Aos olhos de muitos cientistas planetários a superfície do hemisfério norte de Marte parece ter abrigado um oceano há muito tempo. Agora as coisas também “soam” dessa forma. Um veículo espacial europeu, equipado com um radar de sondagem que lança ondas de rádio contra o planeta para investigar sua composição, identificou o que parecem ser depósitos sedimentares no norte marciano. Os sedimentos, que poderiam estar misturados ao gelo, representariam os restos de um raso oceano que existiu há cerca de 3 bilhões de anos, de acordo com um estudo publicado em janeiro, na Geophysical Research Letters. A nova pesquisa se baseia em uma série de sondagens de radar feitas pelo instrumento Marsis da sonda orbital Mars Express produzida pela Agência Espacial Europeia, que orbita Marte desde 2003. “Mapeamos a intensidade do eco de superfície de todo o planeta”, explica o principal autor do estudo Jérémie Mouginot, geofísico da University of California em Irvine. Na formação Vastitas Borealis, um depósito geológico próximo ao polo norte marciano que há muito suspeita-se ter origem sedimentar, a refletividade do radar foi bastante baixa – menor do que seria esperado se a formação fosse vulcânica, e não sedimentar.
interpretação de Mouginot está de acordo com os dados obtidos por outro radar de sondagem, o Mars Reconnaissance Orbiter, da Nasa, que investigou a região há alguns anos. O instrumento Sharad dessa sonda sugeriu que a formação Vastitas Borealis compreendia uma camada sedimentar considerável ao redor das planícies vulcânicas. Baseado na extensão dos sedimentos identificados pela Mars Express, o oceano teria coberto uma grande região da planície norte, ainda que não por muito tempo.
Marte parece ter tido atividade geotérmica suficiente para derreter uma grande quantidade de água do solo e alimentar um oceano raso, com talvez 100 metros de profundidade, há cerca de 3 bilhões de anos. (Também pode ter existido um oceano anterior, adiciona Mouginot.) “Acredito que o que tivemos aqui foi um episódio de inundações rápidas ou algo do tipo que cobriu a planície norte”, avalia ele. Mas o ambiente teria sido frio e seco demais, para sustentar um grande corpo d’água por períodos de tempo geológicos. Dentro de 1 milhão de anos, mais ou menos, o oceano seria recongelado e enterrado sob o solo, ou teria escapado na forma de vapor. Os novos dados de radar oferecem suporte – mas não verdade sólida e incontroversa – para a visão há muito sustentada de que um enorme corpo d’água se espalhava pelo norte de Marte.
interpretação de Mouginot está de acordo com os dados obtidos por outro radar de sondagem, o Mars Reconnaissance Orbiter, da Nasa, que investigou a região há alguns anos. O instrumento Sharad dessa sonda sugeriu que a formação Vastitas Borealis compreendia uma camada sedimentar considerável ao redor das planícies vulcânicas. Baseado na extensão dos sedimentos identificados pela Mars Express, o oceano teria coberto uma grande região da planície norte, ainda que não por muito tempo.
Marte parece ter tido atividade geotérmica suficiente para derreter uma grande quantidade de água do solo e alimentar um oceano raso, com talvez 100 metros de profundidade, há cerca de 3 bilhões de anos. (Também pode ter existido um oceano anterior, adiciona Mouginot.) “Acredito que o que tivemos aqui foi um episódio de inundações rápidas ou algo do tipo que cobriu a planície norte”, avalia ele. Mas o ambiente teria sido frio e seco demais, para sustentar um grande corpo d’água por períodos de tempo geológicos. Dentro de 1 milhão de anos, mais ou menos, o oceano seria recongelado e enterrado sob o solo, ou teria escapado na forma de vapor. Os novos dados de radar oferecem suporte – mas não verdade sólida e incontroversa – para a visão há muito sustentada de que um enorme corpo d’água se espalhava pelo norte de Marte.
Scientific American
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