Levante-se agora, entre em um foguete russo (o único disponível desde que a Nasa interrompeu o programa de ônibus espaciais) e siga viagem em linha reta. Você vai andar uma distância inimaginável para os nossos padrões. São 1029 metros — ou o número 1 seguido de 10 bilhões de bilhões de bilhões de zeros.
Ao chegar lá, você encontraria uma galáxia como a Via Láctea, iluminada por uma estrela igualzinha ao Sol, um planeta com atmosfera, mares e continentes, assim como a Terra. Entre seus habitantes, estão primatas desenvolvidos, que construíram grandes cidades. A sua cidade está lá. Sua casa também. Ei, quem é aquele lendo um artigo sobre universos paralelos em uma revista, sentado igualzinho a você? Se você parou para pensar, saiba que seu outro “eu” acaba de fazer a mesma coisa. Nada disso é ficção científica. A mecânica quântica consegue comprovar que existem inúmeras pessoas iguais a nós. Mas podemos recorrer a uma teoria bem mais simples e antiga, a do Big Bang, que já permite entender que o nosso universo não é o único. A partir desta constatação, é possível concluir que existem outros, idênticos aos nossos.
O mais longe que a luz das estrelas consegue viajar até nós é por 13,7 bilhões de anos, data que remonta ao nascimento do Universo. Ou, em termos de distância, 4 x 1023 quilômetros. Mas isso não quer dizer que não exista nada depois. Significa apenas que o restante está além do que conseguimos enxergar hoje com nossos telescópios. Mas sabemos que os outros universos estão lá, e que eles surgiram da mesma forma, e ao mesmo tempo, que o nosso.
Estamos, portanto, dentro de uma bolha, no meio de um infinito número de outras bolhas — que, por sua vez, tiveram seus próprios Big Bangs e seguem leis da física idênticas às nossas. Pequenas diferenças nas condições iniciais de surgimento devem ter gerado universos com galáxias e estrelas dispostas de outra forma. Mas existem outros que tiveram exatamente o mesmo processo de gestação e geraram clones de tudo o que conhecemos.
Os ingredientes que formam universos são os mesmos. Eles podem ter sido misturados em quantidades um pouco diferentes, mas não existem combinações suficientes para garantir que todos sejam únicos. Houve momentos em que o processo se repetiu exatamente da mesma forma, e assim surgiram universos idênticos aos nossos. Se eles são iguais, lá está outra Terra, outros seres humanos como nós. É esquisito, até mesmo contraintuitivo, mas já pode ser comprovado pela física.
A noção de que existem múltiplos “eus” vivendo a mesma vida que nós no mesmo momento apresenta uma questão filosófica importante: temos controle sobre nossas vidas ou nosso destino já está decidido desde que nascemos? Se temos controle, como é possível que todos os outros “eus” tomem as mesmas decisões juntos? Para mim, nosso passado, nosso presente e nosso futuro já estão decididos, e não há nada que possamos fazer quanto a isso. SERÁ???
Ao chegar lá, você encontraria uma galáxia como a Via Láctea, iluminada por uma estrela igualzinha ao Sol, um planeta com atmosfera, mares e continentes, assim como a Terra. Entre seus habitantes, estão primatas desenvolvidos, que construíram grandes cidades. A sua cidade está lá. Sua casa também. Ei, quem é aquele lendo um artigo sobre universos paralelos em uma revista, sentado igualzinho a você? Se você parou para pensar, saiba que seu outro “eu” acaba de fazer a mesma coisa. Nada disso é ficção científica. A mecânica quântica consegue comprovar que existem inúmeras pessoas iguais a nós. Mas podemos recorrer a uma teoria bem mais simples e antiga, a do Big Bang, que já permite entender que o nosso universo não é o único. A partir desta constatação, é possível concluir que existem outros, idênticos aos nossos.
O mais longe que a luz das estrelas consegue viajar até nós é por 13,7 bilhões de anos, data que remonta ao nascimento do Universo. Ou, em termos de distância, 4 x 1023 quilômetros. Mas isso não quer dizer que não exista nada depois. Significa apenas que o restante está além do que conseguimos enxergar hoje com nossos telescópios. Mas sabemos que os outros universos estão lá, e que eles surgiram da mesma forma, e ao mesmo tempo, que o nosso.
Estamos, portanto, dentro de uma bolha, no meio de um infinito número de outras bolhas — que, por sua vez, tiveram seus próprios Big Bangs e seguem leis da física idênticas às nossas. Pequenas diferenças nas condições iniciais de surgimento devem ter gerado universos com galáxias e estrelas dispostas de outra forma. Mas existem outros que tiveram exatamente o mesmo processo de gestação e geraram clones de tudo o que conhecemos.
Os ingredientes que formam universos são os mesmos. Eles podem ter sido misturados em quantidades um pouco diferentes, mas não existem combinações suficientes para garantir que todos sejam únicos. Houve momentos em que o processo se repetiu exatamente da mesma forma, e assim surgiram universos idênticos aos nossos. Se eles são iguais, lá está outra Terra, outros seres humanos como nós. É esquisito, até mesmo contraintuitivo, mas já pode ser comprovado pela física.
A noção de que existem múltiplos “eus” vivendo a mesma vida que nós no mesmo momento apresenta uma questão filosófica importante: temos controle sobre nossas vidas ou nosso destino já está decidido desde que nascemos? Se temos controle, como é possível que todos os outros “eus” tomem as mesmas decisões juntos? Para mim, nosso passado, nosso presente e nosso futuro já estão decididos, e não há nada que possamos fazer quanto a isso. SERÁ???
O autor do texto é Max Tegmark cosmólogo sueco, professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e diretor científico do Foundational Questions Institute.
Galileu.com
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