domingo, 26 de junho de 2011

Atração gravitacional ajuda a identificar estoques de água

Dados de satélite sobre as variações na gravidade da Terra estão redefinindo o campo da hidrologia.
Cientistas vêm utilizando pequenas variações da gravidade da Terra para identificar áreas conturbadas no mundo onde a população vem destruindo o lençol freático, uma das principais fontes de água potável do planeta.
Eles descobriram problemas em locais muito diferentes, como norte da África, norte da Índia e nordeste da China; além do Vale de San Joaquim, que fica na cidade de Sacramento e é o centro da indústria agrícola do estado da Califórnia.
Jay Famiglietti, diretor do Centro de Modelagem Hidrológica da Universidade da Califórnia, afirmou que Grace (sigla em inglês Gravity recovery and Climate Experiment), depende da ação de dois satélites que monitoram um ao outro.
Os dois satélites têm o tamanho de um carro pequeno e percorrem órbitas polares distantes cerca de 170 km. Eles transmitem microondas um para o outro, calibrando a distância entre elas e chegando a intervalos menores do que a largura de fio de cabelo. As medições da distância entre os veículos se traduzem na medida da massa da superfície em qualquer região determinada.
Com nove anos de existência, os dois produziram alguns dos dados mais preciosos até hoje sobre as variações gravitacionais do planeta. Os resultados estão redefinindo o campo da hidrologia, ciência que vem ganhando importância com o aumento das alterações climáticas e o crescimento populacional, uma vez que esses fatores levam a redução da provisão mundial de água potável.
O Grace observa todas as alterações ocorridas no gelo, na neve e no armazenamento de água, toda a água da superfície e subterrânea, bem como a umidade do solo, garantindo a disponibilidade de informações sobre os lençóis freáticos.
"A água já foi um recurso abundante. Agora, com a ocorrência de alterações climáticas, o crescimento populacional e a contaminação dos lençóis em diversas regiões, os satélites nos  mostram que estamos esgotando", disse o diretor do Centro.
Porém, mesmo com as informações sinalizando a proximidade da escassez, os responsáveis pela formulação de políticas vêm sendo cautelosos em admitir as descobertas.

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