A redução de poluição atmosférica dos EUA entre 2000 e 2007 se traduziu em um aumento direto da expectativa de vida de 0,35 ano nos Estados Unidos. É o que afirma uma pesquisa publicada nesta segunda-feira no periódico científico Epidemiology.
Segundo os pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard, trata-se do mais completo estudo já realizado no país a analisar os benefícios diretos que a redução de partículas nocivas à saúde pode trazer.
Os cientistas mediram em 545 condados (subdivisões estaduais americanas; existem 3.033 no país) a concentração no ar de partículas inaláveis finas, liberadas quando ocorre a queima de combustíveis fósseis. Quanto menores, mais nocivas à saúde elas são. Na categoria estudada, estão partículas com menos de 2,5 micrômetros (unidade equivalente à milionésima parte do metro), ligadas a doenças cardiovasculares e pulmonares.
poluição atmosférica tem caído gradualmente nos Estados Unidos desde a década de 1980, mas o ritmo desacelerou a partir dos anos 2000. Os cientistas de Harvard queriam saber se, apesar de mais lenta, essa redução poderia ainda assim influenciar a expectativa de vida. E a resposta encontrada foi "sim".
Nos mais de 500 condados observados, um corte na concentração atmosférica de 10 microgramas (a milionésima parte da grama) de partículas inaláveis por metro cúbico, por dia, resultou em um ganho médio de 0,35 ano na expectativa de vida da população, ao longo dos sete anos da pesquisa.
De acordo com o professor Luiz Alberto Amador Pereira, do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), o resultado é importante porque dá respaldo para que os limites máximos de concentração de poluentes aceitos pelas agências reguladoras sejam revistos para baixo.
Em áreas urbanas, melhores resultados — Outro ponto observado pelo estudo é que qualquer redução de poluentes tem benefícios muito maiores para as populações urbanas. Em condados com uma proporção de residências urbanas acima de 90% do total, o ganho em expectativa de vida, mediante uma redução de 10 microgramas de partículas inaláveis por metro cúbico, foi bem maior: 0,95 ano.
Os cientistas especulam que a composição das partículas inaláveis pode ser diferente em áreas urbanas e rurais.
"Apesar de a população americana, no geral, estar exposta a níveis muito inferiores de poluição do ar do que há 30 anos, principalmente por uma regulamentação mais severa, parece que futuras reduções dos níveis máximos de partículas nocivas permitidas continuariam a beneficiar a saúde pública", diz o principal autor do artigo, Andrew Correia, do HSPH.
Veja.com
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