A desertificação, o degelo, o aumento das chuvas torrenciais e dos furacões como consequência das mudanças climáticas podem destruir diversos tesouros arqueológicos, como os templos maias, alertam os especialistas.
Múmias decompostas na Sibéria, pirâmides enterradas nas areias do Sudão: as mudanças climáticas podem destruir vários tesouros, mas também revelar novas descobertas, como Oetzi, (na imagem), o "homem do gelo" encontrado em 1991 em uma geleira nos Alpes.
O degelo, por exemplo, ameaça tumbas da época dos Escitas, na Ásia Central. O permafrost, camada de terra constantemente gelada que os conservou até agora, derrete e ameaça a decomposição.
O aquecimento, entretanto, pode ter o efeito contrário. No Tirol italiano, é, sem dúvida, a retração de uma geleira que permitiu descobrir o Oetzi, um guerreiro de 5.300 anos atrás. O derretimento das geleiras, especialmente na Noruega, frequentemente traz à tona outros vestígios.
Outro motivo de inquietação é o aumento do nível dos mares. Na Tanzânia, a erosão marítima destruiu um muro do forte de Kilma, construído pelos portugueses em 1505.
Em Bangladesh, a cidade de Panam-Sonargaon, centro do reino de Bengala do século 15 ao 19 e um dos cem locais ameaçados pela Unesco, é frequentemente inundada pela elevação do nível das águas.
A multiplicação de fenômenos climáticos extremos, especialmente os ciclones com cargas d'água excepcionais preocupam e o caso de Chan Chan - do antigo reino Chimú - e a maior cidade da América pré-colombiana (Peru), castigada pelas inundações provocadas pelo fenômeno El Niño, e o templo maia de Tabasqueno (México), destruídos pelos furacões em 1995, são alguns dos exemplos.
No sultanato de Omã, ciclones, no verão passado enterraram na areia locais de 5.000 e 6.000 anos antes de nossa era.
A areia é um dos piores inimigos dos vestígios antigos, especialmente nos desertos. No Sudão, as dunas que rodeavam a cidade de Meroe, capital do reino de Nubia (do século 3 a.C. ao 4 d.C.) atacaram e enterraram as Pirâmides.
Os especialistas estão defendendo que deve ser implantado um trabalho de alerta que deve ir além do inventário dos locais ameaçados catalogados pela Unesco.
Fonte: Folha.com
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