestas, foi muito difícil para ele saber o que de fato estava acontecendo em tempo real", declarou Steer a jornalistas.
A base permitirá a qualquer pessoa verificar, através da internet, as florestas protegidas e inclusive as empresas que compram óleo de palma proveniente de plantações ilegais, acrescentou.
O desmatamento desempenha um papel crucial nas mudanças climáticas e nas florestas, que ocupam um terço do planeta, funcionam como depósitos naturais de gases causadores de efeito estufa, que, de outra forma, se dispersariam na atmosfera.
Para montar a base de dados, o Google compilou milhões de imagens de satélite mantidas durante mais de 40 anos pelo Instituto Americano de Geologia.
Rebecca Moore, engenheira da empresa, explicou que a maior dificuldade do projeto foi "gerar esta massa de dados" com um nível de detalhes pertinente e útil.
Os governos da Noruega, da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos também participam da iniciativa.
O albedo está diminuindo e isto não é nada bom
A quantidade de luz solar que está sendo absorvida ou refletida pela Terra é uma das forças motrizes para o tempo e o clima. Esse poder de reflexão de uma superfície é conhecido como “albedo”. Quanto menor o albedo, mais energia a partir do Sol é absorvida. É exatamente isso o que está acontecendo no Ártico.
Um novo estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academies of Science (PNAS) indica que o degelo tem reduzido o fator de refletividade da região polar, levando a uma maior absorção de energia.
Se a quantidade de energia absorvida muda, isso tem um efeito sobre o balanço de energia da Terra e, finalmente, afeta o nosso tempo e o clima, reforçando os fenômenos das mudanças climáticas.
Neve brilhante e camadas brancas de gelo têm um alto albedo, ou seja, elas refletem com eficiência a radiação solar de volta para o espaço, enquanto que as áreas verdes, como florestas e campos têm um albedo muito menor, assim como a profundeza escura dos oceanos.
Tempo de escuridão no Ártico
Através de informações fornecidas por satélites, os pesquisadores do Scripps Institution of Oceanography descobriram que a região está mais escura, atualmente, do que no final dos anos 1970.
Naquela época, o Ártico refletia 52 por cento dos raios que incidiam sobre sua superfície e absorvia os outros 48 por cento.
De lá pra cá, a temperatura subiu 2 graus Celsius na região, que perdeu 40 por cento de sua extensão mínima de cobertura de gelo marinha no período do verão.
O resultado? Em 2011, segundo a pesquisa, os números de refletividade haviam invertido — 48 por cento da luz solar estava sendo refletida e 52 por cento estava sendo absorvida.
A queda do albedo é, reconhecidamente, uma consequência das mudanças climáticas. Um efeito que retroalimenta o problema, a medida que acelera o ritmo das mudanças.
Segundo os cálculos dos cientistas, a quantidade de energia extra que a Terra acumulou devido ao declínio da albedo do Ártico é equivalente a cerca de um quarto da quantidade de energia que ficou presa aqui, durante o mesmo período, por conta do aumento nos níveis de dióxido de carbono na atmosfera.
Invasão de vegetação
Um outro estudo liderado pela Nasa, em 2013, indica que as áreas florestais poderão aumentar 50% na região do Ártico, em decorrência do aumento médio da temperatura global até 2050.
Os efeitos para o meio ambiente e o clima não são animadores. Segundo os cientistas, a redução da área coberta por neve por causa da expansão das zonas verdes poderá reduzir refletividade da superfície terrestre na região, aumentando assim a radiação absorvida.
Exame.com
Agência Espacial Europeia vai lançar satélite para estudar planetas "habitáveis"
A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) vai enviar ao espaço um telescópio capaz de descobrir planetas rochosos e sistemas planetários além do Sistema Solar. A missão, denominada Plato, será lançada em 2024 pelo foguete Soyuz.
O projeto tem a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Instituto Mauá de Tecnologia e Universidade Presbiteriana Mackenzie. O custo é estimado em mais de 600 milhões de euros para a ESA, mas, somando as contribuições dos países-membros, pode chegar a quase 1 bilhão de euros.
Mais de 1.000 planetas já foram descobertos fora do Sistema Solar, mas nenhum até agora se mostrou realmente parecido com a Terra em termos de tamanho e distância em relação a uma estrela semelhante ao Sol. A sonda vai buscar especificamente planetas rochosos, como a Terra, em zonas consideradas habitáveis, que correspondem à região ao redor de uma estrela na qual a água consegue se manter em estado líquido. "Plato vai ser a nossa primeira tentativa de identificar planetas habitáveis próximos, que nós poderemos realmente analisar em busca de vida", disse Don Pollacco, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, à BBC.
