União Europeia baniu a venda de novos cosméticos contendo ingredientes testados em animais, com efeito imediato nesta segunda-feira (11).
Os grupos de defesa dos animais comemoraram a medida, mas representantes da indústria, que movimenta cerca de R$80 bilhões, afirmou que a proibição frearia a inovação do setor.
Além disso, embora a proibição vá salvar a medida de milhares de animais como cachorros, coelhos e porcos-da-índia, os efeitos para o consumidor não serão imediatamente notados, porque os produtos que contêm ingredientes que foram testados em animais antes da medida continuarão à venda.
A Comisssão Europeia afirmou que a decisão "está alinhada com o que muitos cidadãos europeus acreditam: que o desenvolvimento de produtos cosméticos não precisa ser feito com testes em animais".
O bloco econômico proíbe testes em animais de cosméticos prontos desde 2004, mas a proibição de testes de ingredientes em animais só foi proposta há quatro anos, mas deixou brechas para alguns procedimentos, após a resistência dos fabricantes.
Os mercados americano e asiático ainda não têm medidas similares.
Gruupos como a Humane Society International celebrou a decisão, como um passo para acabar com o sofrimento animal, dizendo que a União Europeia se tornou "o maior mercado mundial de cosméticos livres de crueldade". Segundo Kathy Guillermo, vice-presidente da divisão de investigação de laboratórios da ONG Peta (sigla em inglês para Pessoas pelo Tratamento Ético de Animais), a proibição progressiva dos testes "abriu caminho para uma nova era de ciência sem animais" na Europa.
Mas representantes do setor alertam que a proibição veio cedo demais, porque ainda não existem alternativas para alguns testes específicos, sem os quais não é possível garantir a segurança de todos os ingredientes.
Mas a Comissão Europeia afirmou que deverá levar o tema com seus parceiros comerciais, como Estados Unidos e China, para promover a universalização da proibição. "A Comissão fara deste tema uma parte integral de sua agenda e cooperação internacional," disse em comunicado.
Novos cosméticos produzidos fora da Europa contendo ingredientes testados em animais ainda podem ser vendidos na Europa, desde que seus fabricantes consigam provar sua segurança à UE sem usar dados fornecidos por estes testes. E a proobição não valerá para ingredientes considerados farmacêuticos e não cosméticos, por estarem sob leis diferentes.
IGCiência
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