Governo da Líbia adota procedimento semelhante ao da exploração de petróleo para obter água com o objetivo de irrigar fazendas no deserto. Em meio às areias amarelas escaldantes do deserto líbio, videiras cobertas de folhas verdes estão carregadas de cachos de uva, amendoeiras florescem em perfeitas fileiras e pomares de pereiras estendem-se indefinidamente.
A Líbia é um dos países mais secos da Terra, sem rios, lagos nem chuva. Mas seu deserto está florescendo!!!
No Oriente Médio e no norte da África, a tentativa de transformar milhares de km de deserto em terra arável passou para o segundo plano diante da necessidade de conter uma ameaçadora escassez de água. Enquanto muitos países da região brigam entre si pelos direitos de exploração da água, a Líbia decidiu modificar sua topografia, transformando a areia em solo próprio para a agricultura.
O "Grande Rio" feito pelo homem -, é a rede de 3.700 km de dutos - que transporta a água dos quatro principais aquíferos subterrâneos no sul da Líbia para os centros populosos do Norte. Poços pontuam a tragetória dos dutos, permitindo que os produtores agrícolas utilizem a rede de fornecimento de águas em seus campos.
O "Grande Rio" feito pelo homem, que está quase concluído, é o maior projeto de irrigação do mundo e será usado para desenvolver 160 mil hectares de terra para a agricultura. É também a opção mais barata disponível para irrigar os campos no país onde a água é mais escassa e cuja precipitação média anual é 25mm.
"A precipitação atmosférica está concentrada em 5% da área do país, mais ou menos - 95% da nossa terra é deserto. A água é mais preciosa para nós do que o petróleo. Aqui na Líbia, a água é vida", diz o Ministro da Agricultura do país.
Assim como a Líbia explora o deserto em busca de petróleo, o governo está fazendo o mesmo para procurar "Água fóssil" - água da Era do Gelo - preservada nos bolsões porosos do Aquífero de Arenito Dúbio. O enorme aquífero estende-se por baixo da Líbia, Egito, Chade e Sudão.
Ele inclui quatro bacias de água potável na Líbia, que contém aproximadamente 10 a 12 mil km³ de água de origem antiga a uma profundidade de 600m sob a superfície do deserto.
A Líbia transfere o precioso recurso do solo para cinco gigantescos reservatórios acima do solo por meio de dutos de concreto. Outros países também estão perfurando o solo em busca de água subterrânea com a mesma intensidade da Líbia.
Novas técnicas de irrigação por gotejamento estão sendo usadas para garantir que a água não seja desperdiçada. Mais de 70% da água deve ser usada como subsídio para a agricultura doméstica, e o restante para consumo dos cidadãos. Ela não é reservada para a indústria pesada.
Por hora, enquanto esguichos gigantescos borrifam 100 mil oliveiras do viveiro de uma estufa cercada por areia nos arredores de Trípoli, os campos líbios estão florescendo!
Este relato vale como exemplo para o povo brasileiro: Um país abençoado pela fartura! de florestas, fauna, flora, água em abundância, mas que não valoriza suas riquezas. Desmatamos... queimamos... poluímos nossos rios com lixos (residenciais e industriais), colocando todo ecossistema em vulnerabilidade. Até quando???
Na foto, uma rara vista aérea da região da Líbia. No coração do Saara, a água da chuva que caiu há milênios empoça numa cratera vulcânica.
Fonte: Estadão
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