A sonda é composta por 34 telescópios, montados em um único satélite. Ela vai monitorar as estrelas mais próximas da Terra e mais brilhantes, à procura de oscilações de luz que ocorrem quando um planeta passa pela frente desses corpos celestes. Plato será o terceiro lançamento selecionado pelo programa Cosmic Vision da ESA. Os dois primeiros serão o Solar Orbiter, telescópio espacial que vai estudar o Sol, em 2017, e o Euclid, telescópio voltado para o estudo da energia escura, uma forma hipotética de energia que estaria relacionada à expansão do universo, previsto para 2020.
Veja.com
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Aquecimento no Ártico pode alterar clima de Europa e América do Norte
O aquecimento do Ártico pode afetar de forma prolongada a "corrente de jato" (jet stream) polar, um elemento chave para o clima na América do Norte e na Europa, afirmam cientistas americanos.
Em um estudo, os pesquisadores indicam que a corrente de jato - composta de ventos que sopram de oeste para leste a grandes altitudes - está perdendo força e tende a se prolongar e se desviar mais facilmente de sua trajetória, segundo Jennifer Francis, professora de climatologia na Universidade Rutgers de Nova Jersey.
"Quando a corrente de jato perde força - o que tem ocorrido nas duas últimas décadas -, os fenômenos meteorológicos tendem a durar mais", explicou Francis, autora principal desta pesquisa apresentada no fim de semana na conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), celebrada este fim de semana em Chicago (norte).
"Isso parece sugerir que as características do tempo mudam", afirmou a cientista, para quem esta situação ocorrerá cada vez com maior frequência.
É por essa razão que os Estados Unidos vivem neste ano um inverno particularmente frio e com tempestades de neve sucessivas do centro até o sul, algo pouco habitual. Ao contrário, zonas nórdicas como o Alasca desfrutam de um inverno incomumente clemente.
Este fenômeno pode derivar do aquecimento que o Ártico sofreu nas últimas décadas, quando as temperaturas aumentaram de duas a três vezes mais rápido do que no resto da Terra, revelou James Overland, cientista da Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), que participou da apresentação do estudo.
A mudança da corrente de jato ocorre em parte devido à diferença entre a temperatura do Ártico e as latitudes médias, explicou. Se essa diferença for grande, a velocidade da corrente se acelera; se acontecer o contrário acontece, perde força.
Levando em conta os fenômenos meteorológicos extremos registrados nos últimos anos nos Estados Unidos - recordes de temperaturas alta ou seca - e em outras partes do mundo - como o forte calor que castiga atualmente a Austrália -, os cientistas tentam agora descobrir se se trata de uma simples variação natural do clima ou um aquecimento do planeta, relacionado às atividades humanas.
Maior impacto na agricultura
Francis considera esta conclusão prematura, porque "os dados sobre este fenômeno e seus efeitos abrangem um período muito curto que torna difícil fazer uma interpretação clara".
Francis considera esta conclusão prematura, porque "os dados sobre este fenômeno e seus efeitos abrangem um período muito curto que torna difícil fazer uma interpretação clara".
"Quando tivermos mais índices, acredito que poderemos começar a distinguir a influência das mudanças climáticas", afirmou.
Mark Serreze, diretor do Centro Nacional Americano sobre o estudo da Neve e do Gelo, afirmou durante a conferência da AAAS que as mudanças no Ártico e o impacto das mudanças climáticas nas latitudes médias "são um novo campo de pesquisa controverso com argumentos contra e a favor".
"O forte aquecimento que poderia ser responsável por este fenômeno está relacionado com o degelo no oceano ártico que constatamos desde estes últimos anos", acrescentou.
"A calota polar atua como uma cobertura que separa o oceano da atmosfera e, se essa tampa é retirada, o calor que a água contém se espalha pela atmosfera", o que explica estes desajustes atmosféricos, detalhou o cientista.
O impacto na agricultura é uma das principais consequências deste fenômeno nas latitudes médias dos Estados Unidos.
"Veremos mudanças nas precipitações e nas temperaturas que poderiam estar relacionadas com o que acontece no norte", previu Serreze, para quem "as mudanças do Ártico afetam todo o clima do planeta".
Jerry Hatfield, diretor do Laboratório Nacional para a Agricultura e o Meio Ambiente em Iowa (centro), lembrou que os Estados Unidos não são o único país afetado.
"No mundo produzimos a maior parte das colheitas nestas latitudes medianas e as temperaturas têm um grande impacto nos cultivos como na pecuária e na produção de carne", destacou.
G1
As 10 grandes dúvidas em relação às mudanças climáticas
1. O aquecimento global parou? Por que a Terra parou de esquentar?
As mudanças climáticas continuam acontecendo. As médias de temperatura anuais da atmosfera se estabilizaram nos últimos 10 a 13 anos. Isso tem a ver com um ciclo de aquecimento e estabilidade no planeta. O excesso de calor nos últimos anos foi absorvido pelos oceanos. Quando o ciclo terminar, segundo os cientistas, a temperatura da atmosfera volta a subir.
