São tantas as pesquisas... muitas descobertas... E afinal: O que a Ciência deseja saber?
A maioria dos acadêmicos admite a probabilidade de que Isaac Newton, ao formular as leis da gravidade e inventar o cálculo diferencial, no fi nal do século 17, dominasse todo o conhecimento científico da época. Estima-se que, nos 350 anos seguintes, tenham sido publicados cerca de 50 milhões de trabalhos de pesquisa, além de inúmeros livros, nos campos da matemática e das ciências naturais. É bem possível que, hoje, os estudantes do ensino médio saibam mais sobre esses assuntos que o grande gênio, mesmo assim, a ciência ainda é vista como uma selva impenetrável de dados.
Uma das maneiras pelas quais os cientistas buscaram lidar com essa quantidade enorme de informações é por uma especialização cada vez maior, mas com resultados limitados.
Uma das maneiras pelas quais os cientistas buscaram lidar com essa quantidade enorme de informações é por uma especialização cada vez maior, mas com resultados limitados.
A cada dia nosso conhecimento parece mais limitado. Assim, os cientistas tiveram de recorrer a outra tática diante da selva de dados: ignorá-la em grande parte.
O que não chega a surpreender. Embora fundamental, com certeza, não é o conhecimento abrangente que faz o cientista, mas sim a ignorância. Por absurdo que pareça, os fatos, para esse profissional, não representam mais que um ponto de partida. Afinal, conforme uma observação sarcástica do dramaturgo George Bernard Shaw, num brinde a Einstein, a cada nova descoberta científica, surgem dez novas perguntas.
Com base nesse cálculo a ignorância estará sempre à frente do conhecimento. A ideia de que apesar de tudo que já aprendemos há muito mais a examinar é consenso entre cientistas e leigos. Um ponto ainda mais relevante é que, diariamente, descobrimos que há cada vez mais coisas para conhecer. Uma das principais consequências do conhecimento científico é o desenvolvimento de formas novas e aprimoradas de sermos ignorantes. Não se trata, aqui, do que se associa, em geral, à falta de curiosidade ou educação, mas de uma qualidade culta e refinada. Esta é a essência do trabalho do cientista: a distinção entre as conotações diversas desse mesmo conceito, tanto ao elaborar pedidos de subvenção como ao tomar uma cerveja durante suas reuniões. Nas palavras de James Clerk Maxwell, provavelmente o maior físico entre as épocas de Newton e Einstein: “A consciência plena da ignorância é o prelúdio de todo progresso do conhecimento.
Com base nesse cálculo a ignorância estará sempre à frente do conhecimento. A ideia de que apesar de tudo que já aprendemos há muito mais a examinar é consenso entre cientistas e leigos. Um ponto ainda mais relevante é que, diariamente, descobrimos que há cada vez mais coisas para conhecer. Uma das principais consequências do conhecimento científico é o desenvolvimento de formas novas e aprimoradas de sermos ignorantes. Não se trata, aqui, do que se associa, em geral, à falta de curiosidade ou educação, mas de uma qualidade culta e refinada. Esta é a essência do trabalho do cientista: a distinção entre as conotações diversas desse mesmo conceito, tanto ao elaborar pedidos de subvenção como ao tomar uma cerveja durante suas reuniões. Nas palavras de James Clerk Maxwell, provavelmente o maior físico entre as épocas de Newton e Einstein: “A consciência plena da ignorância é o prelúdio de todo progresso do conhecimento.
Essa visão da ciência (como mais relacionada a perguntas que a respostas) deveria proporcionar certo alívio já que a torna menos ameaçadora, muito mais acessível e, até mesmo, divertida, à medida que passa a ser uma série de elegantes enigmas embutidos uns nos outros (e quem não gosta desse tipo de passatempo?). Além disso, as indagações ganham maior clareza e, muitas vezes, revelam- se mais interessantes que as respostas que, em geral, marcam a conclusão do processo enquanto perguntas nos mantêm no meio do turbilhão.
Assim, ao conhecer um cientista, não se deve perguntar o que ele sabe, mas o que deseja saber. Essa abordagem renderá uma conversa muito mais interessante – para ambas as partes.
Assim, ao conhecer um cientista, não se deve perguntar o que ele sabe, mas o que deseja saber. Essa abordagem renderá uma conversa muito mais interessante – para ambas as partes.
Scientific American
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