quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Instituto de alimentos pede suspensão da produção de etanol nos EUA

Uma crise alimentar global pode chegar “muito brevemente”, enquanto a seca dizima colheitas de milho nos Estados Unidos, maior produtor mundial, disse o Instituto de Pesquisa de Políticas de Alimentos.
Governos devem agir para impedir a crise, afirmou terça-feira (14) Shenggen Fan, diretor-geral do instituto. Os EUA deveriam parar com seu programa de biocombustíveis, que utiliza 40% da produção de milho, para incentivar o fornecimento a produtores de carne, disse Fan. O instituto, baseado em Washington, e apoiado por governos e organizações internacionais, é parte do Sistema de Informações de Mercado Agrícolas, formado pelas Nações Unidas para monitorar custos dos alimentos.
“O maior problema são as políticas,” afirmou Fen. “A produção de biocombustível tem de ser brecada. Isto na verdade joga os preços mundiais de alimentos para cima e muitas pessoas pobres sofrem, particularmente mulheres e crianças.”
O preço do milho, usado desde alimento de gado até adoçantes, alcançou um recorde de U$ 8,49 por bushel (um bushel equivale a 35 litros) em 10 de agosto e aumentou 57% desde 15 de junho. Isto levou a inflação mundial de alimentos rastreada pela ONU a subir 6,2% em julho em relação ao mês anterior, o maior pulo desde novembro de 2009.
José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO, a organização da ONU para alimentos, pediu uma suspensão da produção americana de etanol para permitir que parte maior da colheita seja usada para alimentos de humanos e gado, segundo o Financial Times. Vinte e cinco senadores e 156 deputados federais americanos pediram que a Agência de Proteção Ambiental suspenda ou abaixe a medida de etanol que o país pode usar este ano e no próximo.
Cerca de 4,5 bilhões de bushels de milho devem ser usados na produção americana de etanol no ano começando em setembro, estima o Departamento de Agricultura (USDA). Isto é quase tanto quanto a produção esperada conjunta de Argentina, Brasil e Ucrânia, os três maiores exportadores depois dos EUA, e mais do que as importações globais de 90,86 milhões de toneladas estimadas pelo USDA a partir do ano que se inicia em outubro.
Países que incluem Índia e China devem liberar seus estoques de alimentos para ajudar os pobres a enfrentar os custos, e os governos devem evitar impor proibições de exportações para impedir a repetição de uma crise global de alimentos como a de 2008, disse Fen, de acordo com o Renewable Energy World.
National Geographic.com

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