2. Se a Terra está esquentando, por que então Antártica não está derretendo?
Segundo pesquisas recentes, a Antártica demora mais a reagir a mudanças globais na temperatura. Foi assim na saída da última era glacial.
3. Esse fenômeno de aquecimento não é natural? A Terra não passa por eras glaciais e períodos mais quentes mesmo?
A alternância entre as eras glaciais e os períodos mais quentes é provocada por oscilações na órbita da Terra. São chamados Ciclos Milankovitch. Essas variações ocorrem em intervalos de aproximadamente 100 mil anos. Segundo os cientistas, o aquecimento atual, da ordem de décadas, é muito rápido para ser explicado pela variação orbital.
4. O planeta já não passou por períodos mais quentes? Durante a era medieval, não houve um momento em que fez mais calor do que agora? E quando a Groenlândia era verde?
A Terra já passou por períodos quentes. Mas o período medieval, quando a Groenlândia era mais vender, foi mais concentrado no Atlântico Norte e na Europa. O resto do mundo estava mais frio do que hoje. No alvorecer da civilização, o planeta passou por um período mais quente há cerca de 11 mil anos, mas o aquecimento atual é mais rápido e acentuado.
5. O clima da Terra muda sempre. As espécies conseguem se adaptar a isso. Mesmo a Humanidade já se adaptou a transformações no clima. Por que temer agora?
As mudanças atuais, provocadas por nossas emissões de gases na atmosfera, são 10 vezes mais rápido do que o ritmo do aquecimento natural pós-eras glaciais. É muito acelerado para algumas espécies ou mesmo ecossistemas como florestas consigam se adaptar. No último período glacial, entre 50 mil e 14 mil anos atrás, as espécies conseguiram se deslocar no máximo 500 metros por ano. Agora o aquecimento será tão brusco que as plantas teriam de migrar mais rápido que isso
6. Quem garante que o aquecimento é provocado pelas atividades humanas. Isso não tem a ver com os ciclos de atividade solar?
Para os cientistas, a produção de calor do Sol deve diminuir até 2100. Mas isso provocaria uma redução de apenas 0,08 grau centígrado na temperatura média da Terra. Pouco diante do aumento de 2,5 a 7 graus previstos pelos cientistas que avaliam as mudanças climáticas.
7. Vários cientistas questionam o alarmismo das mudanças climáticas. Se não há consenso entre os pesquisadores, por que devemos nos preocupar?
?
8. O painel de cientistas da ONU, o IPCC, principal órgão científico que fala do aquecimento global, está desacreditado depois que publicou uma série de previsões erradas. Como acreditar nos cientistas?
Dos 3 mil a 4 mil dados levantados pelos pesquisadores no último IPCC de 2007, só um deles foi questionado. E nem foi para o relatório final. O próximo relatório, esperado para o fim de março, deve ter um grau de segurança ainda maior.
9. Por que devemos nos preocupar com mudanças climáticas que vão acontecer no futuro distante?
As mudanças climáticas já estão acontecendo. E já estamos vivendo alguns de seus primeiros impactos. Pesquisadores avaliam que as ondas de eventos extremos estão ligadas às transformações do clima. Um estudo feito pela seguradora Munich Re mostra os continentes mais atingidos por catástrofes climáticas. Grandes tragédias como as chuvas que desabrigam e matam no Brasil estão ligadas às mudanças do clima.
10. Tudo bem. As mudanças climáticas podem ser um problema sério. Mas evitá-las teria um custo impagável para a sociedade?
Várias empresas já perceberam que a transição para uma economia que faça bem ao clima da Terra pode ser bom negócio. Desde 2008, algumas delas venceram o Prêmio Época Empresa Verde. A edição de 2013 contribui para a lista de bons exemplos. Propostas como a do FMI para taxar a emissão de carbono podem ajudar a impulsionar uma economia mais ecológica.
Época.com
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
A responsabilidade em relação à água
A estiagem atípica deste verão, com chuvas reduzidas e na melhor das hipóteses localizadas, traz um conjunto de questões que merecem a reflexão por parte de pessoas com noção de cidadania e, portanto, de vida em comunidade que, em ultima instância, é o que as cidades são: comunidades humanas.
Os humanos são animais sociais e a evidência mais clara disso é exatamente a da vida comunitária, em aldeamentos, povoados, vilas, cidadezinhas, cidades médias, grandes, metrópoles e megalópoles, caso em que cidades fundem-se entre si (conurbação) para formar um único e gigantesco espaço urbano.
Cidades, de um modo geral, ainda que isso valha mais especificamente para os grandes espaços urbanos, exigem uma enorme complexidade em termos de abastecimento de bens como alimentos e principalmente água.
E o que a estiagem deste verão está mostrando é que o abastecimento de água na cidade de São Paulo e outras está em risco, por esgotamento dos reservatórios e limitação das fontes de abastecimento desses estoques hídricos.
