sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Arqueólogos desvendam tumba maia de 1.500 anos em Palenque, no México

Arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah) entraram pela primeira vez em uma câmara funerária maia de 1.500 anos no sítio arqueológico de Palenque, em Chiapas, no México. Os especialistas acreditam que a tumba pode pertencer a K’uk Bahlam I, que teria ascendido ao poder em 431 d.C, feito que faz dele um dos primeiros governantes desta cidade e provável fundador da dinastia do célebre líder maia Pakal, o Grande, cujo sarcófago foi encontrado há 50 anos.
A tumba real foi descoberta há 13 anos no interior do Templo XX em Palenque, uma das mais imponentes cidades maias já encontradas, mas apenas na semana passada os arqueólogos puderam ingressar em seu interior, revela o comunicado oficial do Inah publicado nesta sexta-feira (14).
“Pelas datas, estamos diante do nascimento da dinastia de Palenque. Podemos estar falando do recinto funerário de seu fundador”, declarou o arqueólogo Arnoldo González Cruz, responsável pela descoberta em 1994 da famosa tumba da Rainha Vermelha, também em Palenque, e por conduzir a atual pesquisa ao lado do restaurador Rogelio Rivero Chong.
Investigações seguirão em curso para confirmar tal hipótese. “O espaço pode até mesmo ser uma antecâmera, já que ainda não sabemos o que há mais abaixo”, acrescentou González. Até o momento, os arqueólogos encontraram 11 vasilhas e centenas de peças, entre elas objetos talhados em pedra verde – possivelmente jade, muito apreciada pela altas castas maias –, além de um colar e um anel.
O mais destacável, porém, são as pinturas murais em vibrantes tons de vermelho que recobrem três das quatro paredes da câmara mortuária, situada a seis metros de profundidade em relação à parte superior do templo, com teto abobadado. O recinto, de planta retangular, tem 3,4 metros de comprimento, 1,43 metro de largura e 2,5 metros de altura. As pinturas representam os senhores de Xibalbá, o inframundo maia.
“O mais importante dos recintos funerários desta época (400 a 550 d.C.) é a pintura. Estamos diante de um dos poucos exemplos de murais descobertos em contextos funerários em Palenque, eis a importância do trabalho que estamos realizando”, destacou González.
Antes de seguir a exploração no local, a prioridade é recuperar e estabilizar a pintura mural, tarefa que deve se estender pelas próximas três semanas. “É preciso fixar e consolidar a camada pictórica e, ao mesmo tempo, fazer registros gráficos e fotográficos.”
Acredita-se que o sítio arqueológico de Palenque ainda tem muito a revelar: apenas 15% de sua área total foram escavados até hoje.
National Geographic

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