quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Sondas Grail revelam que asteroides danificaram a crosta lunar

A superfície da Lua é muito mais porosa do que se imaginava e sua crosta é muito mais fina que a esperado. Duas sondas da Nasa, do tamanho de duas máquinas de lavar, criaram o mapa do campo gravitacional da Lua e a partir disto determinaram o volume e a composição da sua crosta. Os resultados da prospecção mudaram o que se sabia sobre a superfície lunar e podem também revelar muito sobre o passado do Sistema Solar.
O estudo revelou com riqueza de detalhes uma série de características que nunca tinham sido observadas antes. Os pesquisadores descobriram que a crosta lunar é toda fraturada e porosa, o que sugere que, nos primeiros bilhões de anos de sua existência, a Lua foi ainda mais bombardeada por asteroides do que se acreditava.              
Era sabido que que os planetas foram bombardeados no início do Sistema Solar, mas ninguém havia ainda previsto que a Lua tinha passado por um verdadeiro massacre. Estes impactos ejetaram material das crateras, lançando-os para outras áreas. Veja quantas crateras há na Lua”, disse Mara Zuber, cientista do MIT e que liderou a missão Grail (Gravity Recovery and Interior Laboratory).
Cientistas dos três estudos baseados na análise da GRAIL e publicados nesta quarta-feira (5) no periódico científico Science afirmam que o processo gerado pelo impacto gerou fraturas e maior porosidade na crosta lunar também deve ter acontecido com a Terra.              
“Porém com a Terra houve movimento das placas tectônicas, erosão e o surgimento de montanhas, que apagaram as marcas destes impactos na crosta terrestre. Ao estudar a Lua, nós podemos saber mais sobre o que aconteceu com Terra, no início de sua história, quando passou por este processo severo de choques com asteroides deixados durante a formação dos planetas”, disse Mara.
Pedaço da Terra
Os pesquisadores puderam determinar a espessura da crosta lunar – que tem entre 43 quilômetros e 34 quilômetros, em vez dos 60 quilômetros imaginados anteriormente. A análise também descobriu que a abundância de alumínio na Lua é semelhante à encontrada na Terra, o que sustenta a teoria de que a Lua se originou de um grande choque com nosso planeta.
O resultado da análise mostra que a crosta da Lua tem espessura semelhante à crosta terrestre. Isto sustenta o modelo de que a Lua é derivada de material terrestre que foi ejetado durante um grande impacto no começo do sistema solar”, disse Mark Wieczorek do Instituto de Física da Terra de Paris e autor de um dos estudos.
O mapa da gravidade foi criado a partir da transmissão de sinais de rádio que definiram com precisão a distância entre as sondas enquanto elas orbitavam a Lua. Como as sondas sobrevoaram áreas de maior e menor (gravidade causada por montanhas e crateras ou massas escondidas pela superfície lunar, a distância marcada entre as duas sondas mudava de maneira sutil.
As duas sondas GRAIL chegaram à Lua em janeiro e levaram três meses para alinhar os instrumentos de medição. Os três estudos publicados esta semana usaram dados coletados dos três primeiros meses de trabalho.
IGCiência

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