sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Frase

Antártica é influenciada pela temperatura do Atlântico






A Península Antártica, a área onde está a maior parte das bases de pesquisa científica, incluindo as duas espanholas, é a região do mundo que já sofreu o maior aquecimento devido às mudanças climáticas. Não está claro por que. Tampouco há uma boa explicação para o fato de que, enquanto no Ártico o volume de gelo diminuiu no verão em 30% desde o fim dos anos setenta, do outro lado do planeta o gelo marítimo se redistribui, aumenta em alguns lugares e diminui em outros, com um saldo ligeiramente positivo, ou seja, está crescendo lá. “Isto parece
paradoxal em um processo de aquecimento global e tem sido usado muitas vezes para questionar a visão amplamente aceita de que a mudança climática atual tem uma origem fundamentalmente antropogênica”, disse John King, especialista do Serviço Antártico Britânico (BAS, na sigla em inglês).
Já havia sido identificada a influência das mudanças no Pacífico sobre o clima da Antártica no verão austral, junto com o aumento da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera e a diminuição da camada de ozônio. Mas essa influência não era suficiente para explicar as alterações registradas no inverno, como a redistribuição do gelo – sua diminuição no mar de Bellinshausen é compensada pelo aumento no mar de Ross ocidental. “Nossa descoberta revela uma força desconhecida e surpreendente da mudança climática que está atuando no Hemisfério Sul: o oceano Atlântico”, disse Xichen Li, cientista da Universidade de Nova York, e seus colegas, que apresentaram a pesquisa na última edição da revista Nature. “Além disso, o estudo confirma que o aquecimento em uma região pode ter efeitos de longo alcance em outra”.
A equipe descobriu que a variação da temperatura da água no Atlântico Norte e tropical está claramente correlacionada com alterações da pressão no nível do mar em áreas da Antártica, o que influencia o comportamento do gelo, destaca o Comitê Científico sobre Pesquisa Antártica (SCAR, na sigla em inglês), um órgão consultivo do Tratado da Antártica.
Variação da cobertura de gelo marinho na Antártica calculada em porcentagens de extensão por década (1979 e 2012): o gelo aumenta nas áreas marcadas em vermelho (leste e oeste) e diminui nas zonas em azul. / National Snow and Ice Data Center (Boulder EE UU) / BAS

Mas Xichen Li e seus colegas não pararam nessa correlação e comprovaram o efeito com modelos climáticos em computadores verificando que geram as mudanças observadas no continente branco desencadeadas pela variação no Atlântico, e não vice-versa. “Com este estudo, vimos como o gelo da Antártica é redistribuído e também descobrimos que os mecanismos que o controlam são completamente diferentes dos mecanismos do Ártico”, diz David M. Holanda, um dos pesquisadores da equipe.

O gelo derrete com o aquecimento e forma uma cachoeira sobre o oceano na Antártica.
O aquecimento em uma região do planeta afeta outras mais distantes.

As anomalias do gelo se devem às variações dos ventos associadas com as mudanças nos padrões de pressão atmosférica em torno da Antártica, diz King em seu comentário sobre o trabalho dos pesquisadores da Universidade de Nova York. E essas mudanças estão relacionadas às anomalias de temperatura no Pacífico tropical, onde se originam os fenômenos atmosféricos que se espalham até as elevadas altitudes do sul. Assim, é possível explicar a variabilidade interanual do gelo marinho antártico no verão austral.
Em longo prazo e durante a temporada de inverno, os efeitos do Pacífico não são aparentes, mas os do Atlântico se manifestam, influenciando os ventos anômalos do sul e, portanto, impactando o continente branco. O calor no Atlântico tropical gera cadeias de ondas atmosféricas que se propagam por todo o planeta em duas semanas e acabam provocando pressões mais baixas sobre o mar de Amundsen, destacam Xichen Li e seus colegas no artigo publicado na Nature.
“O gelo marinho é um dos maiores desafios na modelagem do sistema terrestre”, lembra King. “Sua taxa de formação ou derretimento é controlada por pequenas diferenças entre grandes fluxos de calor da atmosfera e do oceano, e sua distribuição é fortemente influenciada pelos ventos e correntes oceânicas”, conclui.
ElPAÍS.com

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O penoso clima de 2013, em vídeo

Miniatura

Um dos exemplos mais incríveis sobre como opera o clima global é este vídeo abaixo, produzido pelo climatologista Mark Higgins, da Eumetsat, agência europeia de satélites meteorológicos. O filme é uma composição de dados de satélites com visão infravermelha –que monitoram nuvens de tempestades– e montagens fotográficas do projeto Blue Marble, da Nasa –que mostra a Terra sem nuvens. A junção dos dois bancos de imagem produz um retrato fiel do ciclo anual do clima.
É um retrato fiel de 2013, porém, que não foi um ano muito típico. Segundo a Noaa (agência atmosférica dos EUA), pode ter sido o quarto ano mais quente da história humana. O impacto disso é visível no mapa: no mês de setembro [5m30s], quando a cobertura de gelo no polo Norte chega ao mínimo. Foi o sexto pior derretimento registrado na história.
Outros fenômenos atípicos se destacam no vídeo de oito minutos, notadamente o tufão Haiyan [6m45s], o mais letal da história das Filipinas, com mais de 6.000 mortes contabilizadas até agora. Ainda não há estudos que liguem as temperaturas de 2013 especificamente à formação do Haiyan, mas já existe uma evidência estatística razoável de que o aquecimento global deve elevar o número de tufões e furacões mais fortes.
Mudanças climáticas à parte, é interessante notar também no vídeo os ciclos diários do clima global, visíveis sobretudo pelas nuvens que brotam na linha do equador como se fossem cuspidas por uma maria-fumaça. São as chuvas de fim de tarde de zonas equatoriais. (As nuvens mostradas no vídeo, em razão da detecção infravermelha, são aquelas mais altas e mais frias, o que oferece uma correlação razoável com tempestades.)
Essas nuvens perto do equador a chamada zona de convergência intertropical, onde ventos do sul se encontram com ventos do norte, forçam ar úmido a subir e geram tempestades tropicais. A linha da zona de convergência se move um pouco para o norte no meio do ano [4m05s], em razão da inclinação diferente da Terra em direção ao Sol.
Outro fenômeno fácil de notar é o fluxo de grandes tempestades se movendo de oeste para o leste. O fenômeno é mais visível ao longo do sul dos oceanos, mas é espelhado pelo movimento de outras tempestades, no hemisfério norte.
Essas são tempestades geradas pela ação das chamadas correntes de jato, que trafegam acima da estratosfera. Elas são uma consequência natural da rotação da Terra e do choque do ar aquecido da região tropical com o ar frio das regiões polares.
Por causa da rotação do planeta, esse choque de ar tende a formar tempestades em espiral, que eventualmente evoluem para furacões e tufões, como o Haiyan.
Correntes de jato percorrem os círculos polares numa trajetória ondulada, como uma cobra, uma movimentação possível de ver no vídeo em algumas partes. Esse padrão ondulado permite a penetração de mais ar frio em zonas tropicais e mais ar quente em zonas temperadas, levando a extremos climáticos como a onda de calor do ano passado nos EUA.
Ainda não há, aparentemente, muitos estudos ligando a mudança climática a essas correntes de jato mais onduladas e tortuosas, que bagunçam todo o clima mundial, principalmente no hemisfério norte. Meteorologistas como Jeff Masters, do site Weather Underground, porém, relatam que esse padrão tem sido cada vez mais comum.
Independentemente desse evento específico, porém, é razoável dizer que o aquecimento global já é um fenômeno visível aos satélites. Se o que falta aos céticos da mudança climática é “ver para crer”, uma sequência de vídeos como esse da Eumetsat ofereceria uma baita revelação.

