Se as previsões dos cientistas climáticos partidários do aquecimento global se confirmarem, e a temperatura da Terra subir 3°C ao longo das próximas décadas, a produção agrícola da região sul do Brasil ficará bem diferente.
Ao lado das extensas plantações de soja, milho e arroz que hoje rasgam o sul do Brasil de um extremo ao outro, pés de café e canaviais, aos poucos poderão ganhar espaço. Baseado em estimativas de elevação da temperatura ao longo deste século, motivadas pelo aquecimento global, um novo mapa da agricultura brasileira está sendo desenhado. E o rascunho do futuro mostra alterações consideráveis na geografia da produção de alimentos no país se não forem tomadas medidas imediatas.
No que toca a Região Sul, pesquisas apontam que poderá haver diminuição da área produtiva e uma migração do que se tem atualmente como culturas características de Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ao mesmo tempo, os três Estados possivelmente passarão a produzir alimentos, hoje, mais restritos a São Paulo e Minas Gerais.
Considerando cenários em que haja um incremento entre 1,4°C e 5,4°C nas mínimas e máximas até 2100, pode-se dizer, por exemplo, que o extremo norte gaúcho e o oeste catarinense se transformariam em terra fértil para cafezais. O aumento na mínima corresponde à redução da possibilidade de geada, fenômeno fatal para as plantações de café.
Entre as culturas que sofrerão as piores consequências das mudanças, a mais atingida será a de soja. Levando em conta todo o país, o prejuízo causado pela elevação da temperatura à produção do grão pode chegar a R$7,6 bilhões por ano em 2070, na avaliação mais pessimista. Além de buscar variedades que se adaptem às mudanças, o agronegócio brasileiro terá de se preocupar em aplicar novas formas de cultivo que causem menos impacto ambiental.
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