Em princípio isso não faria sentido, considerando que o Brasil detém perto de 14% dos estoques mundiais de água doce, o que significa dizer que, neste critério, somos os mais favorecidos em escala planetária.
Ausência de planejamento urbano, infraestrutura precária e má gestão pública do espaço urbano, algo histórico no Brasil, entre outros efeitos, anulam, no entanto, essa posição natural privilegiada e corremos o risco de enfrentar racionamento d’água, se as chuvas não chegarem logo e em abundância.
Administradores públicos têm apontado que o desconto no preço da água, adotado em caráter de urgência e absolutamente procedente está contribuindo para a economia.
O que pretendem com isso é capitalizar, com oportunismo, uma atitude cidadã das pessoas, evidência de que o conjunto da sociedade é capaz de iniciativas e movimentos de solidariedade, preservação, responsabilidade e respeito em relação a questões como a garantia no abastecimento de água.
O que já não se pode dizer de empresas públicas encarregadas do abastecimento de água e isso vale tanto para as megalópoles quanto para as pequenas cidades.
A média brasileira é de perda de 37% da água tratada e potencialmente disponível para consumo por vazamentos numa rede de qualidade insatisfatória.
Na cidade de São Paulo esse índice baixa para 26,5%, mas ainda assim é elevado em comparação, por exemplo, com as perdas do Japão, que não superam os 3%.
E em São Paulo a Sabesp, empresa encarregada dos serviços de água e esgoto, ainda é uma das responsáveis pelo esburacamento diário das ruas, sem reparos à altura, o que torna a qualidade das pistas de rolamentos para automóveis e trânsito de pedestres quase uma aventura.
Atitudes como a que o conjunto da população está tomando, no sentido de economizar o consumo de água, de forma a evitar racionamento e situações ainda mais imprevisíveis são fundamentais não só em casos como o da água, evidentemente. Elas se estendem a todo o conjunto de relações que dizem respeito à vida comunitária em especial nas grandes cidades e nas megalópoles.
O noticiário diário da mídia, carregado de negativismo e previsões sombrias, certamente deve abrir algum espaço para uma atitude que, na essência, é a fundamental: a atitude responsável, respeitosa e consequente do conjunto da sociedade em relação a um bem que é indispensável para a vida: a água.
Scientific American.com
Menos água, energia e sabão para lavar roupa
“Economizar água” virou uma espécie de mantra, tal a falta que faz em várias partes do mundo. E também à ameaça de racionamento em algumas cidades brasileiras. Mas, independente disso, ideias que ajudem a evitar ou reduzir desperdícios são sempre muito bem vindas.
É o caso da máquina de lavar roupa supereconômica criada por pesquisadores da Universidade de Leeds, em 2006, na Inglaterra. Ao utilizar polímeros capazes de remover sujeiras, manchas e odores, ela economiza 90% da água e 50% de energia e de sabão, quando comparadas com modelos tradicionais. Chamada de Xeros*, a tecnologia já é realidade em hotéis e outros serviços de grande escala do país.
Em 2009, os cientistas contrataram uma consultoria para atestar os reais benefícios do protótipo. Eis o resultado: caso todas as máquinas do Reino Unido fossem substituídas pela Xeros, 7 milhões de toneladas de água seriam poupadas todas as semanas e 4.2 milhões de toneladas de carbono deixariam de ser emitidos por ano – o que equivale a emissão total de cerca de 1.4 milhão de carros.
A proposta da máquina é economizar água – obviamente – levando em conta a preservação do meio ambiente – portanto, muito além da água – além de ter mais eficiência e rapidez ao lavar roupa. Pretensões à parte, a economia da conta de luz também está garantida, já que não será mais preciso aquecer tanta água, como acontece com máquinas que têm essa funcionalidade.
Que a nova engenhoca britânica economiza considerável quantidade de água, ok! Mas até que ponto o uso de polímeros é uma alternativa interessante? Os fabricantes garantem que esse material pode ser reutilizado 100 vezes e que já existe tecnologia para reciclá-lo. Além de todos esses benefícios, os polímeros ainda “blindam” as roupas para evitar que manchem. Ou seja, acaba com nosso trabalho de separar peças por cores a cada lavagem!
A Xeros é um grande avanço tecnológico que pode ajudar muito o consumo sustentável de água e energia, só que não há previsão de produção da versão doméstica em escala comercial. Então, para chegar aqui ainda demora muito.
Superinteressante.com
Bombas atômicas contra asteroides
É um dos maiores terrores do mundo moderno: a ameaça de que um asteroide colida com a Terra e acabe conosco. Agora, um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual do Iowa, nos Estados Unidos, propõe combater essa ameaça com outro horror contemporâneo: armas atômicas.
Bong Wie, líder da equipe do Centro de Pesquisa de Deflexão de Asteroides, apresentou a pesquisa no começo do mês, em um encontro promovido pela Nasa na Universidade Stanford, Califórnia. E agora ele quer testá-la numa missão espacial de verdade.