A Year of Weather 2013


Hoje teve eclipse solar!



O SDO - Solar Dynamics Observatory registrou um eclipse solar hoje. E a foto acima é uma prova irrefutável do belo evento.
Mas, nem você nem ninguém daqui da Terra poderia ver o fenômeno que só foi observado do espaço, pelos olhos da sonda que orbita o nosso planeta.
Anualmente o SDO registra a passagem da Lua diante do disco solar. Mas o evento de hoje foi especial pois durou 2,5 horas, o mais longo nos quatro anos da missão. E o disco solar teve obstrução de 90%.
A sonda do SDO utiliza energia solar. Para evitar problemas, ela recebeu uma carga extra nas baterias para "sobreviver" à passagem da Lua diante da sua fonte de energia. 
Curiosamente, logo que a Lua sai da frente do Sol, ocorre um belo flare solar que tem origem na enorme região ativa AR 1967 que surgiu por esses dias e, por conta da rotação do Sol, ficará de frente para a Terra nos próximos dias. 

Pesquisadores da USP planejam exumar restos mortais de D. Pedro II

Dom Pedro II

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) planejam exumar os restos mortais de Dom Pedro II (1825-1891) e de sua filha, a princesa Isabel, para averiguar detalhes até agora desconhecidos sobre a família real.
"É um projeto da Faculdade de Medicina da USP. O trabalho está ainda sobre o papel, vamos dar um passo de cada vez", disse a pesquisadora Valdirene do Carmo, responsável também pela exumação de Dom Pedro I, feita há menos de dois anos.
Antes de desenterrar os restos mortais de Dom Pedro II, que governou o Brasil até 1889, quando a monarquia foi abolida, a equipe necessita da autorização dos herdeiros da família real, de autoridades do Estado e da Igreja Católica, já que o corpo está enterrado na Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Caso obtenham as permissões, os restos mortais do imperador e da princesa serão transferidos para São Paulo para passar por análises.
"Já fizemos o trabalho com o primeiro imperador. Seria interessante fazer análises com a nova geração, embora não saibamos que informações serão extraídas", afirmou Valdirene. Segundo ela, os resultados dependerão do estado de preservação dos corpos.
Veja.com 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

No Reino Unido, trens poderão ser monitorados via satélite

 Satélite

David Willetts, Ministro da Ciência do Reino Unido, quer usar satélites para monitorar o sistema de trens do país. A ideia foi revelada por ocasião da inauguração da High Speed Rail 2, uma ferrovia de alta velocidade.
A proposta é usar a estrutura do Galileu, o sistema de navegação da comunidade europeia, para organizar o fluxo de trens no país - o que reduziria os gastos de manuntenção com o sistema de sinalização.
De acordo com The Telegraph, o sistema ferroviário inglês conta com uma complexa rede que envolve 800 centros de sinalização.
Muitos deles ainda datam do tempo da Rainha Vitória, que reinou há 150 anos. Até 2016, o país quer reduzir para 12 o número de centros regionais.
Problemas
Segundo The Telegraph, a adoção da proposta do ministro envolve alguns problemas. Um exemplo é o fato de que o uso do Galileu para essa finalidade não seria permitido.
Outro ponto é o risco envolvido em possíveis falhas do sistema, que poderiam resultar em colisões entre trens. O jornal lembra ainda que sinais do satélite poderiam não funcionar dentro de túneis - como acontece com celulares.
Entretanto, o ministro inglês é enfatico na defesa de sua ideia de multiplicar os usos possíveis do Galileu. "Aeroportos ficariam abertos com mau tempo; barcos fazendo pesca ilegal poderiam ser rastreados; serviços de banda larga poderiam ser levados a áreas remotas", afirmou Willetts
Em órbita há dois anos, o sistema de navegação Galileu deve reunir cerca de 30 satélites até 2020. Criado para competir com o GPS americano, o projeto é um dos mais ambiciosos da história aeroespacial europeia.
Exame.com

Mundo enfrenta maior desigualdade desde a Segunda Guerra

Pobreza, homem pede dinheiro

O aumento da desigualdade desde 1990 devolveu o mundo aos níveis da época da Segunda Guerra Mundial, segundo afirma um relatório apresentado nesta quarta-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Segundo o relatório "Humanidade Dividida", publicado após dois anos de trabalho, a desigualdade cresceu 11% nos últimos 24 anos e mais de 75% da população nos países em desenvolvimento vive em sociedades onde a renda é distribuída de maneira mais desigual que em 1990 e se aproxima dos números de 1945.
"Este relatório explora as causas e as consequências da desigualdade que nos divide entre os países e dentro dos países, e mostra como não há nada inevitável neste crescimento da desigualdade", disse hoje a administradora do Pnud, Helen Clark, ao apresentar o documento.
Entre as causas desta situação, o relatório, cujo subtítulo é "Como fazer frente à desigualdade nos países em desenvolvimento", indica que a mudança tecnológica da qual estão excluídos aqueles sem acesso à internet, e a globalização financeira e comercial, que, apesar de incluir muitos países emergentes na dinâmica dos mercados, tornou-os mais vulneráveis a sua volatilidade.
Em um mundo mais rico que nunca, mais de 1,2 bilhões de pessoas ainda vivem em situação de extrema pobreza e a distribuição da riqueza é tal que o 1% mais rico da população mundial possui cerca de 40% dos recursos do mundo, enquanto 50% da população possui 1% de todos os recursos.
No entanto, à margem de causas de contexto internacional, o Pnud destacou a importância da política interna de cada país, que tem em suas mãos a missão de dirigir a distribuição da riqueza por meio da legislação fiscal e a de acesso à saúde e educação.
Além disso, ressaltou que as desigualdades cresceram mais nos países que experimentaram um crescimento rápido que naqueles onde sua prosperidade econômica se desenvolveu de maneira mais paulatina.
Apesar destes números, o Pnud fez insistência nos avanços conquistados pela comunidade internacional e os trabalhos de cooperação ao desenvolvimento e assinalou que o Produto Interno Bruto per capita dos países de baixa e média renda aumentou mais que o dobro desde 1990.
Segundo a diretora de crescimento sustentável do departamento de pobreza do Pnud, Anuradha Seth, "não é necessário sacrificar o crescimento para conseguir a igualdade", e assegurou que dos 24 países em desenvolvimento que cresceram acima da média mundial (cerca de 3%), em 11 deles se ampliou a brecha da desigualdade e em 13 se reduziu ou segue igual.
Seth quis distinguir entre a desigualdade de níveis de receita e educação e a desigualdade de oportunidades, que "estão íntima e proporcionalmente relacionadas, são as duas faces da mesma moeda, mas respondem a diferentes causas", afirmou.
Em relação à diferença nos níveis de receita e educação, a região da África Subsaaariana, América Latina e Caribe a combateu com sucesso nos últimos 20 anos, diferente do leste da Europa, da Ásia Central e do Sudeste Asiático.
Quanto à desigualdade de oportunidades, relacionadas com o acesso a emprego, saúde e educação, o relatório assegura que, por exemplo, as mulheres que vivem em áreas rurais têm três vezes mais probabilidades de morrer durante o parto que aquelas que vivem em centros urbanos e 87% da brecha nas taxas de mortalidade infantil vem dada pela desigualdade na riqueza.
Nestas desigualdades, as marginalizações por gênero, etnia ou religião seguem tendo um peso importante, segundo o relatório.
"Podemos suportar a pobreza, a podemos assumir como parte de nosso destino. Mas não podemos tolerar a desigualdade em questão de direitos humanos e justiça social", acrescentou o diretor do departamento de pobreza do Pnud, Selim Jahan. EFE
Exame.com

