quarta-feira, 23 de abril de 2014

Relatório aponta que 60% da água subterrânea da China está poluída

A água poluída do rio Yangtzé, na China


Cerca de 60% da água subterrânea da China está muito poluída para ser bebida sem um tratamento prévio, segundo um relatório ministerial sobre a qualidade da água, informou a agência Xinhua, estatal do país.
No ano de 2013, a qualidade da água era "muito pobre" ou "relativamente pobre" nas 203 cidades onde foi testada, indicou o relatório anual do ministério de Terra e Recursos. A porcentagem de água não potável cresceu de 57,4% em 2012 a 60% em 2013, acrescentou.
O boom econômico da China provoca uma preocupação crescente pelas questões do meio ambiente, em um país com partes inteiras cobertas frequentemente por uma espessa névoa e com as águas e terras poluídas. O ministério do Meio Ambiente chinês indicou na semana passada que 16% das terras do país também estavam contaminadas.
As origens dessa poluição são velhas conhecidas, com raízes em práticas que afetam tanto o campo como as cidades.
Desde 1990, a China tornou-se o maior consumidor de fertilizantes nitrogenados do mundo, que, apesar de ajudarem no crescimento rápido do cultivo, aumentando a oferta de alimentos, também deterioram o solo e poluem lençóis freáticos.
Um estudo publicado pela revista Nature mostrou que a poluição por nitrogênio aumentou 60% em 30 anos no país, uma ameaça para os ecossistemas e a saúde humana.
A indústria têxtil chinesa, com seus resíduos da produção (metais pesadas, tóxicos e substâncias cancerígenas) também é uma fonte significativa de poluição no país.
De acordo com o Relatório Estatístico Anual de 2010 sobre o Meio Ambiente na China, publicado pelo Ministério da Proteção Ambiental, a indústria têxtil do país gerou quase 2,5 bilhões de metros cúbicos de esgoto em 2010.
O problema é que nem todo esse esgoto vai parar no lugar certo.
Uma análise feita pela Ong Greenpeace nas cidades de Xintang e Gurao, que concentram boa parte das fábricas de jeans e roupa íntima, revelou altos níveis de metais na água, como cobre, cádmio e chumbo, em níveis até 128 vezes maiores dos limites considerados saudáveis.
G1

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