O pesquisador diz que sua estratégia pode impedir que asteroides de grande porte (até 2 km de diâmetro) prejudiquem a vida na Terra, mesmo que o alerta de impacto seja dado com pouco tempo.
Até então, todas as estratégias discutidas pelos cientistas para desviar um bólido celeste que pudesse estar em rota de colisão conosco exigiam um aviso prévio de mais de 10 anos.
SOLUÇÃO NUCLEAR
O trabalho de Wie não é o primeiro a sugerir que bombas atômicas pudessem fazer esse serviço, mas sempre se considerou que uma explosão nuclear na superfície de um asteroide desse porte fosse incapaz de detoná-lo em pedaços suficientemente pequenos para que queimassem na atmosfera terrestre sem nos causar perigo.
A novidade do trabalho de Wie é pensar no problema como fez Bruce Willis, no filme-pipoca “Armageddon” (1998). Na ocasião, o ator interpretava um especialista em escavar poços de petróleo que foi transformado em astronauta para abrir um buraco fundo num asteroide, a fim de detonar uma bomba nuclear lá dentro.
O princípio era sólido — uma explosão dentro do bólido teria um poder 100 vezes maior de quebrá-lo em pedaços, uma vez que a energia seria praticamente toda dissipada no próprio asteroide. Wie, contudo, buscou uma forma mais simples de resolver a questão, dispensando o sacrifício de Willis no processo.
Uma nave não-tripulada composta por duas partes separadas por uma estrutura longa e dobrável poderia fazer o truque. A porção frontal teria uma única missão: colidir de frente com o asteroide.
É um déja vù da missão Deep Impact, conduzida pela Nasa, que levou um pequeno módulo a colidir com o cometa Tempel, em 2005. Naquela ocasião, vimos como mesmo um objeto não-explosivo, ao colidir em alta velocidade com um bólido celeste, era capaz de escavar uma bela cratera nele. Muito melhor que qualquer coisa que uma perfuratriz pudesse fazer.
A diferença para o novo projeto é que, logo atrás desse impactador, viria uma bomba nuclear. Ou seja, abre-se uma cratera e, uma fração de segundo depois, chega a ogiva, que detona numa região muito mais profunda do asteroide.
Wie recebeu dois financiamentos da Nasa, desde 2011, para desenvolver a ideia, e simulações de computador mostram que poderia funcionar, mesmo com pouco tempo de aviso prévio no caso da detecção de um objeto em rota de colisão com a Terra.
O asteroide grande seria quebrado em muitos pedaços menores. A maioria deles atingiria a velocidade de escape do bólido e assumiria outras órbitas, evitando o impacto. E os pedaços que permanecessem no nosso caminho não teriam mais que 5 metros, queimando por inteiro na atmosfera. A humanidade estaria salva.
VOO DE TESTE
O bacana é que a ideia não exige nenhuma tecnologia nova. Tanto que Wie está propondo à Nasa a realização de uma missão de teste, que ele estima poder ser feita com US$ 500 milhões. O custo é factível, e o pesquisador de Iowa já até listou alguns asteroides candidatos para o teste, pensando em lançamentos entre 2015 e 2020.
“O primeiro voo de validação da missão não carregará uma carga útil nuclear de verdade”, disse Wie ao Mensageiro Sideral. Ele serviria basicamente para testar a premissa e a capacidade de abrir o buraco necessário para detonar o asteroide.
Naturalmente, se tudo correr bem, em algum momento convém realizar um teste de verdade, com ogiva nuclear e tudo mais, para ver se a ideia funciona mesmo. Se lhe dá calafrios pensar numa bomba atômica dentro de um foguete, não custa lembrar que durante a Guerra Fria esses artefatos também seriam transportados por mísseis, e a única diferença é que, em vez de cair num asteroide, eles cairiam na cabeça de outras pessoas.
Confesso que a proposta me encanta, porque demonstra que até a invenção mais nefasta da história humana — a bomba atômica — pode ter uma aplicação redentora. Quem sabe ela não terminará garantindo nossa existência e evitando que terminemos como os dinossauros?
Contudo, não podemos ignorar o fato de que encontrar um uso legítimo para bombas atômicas pode ser usado como desculpa para que nações belicosas desenvolvam suas próprias ogivas, sob o pretexto de conduzir um programa pacífico de “defesa planetária”. Perguntei a Wie o que ele acha disso, e ele se esquivou. “Você apresenta uma preocupação lógica, mas ela está além do escopo da minha pesquisa.”
De toda forma, o fato de que já temos uma possível solução para a ameaça dos asteroides com menos de um século de exploração espacial mostra que, se a humanidade tiver sabedoria suficiente, pode sobreviver até a algumas das maiores catástrofes impostas pelo Universo. Dá uma pontinha de orgulho. Mas, claro, para tudo dar certo precisamos nos manter vigilantes, vasculhando os céus para descobrir os asteroides ameaçadores antes que eles trombem conosco.