Homem pede na Justiça que Nasa investigue rocha 'viva' em Marte

 Montagem com fotos da Nasa mostram a superfície de Marte. Cientistas estão intrigados sobre como uma pedra apareceu misteriosamente numa foto enviada de Marte pela sonda Opportunity Foto: NASA / Reuters

O americano Rhawn Joseph, autor de diversos livros com assuntos que vão da vida alienígena aos ataques de 11 de setembro, pediu em um tribunal da Califórnia que a Justiça americana obrigue a Nasa a investigar mais detalhadamente uma misteriosa rocha que foi registrada pela sonda Opportunity, que está em Marte. Joseph, que se autointitula cientista, diz o objeto é um ser vivo. As informações são do site da revista Popular Science.

A rocha apareceu misteriosamente em uma imagem da sonda Opportunity, em Marte. Uma fotografia tirada do mesmo ponto dias antes não mostrava a pequena pedra.

A ação judicial é direcionada ao chefe da Nasa, Charles Bolden. No pedido, Joseph afirma que ao examinar a imagem, o objeto parece germinar de esporos. Ele afirma que a "rocha" estava lá o tempo todo, só que cresceu com o tempo.
"A recusa em tirar fotos de vários ângulos, a recusa em registrar imagens microscópicas do espécime, a recusar em divulgar imagens de alta resolução é inexplicável, imprudentemente negligente e bizarra", diz o pedido. 

O americano diz ter entrado em contato com vários funcionários da agência espacial, mas não obteve retorno. Na ação, ele pede que a Nasa registre 100 fotos de alta resolução em foco de todos os ângulos e em boas condições de luminosidade e 24 imagens microscópicas em foco.

Blog diz que sonda registrou óvni nos céus de Marte

O blog UFO Sightings Daily afirma que a sonda Curiosity registrou um óvni nos céus de Marte. Segundo o texto, o objeto parece se mover para o canto superior direito da imagem. Segundo o jornal Daily Mail, os "óvnis" em Marte são descartados como sendo meteoros.



Explosão estelar iluminará o céu nas próximas semanas

Supernova foi descoberta em galáxia próxima à Terra Foto: UCL University of London / BBCBrasil.com


Uma explosão estelar excepcionalmente próxima da Terra vai iluminar o céu nas próximas semanas. A explosão da supernova será na Galáxia do Charuto, chamada assim devido ao seu formato. O local fica a cerca de 12 milhões de anos-luz da Terra e oferecerá uma oportunidade única para se estudar uma supernova.

A descoberta, no entanto, foi feita por acaso. Steve Fossey, um astrônomo do University College de Londres (UCL), da Grã-Bretanha, descobriu a supernova com um pequeno telescópio de 35 centímetros.

"Estávamos fazendo uma observação há uma semana com estudantes do UCL e, em uma das imagens que conseguimos, de curta exposição, pudemos ver este ponto brilhante de luz na imagem da galáxia. Imediatamente nos demos conta que isto era uma supernova, a explosão de uma estrela", disse Fossey à BBC.

Fossey consultou colegas de outros observatórios e confirmou a descoberta. A União Astronômica Internacional catalogou a supernova como SN2014J.

A supernova é tão brilhante que poderá ser vista com telescópios domésticos de boa qualidade ou até mesmo com binóculos, quando atingir o ponto máximo de seu brilho, algo que deve ocorrer dentro de uma semana.
Junto com observadores do mundo todo, Fossey se prepara para recolher informações e aprender tudo o que puder enquanto a supernova for visível no céu.

Oportunidade
O astrônomo explicou que esta galáxia, "em particular, é incomum e está muito próxima; uma supernova tão próxima como esta provavelmente ocorre uma vez em décadas".

"É uma oportunidade excelente para a frota de naves espaciais que temos e para os observatórios na Terra", acrescentou Fossey.

A supernova da Galáxia do Charuto, na constelação de Ursa Maior, permanecerá brilhante por cerca de um mês e os cientistas querem aproveitar ao máximo a possibilidade de conhecer todos os segredos desta galáxia.
"Um dos modelos aceitos é que ela tem o que chamamos de uma anã branca, que efetivamente é uma estrela como o Sol e que está na fase final de sua vida, inerte e quente, uma estrela que tem uma companheira binária, uma amiga, atraindo material dessa amiga e ficando maior e mais quente até que se detona a uma temperatura crítica e explode em pedaços", explicou o astrônomo.​
"Com estas naves no espaço, podemos observar a onda expansiva deste material, desta explosão, ao impactar no material que há a seu redor, incluindo sua companheira. E esta é a chave, precisamos compreender a companheira", acrescentou Fossey.

O cientista afirma que esta poderia ser uma estrela como o Sol ou este poderia ser um outro tipo de evento espacial, que incluiria duas anãs brancas.

Para o cientista, compreender estes "estalos estelares" pode levar à resolução de outros mistérios, pois as "supernovas são faróis de luz".
Além de ajudar a compreender o processo de morte de uma estrela, as supernovas são muito importantes pela luminosidade, que permite medir com precisão as distâncias entre as galáxias do universo, disse Fossey.

