Aeronaves, navios, submarinos e drones se unem para rastrear os cerca de 319.000 quilômetros quadrados do Oceano Índico onde o Boeing 777 caiu. Para encontrar sua caixa preta, eles têm apenas uma semana.
Em oito de março, um dos pilotos do voo MH370 da Malaysia Airlines disse "Boa noite, Malaysia três sete zero" para se calar para sempre. Agora, as equipes de buscas têm apenas uma semana para tentar localizar os últimos sons emitidos pela caixa preta do avião, submersa em algum ponto dos 319.000 quilômetros quadrados do Oceano Índico perto da cidade de Perth, na Austrália.
Ao contato com a água, a caixa preta – que é composta de duas caixas, uma que registra as vozes da cabine e outra que grava os dados do voo – emite sinais ultrassônicos que podem ser rastreados por avançados equipamentos de buscas. No entanto, sua bateria, que especialistas estimam durar 30 dias, está no fim.
Buscas — Estados Unidos, Austrália, China, Japão, Malásia, Nova Zelândia e Coréia do Sul se uniram para tentar encontrar os destroços do Boeing 777, que ia de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim, na China. Ao todo, os sete países enviaram dezenove aeronaves e navios para buscar o que restou do avião que saiu da sua rota uma hora depois da decolagem.
Os esforços estão sendo conduzidos por autoridades da Malásia, em conjunto com agências internacionais como o FBI. Para monitorar as operações de busca e dar informações ao público sobre as investigações, a Austrália anunciou no último domingo a criação de um Centro de Coordenação Conjunta (Joint Agency Coordination Centre), em Perth. As investigações apontam que, após a última mensagem, a aeronave prosseguiu com o voo por milhares de quilômetros em direção ao sul, antes de cair no mar – provavelmente por falta de combustível. As últimas explicações para o desaparecimento apontam para um princípio de incêndio ou uma inesperada despressurização da cabine, que deixaria os pilotos inconscientes, transformando o Boeing em um "avião fantasma".
Veja abaixo quais são os principais equipamentos envolvidos na procura pelos destroços do avião desaparecido:
Cientistas do Instituto Helmholtz de Oceanografia de Kiel, no norte da Alemanha, ofereceram o submarino não tripulado Abyss, capaz de realizar buscas a 3.000 metros de profundidade para ajudar nas buscas. Os alemães pretendem colaborar com os americanos do Instituto Woods-Hole, que possuem outros dois submarinos do tipo.
O navio australiano Ocean Shield saiu na segunda-feira da cidade de Perth com equipamentos de escuta capazes de rastrear por ultrassom os sinais enviados pela caixa preta do avião. Ele deve levar três dias ao local das buscas. Assim que a caixa preta mergulha na água, ela envia sinais sonoros que podem ser identificados por sistemas especiais. A bateria pode durar de trinta a noventa dias — mas especialistas alertam que a do voo MH370 dura apenas o período menor.
O TPL é um sistema ultrassensível para rastrear os sinais enviados pela caixa preta – que podem ser ouvidos a pouco mais de 1.600 metros de distância. O equipamento, acoplado ao navio Ocean Shield, possui um microfone que pode “ouvir” a caixa preta a uma profundidade de cerca de 6.000 metros. Essa é a tecnologia mais sofisticada da marinha americana para buscas submarinas e foi usada para tentar encontrar o avião da Air France, que caiu durante o voo entre Paris e Rio de Janeiro, em 2009. Na época, ele não conseguiu localizar os destroços, encontrados dois anos depois por um veículo submarino autônomo.
O navio australiano Ocean Shield também leva um robô submarino para percorrer o oceano em busca de destroços. Por meio do um sonar, o drone Bluefin-21 envia sinais que, processados pelos computadores da base, oferecem imagens do fundo das águas. Ele pode buscar objetos em uma profundidade entre 2.000 e 4.000 metros.
O Ministério de Defesa britânico anunciou nesta terça-feira que o submarino HMS Tireless, de propulsão atômica, se juntou à equipe de busca da caixa preta do Boeing 777. Equipado com sensores, ele tem uma semana para tentar rastrear os últimos sinais emitidos pelo sistema do avião, antes que a bateria da caixa preta acabe.
Um avião americano do tipo P-8 Poseidon e aeronaves do tipo P-3 Orion da Austrália, Nova Zelândia, Coréia do Sul e do Japão estão sendo usadas para fazer as buscas aéreas. A China também deslocou dois aviões Ilyushin II-76s para a busca e a Malásia, outros dois C-130 Hercules. Todos são equipados com sensores para identificar objetos submarinos.
Para encontrar os possíveis pedaços da aeronave identificados pelos satélites, a China mandou seu navio quebra-gelo Xue Long. Um navio da Grã-Bretanha, o HMS Echo, usado em pesquisas hidrográficas e capaz de medir com precisão dados ambientais, também está a caminho do Oceano Índico.
Veja.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário