A rivalidade começou antes de os países serem independentes. A briga nada mais é que a continuação da antiga disputa de território e prestígio por parte das respectivas metrópoles, Portugal e Espanha - resumida no Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, e nas disputas bélicas pela posse da Colônia de Sacramento, enclave português em frente a Buenos Aires.
A guerra continuou mesmo após a independência dos países, movida a disputa pela hegemonia continental e a um mar de desconfianças mútuas. O Império brasileiro temia que a Argentina reinstalasse o Vice-Reinado do Prata - uma confederação reunindo a própria, Uruguai, Paraguai e Peru, sob sua liderança, formada pelos espanhóis em 1763 para conter o avanço português. Os argentinos, por sua vez, tinham medo da política expansionista brasileira, que poderia isolá-los e submetê-los no continente.
O último momento de confronto diplomático foi centrado na questão da usina hidrelétrica de Itaipu, na década de 1970. Construída em parceria com o Paraguai, era chamada de "bomba d'água" pela imprensa de Buenos Aires. Dizia-se que, se suas comportas fossem abertas, a capital argentina ficaria submersa. Depois de um acordo diplomático, a Argentina construiria, também no rio Paraguai, a usina de Corpus.
Aos poucos, Brasil e Argentina começariam a perceber que suas economias se complementavam - e não concorriam em praticamente nenhum setor. Com a criação do Mercosul, em 1991, a rivalidade ficou definitivamente atenuada. Restou, então, o esporte (principalmente o "Futebol") como palco de confronto.
Fonte: Aventuras na História
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