O cientista afirmou que os astrônomos estão vivendo semanas de "atividade furiosa" com os instrumentos ópticos espaciais e terrestres apontando para a direção da galáxia, para acompanhar este processo e conseguir toda a informação possível sobre o brilhante fim desta estrela.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Prolongada e extrema onda de calor pode atingir níveis históricos RS


O fim de semana teve breve intervalo de temperatura amena no Rio Grande do Sul após o escaldante período de calor registrado na semana passada. No domingo mesmo já começou a ingressar uma massa de ar quente a partir do Norte do Estado, mas foi ontem que a temperatura voltou a disparar. As máximas na segunda-feira atingiram 37,4ºC em Santa Cruz do Sul, 37,3ºC em Porto Alegre e Campo Bom, 37,2ºC em Teutônia e 37ºC na Base Aérea de Canoas. O calor da segunda-feira, contudo, pode ser considerado fraco perto do que está por vir. Nos próximos dias, o tempo quente e abafado não vai dar trégua. No momento inicial da onda de calor, não são esperadas máximas tão altas quanto as da semana passada, quando fez perto de 40ºC à sombra, já que vão ocorrer freqüentes pancadas de chuva. O pior deve ser esperado para o começo de fevereiro, quando a massa de ar quente se intensificará muito sobre o Sul do Brasil. Não apenas o Rio Grande do Sul vai sofrer com marcas muito acima da média nos termômetros nos próximos 10 a 15 dias, mas também uma extensa área do Brasil (Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Paraguai, Uruguai e o Centro-Norte da Argentina. Será um evento excepcional de calor que pode fazer deste verão o mais quente ou um dos mais quente já registrados em mais de um século de observações.
 
Esta nova onda de calor, ainda em seu momento inicial, deverá ser muito longa e intensa com duração de meio mês. Há indicativos de que se formará junto ao Centro da América do Sul o que se convencionou chamar na Meteorologia dos Estados Unidos de um “heat dome”, verdadeira “bolha” gigante de ar extremamente quente associada a persistente área de alta pressão. É verdadeira panela de pressão com ar quente aprisionado nela e se intensificando enquanto o ar mais frio que poderia trazer alívio fica bloqueado mais ao Sul da América do Sul. Estabelece-se  padrão de bloqueio que desloca a corrente de jato mais ao Sul da posição normal com contínuo ingresso de ar quente de Norte e que se intensifica. A longa sequência de dias tórridos agrava o efeito da ilha de calor urbano e as cidades ficam ainda mais quentes com noites muito quentes. Quando se estabelece uma condição de bloqueio com uma bolha de ar quente tão intenso e extensa, as ondas de calor não apenas tendem a ser muito fortes como costumam ser longas com máximas extremas e até históricas. É muito provável que durante a primeira semana de fevereiro tenhamos máximas mais altas que as registradas na última onda de calor da semana passada. Haverá, ao que tudo indica, máximas no Rio Grande do Sul de 41ºC a 42ºC à sombra em estações meteorológicas. Hoje, não é possível ainda dizer se os recordes oficiais de calor do Estado de 1917 e 1943 (42,6ºC em Jaguarão e Alegrete) estão ameaçados, mas a temperatura tende a alcançar níveis extremos e vão ter relevância histórica.
O calor que se prevê para a primeira semana agora de fevereiro no Rio Grande do Sul pode superar em intensidade o registrado na primeira semana do mês em 2010. À época, uma poderosa onda de calor castigou o Estado e trouxe o famoso episódio de desmaio de um comentarista esportivo nas cabines de imprensa do Estádio Olímpico, o que acabou por criar a expressão popular “calor de desmaiar Batista”. A temperatura máxima superou 40ºC duas vezes neste mês de fevereiro de 2010 em Porto Alegre: 41,3ºC em 3/2 e 40,4ºC em 7/2 na rede do Sistema Metroclima.  A máxima do dia 3/2 teve valor superior ao recorde de calor de todos os tempos da cidade de 40,7ºC, de 1º de janeiro de 1943, porém não se considerou como novo recorde porque a estação onde foi registrada a marca é muito recente e se utiliza a estação do Jardim Botânico como referência para climatologia histórica da cidade. Já a mínima na estação do Instituto Nacional de Meteorologia no bairro Jardim Botânico de 27,9ºC, no dia 3 de fevereiro de 2010, foi a maior em cem anos de registros na cidade de Porto Alegre, superando as marcas anteriores 26,6ºC de 20 de dezembro de 1997 e os 26,9ºC de 29 de janeiro de 1933. Observe nos mapas abaixo a enorme semelhança de padrão entre o que se prevê para este começo de fevereiro e o fevereiro de 2010.


As máximas nesta semana devem se situar à tarde entre 37ºC e 39ºC no Rio Grande do Sul, sobretudo no Centro e no Oeste do Estado, incluindo a região de Porto Alegre. Por conta da variação de nuvens e das pancadas de chuva, a temperatura vai variar de um dia para o outro, mas seguirá quente e abafado. No próximo fim de semana, especialmente no domingo, a temperatura deve dar um salto maior a próxima semana, a primeira do mês de fevereiro, tende a marcar o auge do período quente com as marcas mais extremas, acima dos 40ºC. Será quando o centro do bolsão de ar mais quente estará sobre o Sul do Brasil. Alertamos que esta nova onda de calor poderá ter impacto econômico e social. São prováveis mais transtornos para a população por falta de luz e água com novos recordes de demanda e consumo. No campo, a soja terá estresse pelo calor excessivo e a intensa insolação, e ainda a avicultura pode sofrer mais perdas por mortes de frangos pela temperatura alta.
  

Nove coisas para saber sobre raios

O verão é a época do ano em que mais estamos sujeitos a raios: 45% das ocorrências no Brasil são nessa estação do ano, segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Anualmente, uma média de 133 pessoas morreram no país, nos últimos doze anos, em decorrência do fenômeno. Com isso, vale a pena se informar melhor sobre essas descargas elétricas. Conheça 9 coisas que você precisa saber sobre raios:
 1. A diferença entre raios, relâmpagos e trovões

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Muita gente já sabe essa resposta, mas não custa recapitular. Os raios são uma descarga elétrica que ocorre entre as nuvens e o solo (ou entre uma nuvem e outra), em decorrência da polarização das primeiras, por conta de uma tempestade, por exemplo. O relâmpago é o clarão que a gente vê, devido à rápida movimentação dos elétrons. Como eles se movem muito rápido, também se aquecem, gerando barulho, no caso, trovão.
2. Vulcões e tempestades de areia também podem gerar raios e relâmpagos
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Durante a erupção de um vulcão, as partículas entram em atrito e criam cargas elétricas. O mesmo acontece com tempestades de areia e de neve, e até mesmo bombas termonucleares, detonadas em solo. Essas cargas elétricas geram descargas, que costumam ser menos intensas do que a de uma tempestade, mas ainda assim, podem gerar relâmpagos e entrar em contato com o solo, criando raios.
 
