segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Voyager 1 atinge nova região na fronteira do Sistema Solar

A sonda Voyager 1, da Nasa, acaba de entrar em uma nova região na fronteira entre o Sistema Solar e o espaço interestelar. Dados enviados pela nave ao longo do último ano revelam que a área é uma espécie de “purgatório cósmico”, onde o vento de partículas carregadas do Sol para e o campo magnético do Sistema Solar se comprime, com partículas de alta energia escapando da heliosfera para o espaço interestelar.
- A Voyager nos diz que estamos numa zona de estagnação na camada externa da bolha em torno do nosso Sistema Solar – diz Ed Stone, cientista do projeto Voyager no Instituto de Tecnologia da Califórnia. - A Voyager nos mostra que o que está lá fora é extremamente escuro. Não devemos esperar muito para saber como é o espaço entre as estrelas.
Embora esteja a mais de 18 bilhões de quilômetros do Sol, a sonda, lançada em 1977, ainda não está no espaço interestelar. Segundo os últimos dados, as linhas do campo magnético não mudaram de direção, indicando que a Voyager 1 anda está dentro da heliosfera, a bolha de partículas carregadas que o Sol lança ao espaço. Os dados também não mostram quando a nave vai ultrapassar essa fronteira, mas sugerem que isso se dará dentro de alguns meses a poucos anos.

As últimas descobertas foram anunciadas nesta segunda-feira durante reunião de outono da União Americana de Geofísica, em São Francisco. Na semana passada, artigo publicado na revista "Science" descreve as primeiras informações sobre as características do espaço interestelar enviadas pelas Voyager 1 e 2, com as naves relatando a primeira detecção da chamada emissão Lyman-alfa em nossa galáxia. A emissão Lyman-alfa acontece quando um elétron salta entre os primeiro e segundo níveis de energia de um átomo de hidrogênio, elemento mais abundante no espaço entre as estrelas. Este salto deixa uma marca característica no espectro de radiação de objetos celestes e é considerado pelos astrônomos um importante indicador da taxa de formação de novas estrelas em galáxias distantes. Apesar disso, ela nunca tinha sido observada dentro da nossa própria galáxia.


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