terça-feira, 1 de abril de 2014

ONU: metas de redução de emissões não serão alcançadas





Banco Mundial faz alerta sobre o aquecimento global


Temendo danos as suas economias, países desenvolvidos não estão planejando restrições rigorosas, embora precisem barrar as emissões de gases estufa para que o aquecimento global não ultrapasse o teto da meta.
O mundo vai precisar de restrições muitos mais severas aos gases do efeito estufa, tanto por parte de países desenvolvidos como das economias emergentes, para evitar que o aquecimento global ultrapasse o teto da meta, de acordo com o rascunho de um relatório da ONU.
Países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos, teriam de reduzir as emissões pela metade até 2030 em relação aos níveis de 2010 para limitar o aquecimento em até 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, de acordo com o relatório preliminar obtido pela Reuters.
A Ásia, que inclui a China e a Índia, teriam de limitar as emissões para os níveis de 2010 até 2030, como parte de uma divisão global, um objetivo difícil para países que afirmam ser necessária a queima de mais combustíveis fósseis para ajudar a acabar com a pobreza.
"A estabilização das concentrações de gases de efeito estufa exigirá transformações em larga escala nas sociedades", afirma o capítulo 6 do relatório produzido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) que deve ser divulgado em Berlim, em meados de abril.
Mesmo assim, as restrições marcam uma mudança no debate sobre mudanças climáticas, que tem se concentrado mais em países emissores ricos.
"As implicações para todos os grandes emissores são rigorosas", disse Alden Meyer, da Union of Concerned Scientists. "Todos eles têm agora algo com o que se preocupar". Como outros entrevistados, ele ainda não teve acesso ao relatório.
Os países em desenvolvimento têm frequentemente citado o relatório anterior do IPCC, de 2007, segundo o qual nações industrializadas deveriam reduzir emissões para entre 25 e 40 por cento abaixo dos níveis de 1990 até 2020. O documento não contém metas tão claras para países emergentes.
As reduções em países ricos estão muito aquém do 25 a 40 por cento. A União Europeia, com os planos mais ambiciosos entre os países desenvolvidos, está considerando cortes de 40 por cento abaixo dos níveis de 1990 até 2030.
O relatório de Berlim para uma solução da questão das mudanças climáticas vem após um relatório do IPCC sobre os impactos do aquecimento divulgado no Japão na segunda-feira que afirma que o mundo está, em muitos casos, mal preparado para mudanças graves e talvez irreversíveis.

Fumaça sai de chaminés de Belchatow, a maior usina de energia à carvão da Europa. De acordo com relatório da ONU, países desenvolvidos e emergentes terão de restringir ainda mais a emissão gases do efeito estufa Foto: Peter Andrews / Reuters
Fumaça sai de chaminés de Belchatow, a maior usina de energia à carvão da Europa. De acordo com relatório da ONU, países desenvolvidos e emergentes terão de restringir ainda mais a emissão gases do efeito estufa.


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