Estudo publicado neste domingo (24) na revista científica “Nature Climate Change” sugere que picos de calor associados à elevação da temperatura global já teriam reduzido em 10% a capacidade de trabalho em atividades expostas ao “estresse” térmico.
Ainda segundo a investigação, até 2050 essa capacidade pode cair mais 10%. Seriam impactados trabalhadores de setores como agricultura, construção civil e integrantes das Forças Armadas – profissões que, segundo cientistas, estão mais expostas às variações do clima.
Ainda segundo a investigação, até 2050 essa capacidade pode cair mais 10%. Seriam impactados trabalhadores de setores como agricultura, construção civil e integrantes das Forças Armadas – profissões que, segundo cientistas, estão mais expostas às variações do clima.
A pesquisa, elaborada por um grupo da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), aponta como zonas vulneráveis a esta queda na produtividade a região da Península Arábica, o subcontinente indiano, o Sudeste da Ásia, além do Norte da Austrália.
De acordo com John Dunne, um dos autores da pesquisa, a única forma de manter a produtividade no trabalho é limitar o aquecimento global em menos de 3º C. Ele complementa dizendo que a temperatura média da Terra aumentou cerca de 0,7º C em relação ao período pré-industrial, com chances de subir 1º C ainda neste século.
Mudança de hábito
O estudo aponta também que alguns trabalhadores já lidam com a adaptação ao estresse térmico e cita como exemplo a realização da sesta durante as horas mais quentes do dia -- hábito muito comum em países como a Espanha, onde os moradores descansam sempre após o almoço.
Mudança de hábito
O estudo aponta também que alguns trabalhadores já lidam com a adaptação ao estresse térmico e cita como exemplo a realização da sesta durante as horas mais quentes do dia -- hábito muito comum em países como a Espanha, onde os moradores descansam sempre após o almoço.
Além disso, já há obras que são realizadas no período noturno, quando as temperaturas caem, ou interrupção completa das atividades durante o pico de calor e umidade.
Para obter tais dados, foram desenvolvidos modelos computacionais que baseiam-se na elevação de 0,8º C na temperatura global e aumento de 5% na umidade, em 2010, mediante à média anual do período que vai de 1860 a 1960.
A partir disso, o estudo conseguiu prever um aquecimento entre 1,4º C e 1,7º C da temperatura do planeta e elevação de 11% na umidade até 2050.
Os autores deixam claro no documento que não foram considerados vários fatores que podem alterar esta tendência, como progressos tecnológicos ou flutuações nas emissões de gases causadores de efeito estufa.
G1
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