3. O Brasil é o país onde caem mais raios no mundo
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Raios são mais comuns em locais de clima tropical. A cidade que mais recebe raios no mundo é Kifuka, na República Democrática do Congo. Mas, dada a extensão territorial do Brasil, é nosso país o campeão mundial na incidência de raios: são cerca de 57,8 milhões de ocorrências por ano. Para piorar, o aquecimento global e a urbanização contribuem para aumentar o fenômeno. Os cientistas do ELAT já verificaram o aumento das ocorrências nas grandes cidades, em relação às últimas décadas.
4. A temperatura de um relâmpago equivale a 5 vezes a temperatura solar
A temperatura de um relâmpago chega até 30 mil graus Celsius, enquanto a temperatura da superfície solar é de cerca de 5.800 graus. É o aquecimento do ar, de uma forma tão abrupta, que gera o barulho dos trovões.

5. Um raio pode cair mais de uma vez no mesmo lugar
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Apesar de a expressão dizer o contrário, os raios de fato caem mais de uma vez no mesmo lugar. Aliás, eles podem até cair repetidas vezes num ponto específico. Duvida? Pois tome como exemplo o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que todos os anos é atingido por uma média de 6 raios.
 
6. Como calcular a distância de um raio com o som
O barulho do trovão demora um tempo para chegar até nós, já que a velocidade da luz é bem maior do que a do som. Para saber mais ou menos a que distância um raio está de você, conte o tempo em segundos, do momento em que ver a luz do relâmpago até quando ouvir o som do trovão. Divida esse número por três e o resultado será aproximadamente a quantos quilômetros o raio caiu.

7. Como sobreviver à uma tempestade de raios
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A maior parte das mortes causadas por raios não acontece quando o dito cujo atinge a cabeça da pessoa, mas sim em decorrência da potência da descarga elétrica. Em locais abertos, você estará muito exposto. O raio costuma cair num ponto mais alto, onde as cargas positivas tendem a se acumular. No meio de um descampado, o ponto mais alto é você. Ficar dentro (ou perto) d’água, no mar ou piscina, durante uma tempestade, também é a pior das ideias. A água é condutora de eletricidade e com isso as suas chances de ser atingido e morrer são grandes. Uma simples tenda ou árvore pode até te proteger da chuva, mas certamente não vai te proteger dos raios. Com isso, evite ficar embaixo de uma árvore, porque além dela correr mais risco de ser atingida, ela também pode cair por conta da chuva e vento.
Os lugares mais seguros são dentro de casa ou de um prédio, desde que você fique longe das janelas ou portas, e também de condutores de energia, como telefones com fio (celular é seguro), canos e metais em geral, além de equipamentos eletrodomésticos, como TV ou ar condicionado, ligados. Durante uma tempestade, tire os aparelhos da tomada e  fique longe do perigo até passar. Segundo o ELAT, 15% das mortes decorrentes de raios ocorrem com as pessoas dentro de casa.
Ficar dentro do carro também é uma opção segura. Isso porque a estrutura metálica do carro serve como isolante elétrico para quem está dentro. Mas se você estiver do lado de fora de um carro ou perto de uma moto, a situação fica bem perigosa.
8. O que acontece se um raio atinge o avião em que você está
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Apesar da pouca chance de isso acontecer, o mais provável é que aconteça com o avião o que acontece com os carros. Ou seja: nada. A estrutura de metal da aeronave funciona como uma blindagem para quem está dentro. Mas e as turbinas e tanques de combustíveis? Bem, elas são protegidas com uma dupla camada de metal, para garantir a segurança do voo. O momento mais vulnerável que o avião enfrenta é durante pousos e decolagens, quando está em altitude abaixo de 1800 metros. Mas não se preocupe (muito). Em geral, os aeroportos fecham em condições climáticas adversas que podem comprometer a segurança dos passageiros.
 
9. Raios podem ter participado do processo que originou a vida na Terra
Apesar de assustadores, os raios podem ter sido o motivo que todos nós existimos hoje. Há 3 bilhões de anos, a atmosfera da Terra ainda estava em formação e os raios e relâmpagos eram bem mais intensos. Podem ter sido eles os responsáveis pela quebra de moléculas de amônia, metano, hidrogênio e vapor d’água, o que gerou a formação dos primeiros aminoácidos.
Superinteressante.com

Peru ganha na justiça parte do território marítimo do Chile. Entenda


Peruanos comemoram decisão da Corte Internacional de Justiça de Haia em frente ao palácio do governo em Lima. Decisão de Haia aumentou o território marítimo do Peru e diminuiu o do Chile (Foto: Juan Diego Contreras/AP)
Peruanos comemoram decisão da Corte Internacional de Justiça de Haia em frente ao palácio do governo em Lima. Decisão aumentou o território marítimo do Peru e diminuiu o do Chile.

Após quase dois séculos de disputa, a Corte Internacional de Justiça de Haia finalmente colocou um ponto final na controversa definição de fronteiras marítimas entre Peru e Chile. Com a decisão, o tribunal concede ao Peru parte do mar que, por décadas, estava sob controle do Chile. O resultado do julgamento foi comemorado pelos peruanos, que ganharam cerca de 70% do território que reivindicavam. As autoridades chilenas lamentaram a derrota, mas consideraram que o impacto não será grande para os pescadores de Arica, uma das cidades chilenas que ficam na fronteira.
Entenda o que muda após a histórica decisão de Haia.

