É possível alimentar sete bilhões de pessoas hoje, e dez bilhões até o final do século? O pesquisador da Embrapa Elibio Rech, membro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia, diz que sim. Ele afirma que o aumento de população mundial é menor do que a capacidade de incremento da produção agrícola. Em novembro, ele participará do Fórum Mundial de Ciência, em Budapeste, e coordenará a mesa sobre a produção de alimentos no mundo.
- A população pode crescer. Temos área suficiente e potencial para melhorar nossa produção de alimentos. - disse Elibio. - É consenso entre cientistas do mundo que devemos aumentar a produção de forma sustentável até 2050, duplicando a oferta de comida por causa do crescimento populacional.
O crescimento da produção de alimentos terá que ser acompanhada, de acordo com o pesquisador, da redução da área plantada. Isso só será possível aumentando a produtividade no campo:
- O Brasil será um dos protagonistas desse aumento de produtividade, além dos Estados Unidos e da Ásia. Claro, gostaríamos que a África também estivesse envolvida.
Citando pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, feita com base no censo agropecuário, Elibio afirmou que há aproximadamente três milhões de propriedades rurais responsáveis por 25% do valor bruto da produção nacional, ao mesmo tempo em que outras 1,5 milhão de fazendas respondem por 76% desse valor. Ao aumentar a capacidade de produção do primeiro grupo, geralmente relacionada à agricultura familiar de subsistência, será possível atender à demanda por mais alimentos. Ele garante que isso pode ser alcançado com medidas simples, como a distribuição de adubos e sementes de qualidade.
- Essas medidas, no entanto, devem envolver educação. Os filhos desses agricultores têm que estudar. Ao ver a agricultura pela sua produtividade, temos que considerar também a relação de crianças na escola - ressaltou Elibio.
Um dos trunfos brasileiros para aumentar sua capacidade de produção é justamente a biodiversidade do país. Por isso é necessário não apenas diminuir a expansão da fronteira agrícola, mas também preservar os nutrientes, os aquíferos e a estrutura do solo.
Neste panorama, o pesquisador da Embrapa considera fundamental o uso dos transgênicos. A tecnologia garantirá redução de emissão de gás carbônico na atmosfera, menor uso de inseticidas e mais lucros.
- Há praticamente duas décadas o transgênico vem sendo avaliado, não existe qualquer dano à saúde humana, animal ou ao meio ambiente. Tem sido empregado por milhões de agricultores, sem qualquer evidência ou demostração de malefícios. Será a próxima revolução verde. - afirmou o pesquisador. - Não sou favorável que técnicas rudimentares, de centenas de anos atrás, sejam usadas na agricultura de subsistência.
Fonte: Globo.com
Fonte: Globo.com
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