Folha.com
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Extremos do clima
Nevascas em Nova York, Tóquio e Roma como há muitos anos não se via. Calor recorde em São Paulo, incêndios em Sydney, enchentes no Reino Unido. Foram levantados uma série de fenômenos climáticos fora do comum registrados nos últimos sete meses em diferentes partes do globo (veja mapa acima).
Eventos climáticos, como frio ou calor extremos, sempre ocorreram e vão ocorrer. Mas o aumento da intensidade e frequência deles tem sido notado pelos cientistas e pode ter relação -- ainda é cedo para afirmar com certeza -- com o aquecimento global, que é consequência de uma maior emissão de gases-estufa. Aquecimento global não significa necessariamente que todo o planeta está se aquecendo, mas que está ocorrendo um desarranjo climático global. Essas alterações são resultado de uma capacidade exagerada da atmosfera de reter calor devido à presença excessiva de gases-estufa, como o CO2.
Janeiro foi considerado o mês mais frio desde 1994 em grande parte dos EUA; o país foi atingido ao menos duas vezes pelo vórtice polar, fenômeno do Círculo Polar Ártico que sofreu alteração em sua dinâmica de circulação e permitiu que massas de ar circunscritas ao Ártico atingissem latitudes mais baixas. Nova York registrou -38ºC em janeiro.
Nevascas surpreenderam cidades do sul do Texas, Louisiana, Mississippi, Alabama e Flórida. A Georgia, estado conhecido por ter um inverno ameno e temperaturas altas no verão, registrou em fevereiro a pior tempestade de neve desde janeiro de 2000, quando o estado teve prejuízo de US$ 48 milhões.
Na Califórnia, o estado declarou situação de emergência por causa da seca que pode ser a mais intensa em cem anos; reservatórios de água atingiram 38% de sua capacidade (a média histórica é de 57%); somente em janeiro, foram registrados 150 incêndios no estado (foram 25 em janeiro de 2013).
Em 2013, alguns estados da Região Nordeste tiveram o pior período de estiagem dos últimos 50 anos; 75% dos municípios nordestinos decretaram situação de emergência, segundo o governo federal.
Desde dezembro, uma massa de ar quente e seco estacionou sobre as regiões Sul e Sudeste e impediu a chegada de frentes frias, deixando o tempo quente e seco. Fenômeno como esse já foi visto no país em 2001, segundo meteorologistas.
Em 2014, São Paulo teve o janeiro mais quente desde 1943; no começo de fevereiro, Porto Alegre marcou a maior temperatura dos últimos 71 anos (40,5°C) e a sensação térmica no Rio de Janeiro chegou a 57°C.
Em dezembro, o país registrou ao menos sete mortes causadas pela forte onda de calor que atingiu grande parte do território.
A temperatura alcançou 45°C em algumas cidades do norte. Meteorologistas afirmaram que foi a pior onda de altas temperaturas no país em 40 anos.
No começo de 2014, Roma teve uma das mais fortes nevascas desde os anos 1980, que fechou locais turísticos como o Coliseu. O frio intenso causou interrupções nos transportes ferroviário e rodoviário, especialmente em regiões montanhosas, onde os serviços de emergência tiveram dificuldades para chegar a vilarejos isolados. Prédios do país foram evacuados por medo de que a neve acumulada sobre eles pudesse fazê-los desabar.
Entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2014, as chuvas que atingiram a Grã-Bretanha causaram ao menos sete mortes, inundaram 5 mil propriedades e destruíram ferrovias. Segundo a agência climática britânica, Met Office, a tempestade pode ser a pior em 250 anos.
Áreas que ficam próximas do Rio Tâmisa, em Londres, foram afetadas pela maior inundação em 67 anos. Ondas que ultrapassam os dez metros de altura atingiram a costa britânica nos últimos dias.
Enquanto Yakutsk, no leste da Rússia -- considerada a cidade que registra as menores temperaturas mínimas no mundo – registrou -47°C em 5 de fevereiro, Sochi, no sudoeste do país, pode deter o recorde de ser a cidade que sediou as Olimpíadas de inverno mais quentes de todos os tempos. Os termômetros por lá registraram 18°C em fevereiro.
Em janeiro, Jerusalém registrou a pior tempestade de neve dos últimos 20 anos. A nevasca fechou o transporte público, estradas e escolas da região norte de Israel, na fronteira com o Líbano.
Em alguns lugares, o acúmulo de neve chegou a 30 centímetros de altura.Em agosto de 2013, o país foi atingido por fortes chuvas das monções que afetaram 770 localidades e atingiram mais de 30 mil pessoas. Ao menos 108 pessoas morreram. Enchentes inundaram algumas das principais estradas na cidade portuária, varrendo casas na província de Khyber Pakhtunkhwa no noroeste.
