Cientistas russos acreditam ter descoberto novas formas de vida isoladas há milhões de anos em um lago subglacial, abaixo da cobertura de gelo da Antártida, disse a agência de notícias RIA na quinta-feira (7).
Após mais de uma década de perfuração intermitente, a Rússia atravessou no ano passado a crosta congelada da Antártida e recolheu amostras da água de um vasto lago que permaneceu intocado durante pelo menos 14 milhões de anos.
Os cientistas dizem que a escuridão gelada do lago Vostok, sob cerca de 3.700 metros de gelo, pode revelar como era o planeta antes da Era do Gelo, e dar pistas sobre a vida em outros planetas.
"Após excluir todos os contaminantes conhecidos, foi achado DNA bacteriano que não bate com o de nenhuma espécie conhecida nas bases de dados mundiais", disse à RIA Sergei Bulat, do Instituto de Física Nuclear de São Petersburgo.
"Se (essas bactérias) tivessem sido achadas em Marte, então sem dúvida teríamos dito que há vida em Marte - mas este é o DNA da Terra", disse ele. "Estamos chamando essa forma de vida de não-identificada e não-classificada",
Cientistas dos EUA e Grã-Bretanha também participam da corrida para tentar descobrir vida nos ambientes mais extremos da Terra. Neste ano, uma expedição norte-americana disse ter encontrado microscópicas células vivas em amostras recolhidas de outro lago subglacial, o menos profundo Whillans. Novos estudos ainda estão sendo feitos para determinar que bactérias são essas e como elas vivem.
Uma iniciativa britânica para alcançar um terceiro lago, o Ellsworth, foi cancelada em dezembro, por problemas na perfuração.
A vida nas profundezas geladas pode revelar se é possível haver vida nas condições extremas de Marte ou de Europa, uma lua de Júpiter.
A descoberta russa veio com a análise da água que congelou na ponta da perfuratriz usada para alcançar o Vostok - maior de uma rede de centenas de lagos sob a camada de gelo que funciona como um cobertor, retendo a energia geotérmica.
Bulat disse à RIA que os cientistas aguardam mais amostras do lago para confirmar sua descoberta.
Por causa da tecnologia usada para evitar contaminações do lago, a Rússia só obterá amostras de água pura, sem contaminação pelo fluido de perfuração, dentro de alguns meses.
Para que o querosene e o líquido anticongelante usados na perfuração não escorressem para o lago, os engenheiros russos retiraram a sonda de modo a permitir que a água se infiltre pelo terreno para cima, até o buraco, congelando-se por lá. Meses depois, os técnicos voltam para recolher essa amostra.
Mas Bulat disse que micróbios desconhecidos foram encontrados após a retirada de bactérias sabidamente existentes no fluido de perfuração. "Quando tentamos identificar o DNA, ele não coincidia com o de nenhuma espécie conhecida. Seu grau de similaridade era inferior a 86 por cento. Isso é praticamente zero ao trabalhar com DNA. Um nível de 90 por cento nos diz que o organismo é desconhecido." Uma nova amostra, recolhida ainda mais profundamente, foi retirada em fevereiro e chegará de barco a São Petersburgo em maio. "Se voltarmos a identificar o mesmo grupo de organismos naquela amostra de água pura, então podemos dizer com confiança que encontramos nova vida na Terra", afirmou Bulat.
Bulat disse à RIA que os cientistas aguardam mais amostras do lago para confirmar sua descoberta.
Por causa da tecnologia usada para evitar contaminações do lago, a Rússia só obterá amostras de água pura, sem contaminação pelo fluido de perfuração, dentro de alguns meses.
Para que o querosene e o líquido anticongelante usados na perfuração não escorressem para o lago, os engenheiros russos retiraram a sonda de modo a permitir que a água se infiltre pelo terreno para cima, até o buraco, congelando-se por lá. Meses depois, os técnicos voltam para recolher essa amostra.
Mas Bulat disse que micróbios desconhecidos foram encontrados após a retirada de bactérias sabidamente existentes no fluido de perfuração. "Quando tentamos identificar o DNA, ele não coincidia com o de nenhuma espécie conhecida. Seu grau de similaridade era inferior a 86 por cento. Isso é praticamente zero ao trabalhar com DNA. Um nível de 90 por cento nos diz que o organismo é desconhecido." Uma nova amostra, recolhida ainda mais profundamente, foi retirada em fevereiro e chegará de barco a São Petersburgo em maio. "Se voltarmos a identificar o mesmo grupo de organismos naquela amostra de água pura, então podemos dizer com confiança que encontramos nova vida na Terra", afirmou Bulat.
IGCiência
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