A disputa entre Peru e Chile (Foto: Natália Durães/ÉPOCA)
  Quando começou a disputa entre Peru e Chile?
Essa disputa existe desde os tempos coloniais. Algumas décadas após Chile, Peru e Bolívia conquistarem a independência da Espanha, o Chile declarou guerra contra Peru e Bolívia, em 1879. Ao fim do conflito, os chilenos ocuparam toda a costa que antes pertencia à Bolívia e parte do território peruano. No tratado de paz entre Chile e Peru ficou decidido que duas províncias conquistadas pelos chilenos, Tacna e Arica, deveriam passar por um plebiscito em dez anos para decidir em que país ficariam. O plebiscito nunca ocorreu e, em 1929, os dois países assinaram o Tratado de Lima, que definiu que Tacna seria peruana e Arica, chilena. O tratado definiu as fronteiras terrestres, mas a disputa pelo território marítimo continuou em aberto, e piorou em 1947, quando os dois países proclamaram, unilateralmente, que tinham direitos sobre a área em disputa. Em 1952, Chile, Peru e Equador assinaram a Declaração de Santiago, que definiu políticas marítimas na costa do Pacífico. A declaração foi ratificada pelos três países e foi aprovada pelas Nações Unidas.
O que disse o Peru?
O Peru pediu à Corte que definisse a fronteira marítima entre os dois países. Segundo os peruanos, não havia nenhum tratado internacional que justificasse a situação atual. Os peruanos disseram que a Declaração de Santiago não tinha as características de um tratado que definisse fronteiras, e que era apenas uma declaração de políticas econômicas, na época, para a pesca de baleias. Os peruanos argumentaram que a forma como a fronteira estava definida prejudicava o país. Isso porque a fronteira seguia uma linha reta, no paralelo que separava os dois países, a partir de Arica. 
O que diz o Chile?
Os chilenos argumentam que a Declaração de Santiago tinha valor de tratado e definia as linhas da fronteira marítima entre os dois países em uma linha paralela a partir de Arica. Além disso, a defesa chilena apresentou vários acordos comerciais e políticos mostrando que a fronteira existia de fato, e que o Peru não tinha direitos sobre nenhuma área de mar abaixo do paralelo.
Como Haia julgou o caso?
A Corte Internacional analisou cada um dos tratados que, segundo o Chile, provava que os dois países delimitaram uma fronteira marítima e que essa divisão resultava em maior território para os chilenos. Após a análise da Declaração de Santiago, a Corte concluiu que o texto não definiu uma delimitação de fronteiras. Ao analisar demais acordos e tratados dos dois países, os juízes decidiram que só há evidência da existência de fronteira estabelecida a partir da cidade de Arica até 80 milhas náuticas, em vez das 200 milhas náuticas atuais.
Assim, a Corte de Haia decidiu que a fronteira continua como está, em linha reta, mas só por 80 milhas náuticas. A partir desse ponto, ela segue em direção ao sul, formando a faixa equidistante de 200 milhas náuticas em relação ao continente, resultando em ganho de território para o Peru.
A decisão da Corte será respeitada?
Sim. A Corte Internacional de Justiça é a instância judicial máxima da ONU. As suas decisões são finais - não há como recorrer. Antes do julgamento, autoridades e políticos dos dois países prometeram que cumpririam a sentença, seja ela a favor ou contra. Após a sentença, o Chile apenas se limitou a lamentar a decisão. "Foi uma perda lamentável para o país", disse o presidente do Chile, Sebastián Piñera.
Há problemas na decisão de Haia?
O maior problema é que a Corte não estabeleceu as coordenadas precisas da mudança, como reivindicava o Peru. Dessa forma, os dois países ainda precisam acertar como será aplicada a decisão da Justiça. "A corte espera que as partes determinem essas coordenadas de acordo com a decisão e no espírito de boa vizinhança", disse Peter Tomka, presidente da Corte.
Época.com

Satélite nipo-americano estudará chuva e neve no mundo

Imagem de satélite

Um novo satélite construído em conjunto pela Nasa e sua similar japonesa (Jaxa) terá a missão de estudar a chuva e a neve ao redor do mundo, anunciou a agência espacial americana nesta segunda-feira. Seu lançamento está previsto para fevereiro.
O Global Precipitation Measurement (GPM) vai ajudar os cientistas a monitorar a formação de nuvens e melhorar as previsões meteorológicas. A missão é "a primeira rede de satélites internacional a fornecer observações da chuva e da neve a cada três horas em qualquer lugar do globo", informou a Nasa. "Os dados serão usados por cientistas para estudar mudanças climáticas, recursos de água doce, inundações e secas, bem como a formação e o rastreamento de furacões", acrescentou.
O satélite foi enviado de avião dos Estados Unidos para o Japão e seu lançamento está previsto para ocorrer no Centro Espacial Tanegashima, da Jaxa, em 27 de fevereiro, entre as 16h07 e as 19h07 de Brasília ou nas primeiras horas de 28 de fevereiro, horário do Japão, informou a Nasa.
O observatório orbitará a Terra a uma altitude de 407 quilômetros. Ele vai transportar o radar de precipitação de frequência dual, fabricado pelo Japão, e um captador de imagens de micro-ondas (GMI, na sigla em inglês), de fabricação americana. Cerca de dois meses depois do lançamento, seus dados serão transmitidos ao Centro Espacial Goddard, da Nasa, e distribuído online.
Veja.com

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Mudanças climáticas ameaçam espécies marinhas na Antártida


Antártica pode abrigar diamantes, dizem cientistas (Foto: BBC/Reuters)

A grande diversidade de espécies marítimas que habita a península antártica está em perigo devido ao aquecimento global e à ação dos homens, segundo uma pesquisa de cientistas argentinos.
As substâncias liberadas na atmosfera pelas atividades industriais e agropecuárias no mundo todo terminam, pela própria ação da natureza, nas regiões polares e provocam um aumento nas temperaturas da área.
Esse é um dos fenômenos que contribuiu para transformar a península antártica no ponto austral onde as temperaturas se elevaram com maior rapidez nos últimos 50 anos, o que ainda intriga os analistas.
"Isso se vê acelerado por oscilações anualizadas associadas ao fenômeno do El Niño e à mudança dos centros de alta e baixa pressão que ocorre no Atlântico Sul, motivo pelo qual os ventos predominantes foram do mar, que tem maior temperatura, ao continente", explicou à Agência EFE o pesquisador Ricardo Sahade, do Instituto Antártico Argentino.
Essas mudanças profundas, somadas à atividade nas bases instaladas no continente gelado, afetaram o ecossistema, sobretudo o meio submarino bentônico, ou seja, a vida que habita o leito do mar.
Professor da Universidade Nacional de Córdoba e pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET), Sahade integra uma equipe de especialistas que se dedica, desde 1994, a estudar na enseada Potter, da base argentina Carlini, as consequências do aquecimento global nessas comunidades submarinas.
"90% das geleiras da península retrocede e na enseada Potter foi muito evidente. Há uma geleira que, em 1996, terminava no mar e agora retrocedeu ao ponto de deixar uma nova ilha descoberta", acrescentou.
Esse retrocesso causou a entrada de sedimentos da terra no mar, o que dificulta a alimentação das espécies bentônicas que se nutrem de filtrar partículas de água.
"Aí vimos grandes mudanças nessas comunidades em um tempo muito curto, o que era absolutamente inesperado", ressaltou Sahade.
As espécies que mais sofreram as consequências foram as ascídias, conhecidas como "batatas do mar", embora também tenham sido afetadas as esponjas, os corais e algumas algas marinhas.
"É a primeira mudança que se observa desta magnitude pela mudança climática", especificou o pesquisador argentino, que admitiu que o maior conhecimento do impacto na vida animal se observa nos arredores das bases.
"Os fiordes, como o espaço analisado na enseada Potter, praticamente não foram estudados e o que estamos vendo é que isso pode estar ocorrendo ao longo de toda a península", disse.
Além disso, os cientistas tentam esclarecer as incógnitas sobre a ilha recém descoberta após o retrocesso da geleira, que apareceu cheia de microorganismos.
Os cientistas se perguntam se esses microorganismos já viviam sob o gelo ou se desenvolveram nos seis anos que demoraram desde que a geleira deixou descoberta o lugar até que tomaram as mostras para analisar.
"Na Antártida, todos os processos biológicos, como a colonização, são muito lentos" e qualquer das duas opções tem desconcertados os especialistas, acrescentou Sahade. "Este lugar sempre nos traz surpresas", concluiu o cientista.
G1

