A cultura maia não se formou sozinha, mas sofreu influência de vários pequenos povos pouco conhecidos da América Central. De acordo com um novo estudo realizado por uma equipe internacional de 30 pesquisadores, o intercâmbio cultural na região, ocorrido a partir do ano 1,5 mil a.C, foi determinante para que os maias pudessem elaborar seus templos grandiosos, a escrita sofisticada e o alto conhecimento em matemática e astronomia.
As escavações iniciadas em 2005 na Guatemala contribuíram para uma nova teoria sobre um dos grandes mistérios referentes à civilização maia: sua origem. Muito conhecidos por suas grandiosas pirâmides, pela queda de sua cultura e principalmente pela sua mal interpretada teoria do fim do mundo, ainda não há um consenso sobre como a civilização começou.
Até agora, duas teorias dominavam o debate de pesquisadores sobre a origem dos maias. Uma sugere que eles se desenvolveram quase que inteiramente sozinhos na região que hoje corresponde ao Sul do México, Guatemala e Belize. A segunda teoria defende que uma civilização mais antiga, chamada olmeca, teve uma influência dominante no desenvolvimento dos maias.
Nosso estudo nos leva para uma terceira teoria, a de que importantes inovações, que incluem complexos cerimoniais com pirâmides, se formaram a partir da interação com vários outros povos”, disse Takeshi Inomata, da Universidade do Arizona (EUA), que liderou o estudo publicado nesta quinta-feira (25) no periódico científico Science.
Nosso estudo nos leva para uma terceira teoria, a de que importantes inovações, que incluem complexos cerimoniais com pirâmides, se formaram a partir da interação com vários outros povos”, disse Takeshi Inomata, da Universidade do Arizona (EUA), que liderou o estudo publicado nesta quinta-feira (25) no periódico científico Science.
Inomata explica que o intercâmbio ocorria entre povos das regiões de Chiapas, costa do Pacífico e das terras baixas maias. “Precisamos olhar para estes grupos menores e ver como eles interagiam”, disse. O palco principal dessa interação incluiu uma área entre a região tradicionalmente chamada de Olmeca e Maia. “Mas os nomes como "olmeca" e "maia" são algo que nós [pesquisadores] impomos aos povos antigos. Essas pessoas provavelmente não tinham uma identidade olmeca ou maia”.
Em coletiva de imprensa, o pesquisador explicou que após o declínio da civilização pré-colombiana San Lorenzo – que não construía pirâmides como os maias e nem era tão desenvolvida –, outros povos começaram a interagir e a se inspirar em San Lorenzo para então desenvolverem novas características culturais.
As escavações realizadas na Guatemala revelaram o mais antigo complexo cerimonial nas terras baixas maia do ano 1000 a.C.. Antes desta descoberta, o complexo mais antigo, descoberto no sítio arqueológico olmeca La Venta, era de 800 a.C.. “Algumas pessoas pensaram que tais complexos cerimoniais foram inventados em La Venta, e depois se espalhou para Chiapas, e, eventualmente, para as terras baixas maias. Mas, mostramos que um complexo cerimonial, foi construído no Ceibal antes de La Venta e se tornou centro de influência na região”, disse Inomata descartando a teoria de os olmecas teriam influenciado diretamente os maias. Ele defende que todos os teriam se influenciado mutuamente.
Agora a pesquisa, financiada pela National Geographic Society, vai examinar as condições climáticas e ambientais relacionadas com estas mudanças sociais. “O grupo vai ainda escavar as áreas residências de Ceibal para examinar como o cotidiano das pessoas mudou ao longo deste processo”, disse Inomata.
IGCiência
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