Novas estimativas para o movimento das geleiras indicam que a contribuição da Groenlândia para a elevação do nível dos mares no século 21 pode ser menor do que alguns cientistas pensavam. O estudo foi feito por pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e será publicado nesta quinta-feira na revista Science.
Quanto mais rapidamente as geleiras se movem, mais gelo e água elas vertem no oceano. Em estudos recentes sobre as mudanças do clima, os cientistas acreditavam que o gelo derretido da Groenlândia teria uma contribuição, até o ano 2100, de 10 centímetros no aumento do nível do mar. No cenário mais pessimista, essa contribuição seria de 48 centímetros. Contudo, os dados que serviram de base para essas pesquisas não eram muito precisos.
Quanto mais rapidamente as geleiras se movem, mais gelo e água elas vertem no oceano. Em estudos recentes sobre as mudanças do clima, os cientistas acreditavam que o gelo derretido da Groenlândia teria uma contribuição, até o ano 2100, de 10 centímetros no aumento do nível do mar. No cenário mais pessimista, essa contribuição seria de 48 centímetros. Contudo, os dados que serviram de base para essas pesquisas não eram muito precisos.
O aumento no nível dos mares é preocupante porque pode causar uma crise global. De acordo com o a ONG ambiental Greenpeace, mesmo o melhor cenário pode causar enchentes, contaminar reservatórios de água potável e aumentar a salinidade de estuários. Algumas cidades e vilas próximas à costa seriam afetadas.
Agora, os especialistas da Universidade do Washington, em Seattle, analisaram o movimento das geleiras da Groenlândia entre os invernos de 2000 a 2010 usando dados de satélites. As observações revelaram que a velocidade das geleiras não aumentou tanto quanto se supunha em estudos anteriores.
Agora, os especialistas da Universidade do Washington, em Seattle, analisaram o movimento das geleiras da Groenlândia entre os invernos de 2000 a 2010 usando dados de satélites. As observações revelaram que a velocidade das geleiras não aumentou tanto quanto se supunha em estudos anteriores.
Os cálculos mais otimistas indicavam que as geleiras dobrariam de velocidade entre 2000 e 2010. Os mais pessimistas apontaram que o aumento seria de 10 vezes. "Até agora, vimos um aumento médio de 30% em dez anos", disse Twila Moon, chefe da pesquisa.
O estudo afirma que não há pistas claras de que as geleiras vão diminuir de velocidade até o fim do século. "Essa é a desvantagem de um estudo que cobre apenas 10 anos", disse Ian Howat, coautor. "Esse período é muito curto para entender o comportamento das geleiras em longo prazo."
Isso quer dizer que eventos no futuro podem causar grande aumento na velocidade das geleiras e, portanto, levar mais água aos mares. "Ou talvez, grandes geleiras no Norte da Groenlândia, que ainda não exibiram alterações, podem acelerar o movimento, o que aumentaria enormemente a taxa de crescimento do nível do mar", disse Howat.
O estudo afirma que não há pistas claras de que as geleiras vão diminuir de velocidade até o fim do século. "Essa é a desvantagem de um estudo que cobre apenas 10 anos", disse Ian Howat, coautor. "Esse período é muito curto para entender o comportamento das geleiras em longo prazo."
Isso quer dizer que eventos no futuro podem causar grande aumento na velocidade das geleiras e, portanto, levar mais água aos mares. "Ou talvez, grandes geleiras no Norte da Groenlândia, que ainda não exibiram alterações, podem acelerar o movimento, o que aumentaria enormemente a taxa de crescimento do nível do mar", disse Howat.
Detalhes — De acordo com Twila, as observações precisam ser mais detalhadas para realmente entender os efeitos das mudanças do clima. "Vamos precisar acompanhar as mudanças nas geleiras e analisar detalhes complicados para entender como essas alterações acontecem."
A análise da especialista é corroborada pela revista Science, que na mesma edição publica dois artigos de opinião defendendo que os cientistas precisam, dentre outras coisas, de mais detalhes sobre o nível dos mares em escala local e compreender melhor a interação dos ocenos com o gelo, para estimular políticas de mitigação e adaptação.
A conclusão do artigo é de que no caso das geleiras da Groenlândia, a contribuição para o aumento do nível do mar vai ficar próximo do limite inferior de outras estimativas recentes, mas dentro da faixa esperada. Esta faixa de valores é relativamente larga, pela falta de observações detalhadas como esta, e pela falta de dados tomados por períodos de tempo mais amplos.
Mas o estudo cobre somente a Groenlândia (não cobre a Antártica nem geleiras continentais de outras regiões). Além disso, o espaço de tempo é de somente 10 anos, fatos limitantes reconhecidos pelos autores.
Mas o estudo cobre somente a Groenlândia (não cobre a Antártica nem geleiras continentais de outras regiões). Além disso, o espaço de tempo é de somente 10 anos, fatos limitantes reconhecidos pelos autores.
Dependendo do cenário, a projeção do último relatório do IPCC publicado em 2007 é de 20 a 60 centímetros de aumento médio do nível do mar até 2100. Este valor é abaixo das estimativas mais recentes (trabalhos publicados de 2007 a 2011) e está de acordo com as projeções deste artigo. Algumas estimativas de trabalhos mais recentes vão de 70 a 120 centímetros.
Este artigo certamente vai entrar como uma contribuição científica na próxima revisão do IPCC que será publicada em 2013.
Este artigo certamente vai entrar como uma contribuição científica na próxima revisão do IPCC que será publicada em 2013.
Veja.com
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