Segundo o serviço meteorológico do país, o inverno é o mais frio dos últimos 28 anos. Na maioria do território chinês, a temperatura média registrada foi de 3,8°C. No nordeste do país, nevascas fizeram a temperatura atingir -15,3°C, a menor em 42 anos. Em algumas regiões próximas à Mongólia, os termômetros registraram -40ºC.
Em janeiro, Tóquio sofreu a nevasca mais forte dos últimos sete anos e aeroportos do país tiveram que cancelar voos devido a fortes rajadas de ventos. A região de Yamanachi registrou mais de 40 centímetros de neve. Mais neve caiu em fevereiro, provocando transtornos e deixando mortos e feridos.
O país foi atingido em novembro pelo tufão Haiyan, considerado o mais forte já registrado na região, que deixou um rastro de destruição, matou mais de 6 mil pessoas e deixou 1.800 desaparecidos.
Os ventos chegaram a 315 km/h e os prejuízos passam de R$ 2,3 bilhões, segundo o governo filipino.
Uma extensa onda de calor atingiu grande parte do país, que registrou em algumas regiões temperaturas acima de 50°C. Também contribui para o calor a irregularidade nas chuvas. Incêndios acometem parte do território australiano. Segundo cientistas, 2013 foi o ano mais quente desde 1910 no país, quando começou a ser feito o registro de temperaturas do país.
G1.com
EUA dizem que aquecimento global é arma de destruição em massa
O secretário de Estado americano, John Kerry, que se encontra visitando a Ásia, afirmou neste domingo (16), em Jacarta, que a comunidade internacional deve reforçar sua luta contra o aquecimento global, que, segundo ele, é uma arma de destruição em massa.
Em um discurso para estudantes indonésios, Kerry advertiu que os países asiáticos próximos ao nível do mar estão especialmente ameaçados pela alta das águas.
"Os países do sudeste asiático se encontram na primeira linha da mudança climática", afirmou.
O chefe da diplomacia americano comparou o aquecimento global com outras ameaças como o terrorismo ou a proliferação nuclear, âmbito nos quais as nações devem trabalhar para conseguir um mundo mais seguro.
"Em certo sentido, a mudança climática pode ser considerada outra forma de destruição em massa, talvez a arma mais aterradora", indicou John Kerry.
"Os dez anos mais quentes foram registrados desde que o Google entrou em funcionamento em 1998", afirmou.
O secretário de Estado, citando cientistas, advertiu que se o mundo não reagir, o nível do mar poderá subir um metro antes do final do século.
"Um metro basta para submergir a metade de Jacarta. Um metro obrigaria a deslocar milhões de pessoas ao redor do mundo e custaria milhares de milhões de dólares para a atividade econômica", explicou Kerry.
A Indonésia, um arquipélago composto por 17 mil ilhas, é um dos principais países emissores de gases causadores do efeito estufa.
O chefe da diplomacia visita a Indonésia depois de viajar à Coreia do Sul e a China.
Mais cedo, ele visitou a maior mesquita do sudeste asiático como demonstração de respeito pelo Islã no país com a maior população muçulmana do mundo.
G1
sábado, 15 de fevereiro de 2014
ONU destaca calor incomum no Brasil
O calor no Sudeste brasileiro é uma das principais anomalias climáticas do mundo nos últimos meses e bate recordes históricos. A informação é da Organização Meteorológica Mundial (OMM) que ontem divulgou uma mapa dos principais locais que sofrem com "fenômenos climáticos extremos".
O Brasil, neste ano, aparece com destaque no levantamento. "Partes do mundo testemunham uma série de condições climáticas extremas neste ano", indicou a entidade, o braço climático da ONU. No levantamento, o Brasil é citado como um exemplo de casos onde a temperatura superou médias históricas. "Partes do Brasil experimentaram o mês de janeiro mais quente da história", indicou o documento.
Mas o fenômeno não se limita apenas ao Brasil. No Hemisfério Sul, o calor tem sido especialmente forte na Austrália, Argentina e na África do Sul.
Segundo a OMM, o calor acima do normal na Argentina começou já em dezembro de 2013 e "vários recordes locais foram estabelecidos". Quanto à situação na Austrália, a entidade aponta que o país registrou o ano "mais quente de sua história" em 2013. O calor, porém, continuou em janeiro, principalmente na região da Tasmânia. Melbourne registrou sete de dias de temperaturas médias acima de 40ºC. Adelaide teve 11 dias com temperaturas de 42ºC.
No Hemisfério Norte, os eventos extremos também marcaram os últimos meses. A OMM aponta para as "ondas de frio" nos EUA, seca na Califórnia, inundações no Reino Unido e tempestades na Europa. Os Alpes também foram afetados por uma queda de neve maior do que a média.
