As emissões americanas de dióxido de carbono caíram em 2011 e estavam, no primeiro trimestre de 2012, nos níveis mais baixos registrados em 20 anos, no momento em que os Estados Unidos consomem mais gás natural e menos carvão, revelou nesta sexta-feira a Agência de Informação de Energia (EIA).
Esta queda surpreendente do segundo maior emissor de CO2 ocorre apesar da falta de regulamentações visando a limitar o aquecimento global, mas não se sabe se esta queda é temporária ou se anuncia uma tendência mais significativa.
Segundo dados oficiais divulgados pela EIA, as emissões de carbono ligadas ao consumo de energia caíram 2,4% entre 2010 e 2011. Ao contrário da última queda, ocorrida durante uma retração da economia em 2009, esta não é registrada exatamente como consequência das flutuações econômicas.
No primeiro trimestre de 2012, essas emissões estavam em queda de quase 8% em relação ao mesmo período de 2011, atingindo os mais baixos níveis desde 1992. A EIA relativiza esta diminuição, explicando que o inverno suave provocou a diminuição da demanda por aquecimento.
Se a EIA considera ser "difícil tirar conclusões" de um ano para o outro, a utilização de gás natural em substituição ao carvão e o aumento da eficácia energética dos carros podem ter um impacto em longo prazo.
Este trimestre registrou os mais baixos níveis de emissões de CO2 ligadas ao carvão - a fonte de energia mais "suja"- desde 1983. "As instalações tem utilizado mais gás natural, que é mais barato", explica a EIA em um relatório.
Emitindo menos CO2 do que o carvão, o gás natural está em expansão, apesar da técnica controversa utilizada em sua extração, devido aos grandes riscos de contaminar os lençóis freáticos.
A agência considera que as emissões americanas em 2020 serão mais de 9% inferiores às registradas em 2005, mesmo que nenhuma outra regulamentação seja adotada.
O presidente Obama chegou a prometer uma redução das emissões de CO2, mas não foi seguido pelo Congresso. Os republicanos consideram as medidas para atingir esta meta caras demais.
As negociações internacionais também estão em um impasse, e a China, que é a maior emissora, se recusa a assinar qualquer tratado.
IGCiência
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