Nasa mostra 'evolução' do calor no planeta entre 1950 e 2013



De acordo com o Instituto Goddard para Estudos Espaciais, o ano passado empatou com 2009 e 2006 como o sétimo mais quente desde 1880, quando começaram as medições deste tipo.
Em 2013 a média global da temperatura foi de 14,6ºC, 0,6ºC mais quente que a média registrada em todo século 20. Segundo a agência, a temperatura média da Terra está 0,8ºC mais alta desde 1880.
Os cientistas enfatizam que flutuações das temperaturas de ano para ano fazem parte dos padrões climáticos, mas os constantes aumentos nos níveis de gases de efeito estufa na atmosfera da Terra podem direcionar para mais períodos de calor a longo prazo no planeta.
Ainda de acordo com a Nasa, o ano passado foi o 42º mais quente no território continental dos Estados Unidos. Para alguns outros países, como a Austrália , 2013 foi o ano mais quente já registrado.
Relatório do IPCC Em setembro passado, cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) divulgaram novo relatório que aumenta o grau de certeza em relação à responsabilidade do homem no aquecimento global.
O texto afirmava que há mais de 95% (extremamente provável) de chance de que o homem tenha aumentado a temperatura global a partir de segunda metade do século passado.

O documento mostrava também que o nível dos oceanos aumentou 19 centímetros entre 1901 e 2010, e que as concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso aumentaram para "níveis sem precedentes em pelo menos nos últimos 800 mil anos".
Quanto às previsões, o IPCC sugeriu que até 2100 a temperatura no planeta pode aumentar entre 2,6 ºC 4,8 ºC se não houver controle do lançamento de gases-estufa. Além disso, o nível do mar pode subir 82 centímetros nos próximos 87 anos no mesmo cenário.

IPCC - arte (Foto: G1)

Temperatura global maior reduz a produtividade no trabalho, diz estudo

Estudo publicado neste domingo (24) na revista científica “Nature Climate Change” sugere que picos de calor associados à elevação da temperatura global já teriam reduzido em 10% a capacidade de trabalho em atividades expostas ao “estresse” térmico.

Ainda segundo a investigação, até 2050 essa capacidade pode cair mais 10%. Seriam impactados trabalhadores de setores como agricultura, construção civil e integrantes das Forças Armadas – profissões que, segundo cientistas, estão mais expostas às variações do clima.
A pesquisa, elaborada por um grupo da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), aponta como zonas vulneráveis a esta queda na produtividade a região da Península Arábica, o subcontinente indiano, o Sudeste da Ásia, além do Norte da Austrália.
De acordo com John Dunne, um dos autores da pesquisa, a única forma de manter a produtividade no trabalho é limitar o aquecimento global em menos de 3º C. Ele complementa dizendo que a temperatura média da Terra aumentou cerca de 0,7º C em relação ao período pré-industrial, com chances de subir 1º C ainda neste século.

Mudança de hábito
O estudo aponta também que alguns trabalhadores já lidam com a adaptação ao estresse térmico e cita como exemplo a realização da sesta durante as horas mais quentes do dia -- hábito muito comum em países como a Espanha, onde os moradores descansam sempre após o almoço.
Além disso, já há obras que são realizadas no período noturno, quando as temperaturas caem, ou interrupção completa das atividades durante o pico de calor e umidade.
Para obter tais dados, foram desenvolvidos modelos computacionais que baseiam-se na elevação de 0,8º C na temperatura global e aumento de 5% na umidade, em 2010, mediante à média anual do período que vai de 1860 a 1960.
A partir disso, o estudo conseguiu prever um aquecimento entre 1,4º C e 1,7º C da temperatura do planeta e elevação de 11% na umidade até 2050.
Os autores deixam claro no documento que não foram considerados vários fatores que podem alterar esta tendência, como progressos tecnológicos ou flutuações nas emissões de gases causadores de efeito estufa.
G1

sábado, 25 de janeiro de 2014

fenômeno raro de raio ascendente sobe em direção ao céu em SP

Info raios ascendentes V2 (Foto: Editoria de Arte/G1)



O Pico do Jaraguá, ponto mais alto do município de São Paulo, e a Avenida Paulista, são os locais de pesquisa de um fenômeno meteorológico raro ocasionado pela urbanização.
Nesses pontos da cidade, treze raios ascendentes  - descargas que saem de objetos no solo e seguem em direção ao céu - foram registrados por pesquisadores em um único dia, durante uma tempestade.
Os raios partiram do alto de torres de transmissão instaladas no pico, localizado na Serra da Cantareira, e de antenas da região da Avenida Paulista. Cerca de 1% dos 57,8 milhões de raios que atingem o Brasil todos os anos são ascendentes.
Na tempestade do dia 16 de janeiro, pesquisadores do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat-Inpe) que registraram as descargas afirmam que dos 13 “disparos”, 11 ocorreram em apenas 45 minutos.
Marcelo Saba, pesquisador do Elat, explica que os raios ascendentes foram identificados no Brasil pela primeira vez em 2012 e só existem devido à ocupação das cidades, que têm passado por um processo intenso de verticalização, com a construção de prédios altos que ficam ainda maiores quando instalam-se no alto deles torres de transmissão de rádio e televisão.
Com isso, os “arranha-céus” ficam com tamanhos superiores a cem metros de altura e se tornam “berços ideais” para que o fenômeno ocorra.
Interação de partículas
O processo de formação desses raios funciona da seguinte maneira: o topo das torres de transmissão ou de energia, normalmente metálicas e com para-raios instalados, concentra uma alta carga elétrica negativa nas pontas.
Quando uma nuvem de tempestade, carregada de partículas positivas, se aproxima desses pontos, pode promover uma interação que faz as partículas elétricas concentradas nas torres em terra liberarem uma descarga em direção ao céu.
Esse raio chega a medir 2 km de comprimento e, quando encontra a base da nuvem de tempestade, forma ramificações que lembram raízes. Saba explica que é a "tentativa" do raio de se conectar com a nuvem.
A descarga ascendente tem duração de até dois segundos, mais que o dobro do tempo que dura um raio comum, que risca o céu por pouco mais de meio segundo.
Ainda não se sabe sua potência e intensidade. Mas descargas elétricas normalmente atingem o solo com 100 milhões de volts. Já a intensidade da corrente de um raio é, em média, de 30 mil ampères. Para se ter uma ideia, essa corrente é mil vezes mais intensa do que a de um chuveiro elétrico.
Equipamentos em risco De acordo com Saba, a formação desse tipo de raios afeta equipamentos eletrônicos e pode queimar sistemas de transmissão. Torres de energia eólica, por exemplo, são um dos artefatos que mais podem ser prejudicados por este tipo de fenômeno.
Segundo ele, os raios ascendentes precisam ser melhor estudados para evitar prejuízos a setores como a indústria de telecomunicações e energia. "Precisamos saber como podemos evitá-los. Ainda não temos dados suficientes para saber como nos proteger deles. Precisamos de mais tempo para investigá-los", explica o pesquisador.
Esse tipo de raio não oferece risco a humanos, já que não atinge o solo, mas isso não significa que é possível se descuidar e descartar regras básicas de proteção contra descargas.
Por isso, em um dia de tempestade, mantenha-se em local fechado e protegido e não fique em áreas descampadas quando há muitos relâmpagos.
Levantamento feito pelo Elat, a partir de dados da Defesa Civil, do Ministério da Saúde e reportagens veiculadas em jornais, aponta que 2.640 pessoas de todo o país morreram atingidas por descargas entre 1991 e 2010. Por ano, morrem 130 pessoas vítimas de raios no Brasil.
Na imagem feita no dia 16 de janeiro, três raios ascendentes são vistos na região da Avenida Paulista durante tempestade (Foto: Marcelo Saba/Elat-Inpe)
G1.com.br

