terça-feira, 21 de agosto de 2012

Cientistas querem fabricar nuvens contra o aquecimento global

Um grupo de especialistas em atmosfera terrestre estuda a criação de nuvens sobre oceanos como forma de combater o aquecimento global. A ideia, digna de ficção científica, vem sendo analisada há tempos, mas já pode entrar em fase de experimento, em pequena escala, segundo artigo publicado este mês no periódico científico Philosophical Transactions of the Royal Society.
Mas para que isso aconteça é preciso mais engajamento da comunidade científica, pouco simpática à proposta. Só assim será possível atrair financiamento para a realização dos testes, diz um dos autores, o físico Rob Wood, no site da Universidade de Washington.
É que a criação induzida de nuvens faz parte de um conceito mais abrangente chamado de geoengenharia, que engloba os esforços em usar a tecnologia para manipular o meio ambiente. Em geral, as propostas da geoengenharia esbarram em questões éticas e políticas ligadas às incertezas sobre os efeitos colaterais de intervenção no delicado ecossistema terrestre.
Produzindo nuvens
A teoria por trás do projeto prevê o borrifamento de vapor de água salgada sobre o mar para induzir a formação de nuvens espessas e brancas capazes de refletir a luz solar, impedindo assim que o planeta aqueça.
Barcos futuristas, monitorados por controle remoto e equipados com um sistema de "spray" gigante, seriam reponsáveis por aspergir a solução no ar. O objetivo é aumentar em 10% a reflexividade das nuvens marinhas do tipo stratus-cumulus, que são baixas, densas e cobrem pelo menos 25% dos oceanos.
No entanto, a título de experimento, o teste começaria com a instalação de um tubo gigante em um navio comum ou numa barcaça que faria o borrifamento da água salgada na altura desejada. Em seguida, uma pequena aeronave equipada com sensores analisaria as características físicas e químicas das partículas e sua dispersão.
Mais à frente, na fase final do experimento, os pesquisadores enviariam de cinco a 10 navios que se espalhariam num raio de 100 quilômetros. Dessa forma, as nuvens resultantes seriam grandes o suficiete para serem observadas por satélites.
Exame.com

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