Já na Rússia, as temperaturas ficam muito acima da média para o inverno, com os termômetros marcando 9°C entre os dias 29 de dezembro e 4 de janeiro, quando deveriam estar em registros negativos. O clima "ameno" ainda causou problemas para a Olimpíada de Inverno em Sochi.
Estadão.com
Brasil já vive a crise climática global
Calor extremo e seca no Sudeste brasileiro. Nevascas e frio intenso na costa leste dos Estados Unidos. Ondas de calor no Alasca e na China em pleno inverno. Enchentes na Inglaterra. Temperaturas escaldantes e incêndios florestais por toda a Austrália. Tudo isso acontecendo ao mesmo tempo; e não é por acaso, segundo os meteorologistas.
"Todos esses eventos estão conectados dentro de um sistema climático global", disse ao Estado a pesquisadora Maria Assunção da Silva Dias, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo. Um sistema que, segundo ela - e a esmagadora maioria dos cientistas - está sendo alterado pelo acúmulo de gases do efeito estufa lançados na atmosfera pelo homem nos últimos 150 anos.
Treze dos 14 anos mais quentes já registrados pelo homem ocorreram nos últimos 14 anos, com a exceção de 1998. O ano passado foi o sexto mais quente. E o clima de 2014 parece ter começado fora dos trilhos também, com eventos extremos de temperatura e precipitação - para mais ou para menos - espalhados por todos os continentes.
O foco dessas perturbações atuais, segundo Assunção, está do outro lado do mundo. Mais especificamente no norte da Austrália e no sul da Indonésia, onde está chovendo muito, e na região central do Oceano Pacífico, onde está chovendo pouco.
Isso altera os padrões das correntes de jato (ventos fortes de altitude) nos dois hemisférios; o que altera os padrões de chuva típicos desta época, tornando o tempo extremamente estável e persistente em regiões de latitudes mais altas. O clima parece que "estacionou" nessas regiões, intensificando todos os efeitos. Um cenário que demonstra claramente como as mudanças climáticas são um problema global, que afetará todos os países, independentemente de sua posição geográfica ou situação econômica, dizem os especialistas.
Os modelos globais de previsão climática variam bastante entre si, mas todos preveem um aumento na ocorrência de eventos climáticos extremos nas próximas décadas, por causa do aquecimento global. "Os extremos vão ficar mais intensos e ocorrer com mais frequência", resume Assunção.
Ligação. O que está acontecendo agora, portanto, é exatamente o que os cientistas do clima preveem que começará a ocorrer com mais frequência daqui para a frente. Estabelecer uma relação direta de causa e efeito entre o aquecimento global e um evento climático qualquer, porém, é extremamente difícil.
"Sempre que há algum fenômeno extremo em curso as pessoas perguntam se isso tem a ver com o aquecimento global, mas essa é uma pergunta muito difícil de responder", explica o meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador-geral de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
A resposta, segundo ele, depende de um análise estatística do comportamento do clima ao longo de várias décadas, para ter certeza de que se trata de uma mudança sistemática e não apenas de flutuação pontual. "Mesmo dez anos é pouco tempo", avalia Seluchi, com a ressalva de que não é possível esperar por essa certeza para começar a agir, pois já será tarde demais para reverter o processo. O economista Nicholas Stern coloca os fatos de forma contundente. "A mudança climática está aqui, agora", diz o título de um artigo escrito por ele, manchete do jornal britânico The Guardian, dia 14, com uma foto do Rio Tâmisa transbordando sobre Londres.
Estadão.com
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
É grande a chance de acharmos ETs até 2040, diz cientista
Uma das grandes perguntas da humanidade pode estar perto de ser respondida. Pelo menos, é o que garantem cientistas americanos que estudam o espaço. Segundo eles, até 2040 será possível saber se existe ou não vida fora da Terra.
Para responder a questão, os pesquisadores do Seti (sigla em inglês para Instituto de Procura de Vida Extraterrestre) estão usando receptores que sondam sistemas estelares em busca de astros que produzam sinais eletromagnéticos.
Sinais desse tipo comprovariam a existência de seres com acesso à tecnologia em outros pontos do universo.
Nos próximos 25 anos, os cientistas esperam sondar cerca de 1 milhão de sistemas estelares com esse método. "Um milhão pode ser o número certo para encontrar algo", afirmou Seth Shostak, do Seti, em declaração reproduzida pelo site Space.com
Uma em cinco
Segundo Shostak, observações do telescópio Kepler, da NASA, revelaram que uma em cada cinco estrelas conta com pelo menos um planeta em sua órbita com chances de abrigar vida.
Para ele, essa é uma proporção "fantasticamente grande". "Isso significa que na nossa galáxia, há cerca de dezenas de bilhões de planetas parecidos com a Terra", afirma Shostak.
Entre as últimas notícias envolvendo vida em outros planetas está a localização de água em Marte - anunciada pela Nasa na última terça.
A presença da substância fortalece a suspeita de que organismos vivos podem existir naquele planeta.
Exame.com
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