No ano passado, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) concluiu que há 95% de certeza de que o aquecimento global é real e causado pela ação humana. Os governos, no entanto, nada fazem para resolver o problema, e a emissão de gases de efeito estufa continua crescendo. Com esse cenário pessimista, muitos cientistas passaram a considerar, com seriedade, a hipótese de modificar artificialmente o clima da Terra. Essa área de estudo tem até mesmo um nome: geoengenharia, a aplicação da engenharia para mudar o clima do planeta em larga escala.
Até o momento, não há tecnologias prontas para "hackear" o clima do planeta. Mas algumas propostas já foram sugeridas, como criar um "satélite guarda-sol" para diminuir a quantidade de calor que o planeta recebe do Sol ou fertilizar milhões de algas marinhas para que elas absorvam mais CO2. Uma das ideias mais estudadas é a de criar uma erupção vulcânica artificial.
O papel dos vulcões no clima já é bem conhecido. As erupções liberam partículas que ao mesmo tempo bloqueiam os raios solares e absorvem calor emitido na Terra, funcionando como um resfriador do clima. Um bom exemplo desse efeito ocorreu com a erupção do Monte Pinatubo, nas Filipinas, em 1991. Segundo os cientistas, essa erupção, uma das maiores do século XX, foi responsável por diminuir a média de temperatura em 0,5ºC nos dois anos seguintes. A proposta de geoengenharia é injetar artificialmente essas partículas na estratosfera para conseguir o efeito de esfriamento.
Pesquisadores da Universidade de Reading, no Reino Unido, decidiram testar a hipótese. Usando modelos de computadores, eles simularam os efeitos desse tipo de geoengenharia no planeta. Os resultados, publicados nesta quarta-feira (8) na revista científica Environmental Research Letters, mostram que a geoengenharia pode funcionar. Mas os efeitos colaterais não serão nada agradáveis.
Época.com
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