Veículo de exploração lunar chinês sofre problema mecânico

Jipe chinês ‘Coelho de Jade’, em imagem de arquivo de 5 de novembro. (Foto: Peter Parks / Arquivo / AFP Photo)

O veículo teleguiado chinês de exploração lunar, o 'Coelho de Jade', registrou uma anomalia mecânica, informou neste sábado (25) a agência oficial Xinhua.
A anomalia ocorreu devido a um 'ambiente complicado na superfície da Lua', indicou a agência, citando a administração estatal para a ciências, tecnologia e indústria da Defesa Nacional. Os cientistas já estão procedendo aos reparos, acrescentou a fonte, sem dar mais detalhes.
A China lançou em 1º de dezembro seu primeiro veículo de exploração lunar. O nome do veículo, 'Coelho de Jade' ou 'Yutu', em chinês, é uma referência à mitologia chinesa. Segundo a lenda, um coelho vive na Lua, onde tritura o elixir da imortalidade em suas crateras. O animal lendário tem a companhia de Chang'e, a deusa chinesa da Lua.
Essa missão faz parte de um ambicioso programa chinês marcado pelo sucesso de duas sondas lunares precedentes. As sondas Chang'e-1 (lançada em outubro de 2007) e Chang'e 2 (em outubro de 2010) permitiram, uma vez postas em órbita, fazer observações detalhadas da Lua. O programa espacial chinês é chefiado por militares.
Além de garantir o status de grande potência, a China sonha em se tornar o primeiro país asiático a enviar um homem à Lua.
O 'Coelho de Jade', equipado com painéis solares para gerar sua energia, fará análises científicas e enviará para a Terra imagens tridimensionais de seu satélite natural. O veículo, com peso de 120 quilos, pousou na Baía dos Arco-íris, um território ainda inexplorado do satélite e deve funcionar durante três meses, podendo se deslocar a uma velocidade máxima de 200 metros por hora.
A conquista do espaço é percebida na China, que investe bilhões de dólares ao setor, como o símbolo do novo poder do país e das ambições do Partido Comunista (PCC) no poder.
As autoridades têm planos ambiciosos, como criar uma estação espacial permanente em 2020 e eventualmente enviar um ser humano à Lua, mas sua tecnologia atualmente carece da precisão que Rússia e Estados Unidos têm.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Frase

Astrônomos descobrem primeiro cometa "brasileiro"



Prédio observatório Sonear
O observatório Sonear, construído próximo a Oliveira, cidade no interior de Minas Gerais - Divulgação/Sonear Observatory.


Em um pequeno observatório particular inaugurado há pouco mais de um mês, três brasileiros descobriram, pela primeira vez, um cometa. Ele foi visto no último dia 12, confirmado por um observador italiano dois dias depois e oficializado pela União Astronômica Internacional em 16 de janeiro. Batizado de C/2014 A4 Sonear, o novo cometa carrega o nome do observatório que o encontrou – Sonear é a sigla para Southern Observatory for Near Earth Asteroids Research, como se chama o local construído pelos três astrônomos amadores perto de Oliveira, cidade a 120 quilômetros de Belo Horizonte.
"Foi um pouco de sorte, da qualidade do nosso telescópio e de muito trabalho duro", disse ao site de VEJA Cristóvão Jacques que, junto com Eduardo Pimentel e João Ribeiro, foi responsável pela descoberta. O cometa foi visto de um telescópio de 450 milímetros de diâmetro, fabricado sob encomenda no Brasil para as observações. Com ele, o trio vem patrulhando o céu desde o dia 18 de dezembro, procurando por objetos que passem próximo à Terra. Trata-se do único programa de buscas por objetos assim em atividade no Hemisfério  Sul.
Imagem do cometa descoberto por brasileiros batizado como C/2014 A4 SONEAR
Descobertas astronômicas – A atividade consiste em tirar fotos do céu à noite e analisá-las durante o dia. Quando viram o objeto, os astrônomos amadores não tinham a certeza de que ele era um cometa. Transmitiram a informação ao Minor Planet Center, um centro financiado pela NASA que mantém um banco de dados com todos os objetos já descobertos, que repassou as coordenadas a observadores ao redor do mundo. Foi um italiano, amigo de Jacques, quem confirmou que o objeto tinha as características de um cometa. Astrônomos em todo o planeta calcularam seu tamanho e órbita provisória. O C/2014 Sonear tem cerca de 20 quilômetros de diâmetro e vai passar a aproximadamente 420 milhões de quilômetros da Terra, em setembro de 2015.
O trio de observadores mineiros começou a vasculhar o céu em busca de objetos próximos à Terra em 1999. Jacques é engenheiro, Eduardo é advogado e Pimentel é jornalista e professor. Eles costumam dedicar as horas vagas às descobertas astronômicas. Já encontraram treze asteróides no cinturão principal do Sistema Solar, entre Marte e Júpiter. Deram a um deles o nome Marcospontes, em homenagem ao astronauta brasileiro, e batizaram o outro de Simon-Garfunkel, dupla de cantores do qual Jacques é fã. Em 2009, iniciaram o planejamento do observatório, que ficou pronto em junho de 2013. O telescópio começou a funcionar a todo vapor em dezembro. "Ficamos muito contentes de estar contribuindo para a ciência e para a divulgação das atividades astronômicas brasileiras", disse Jacques.
Veja.com

Dez anos da exploração em Marte mostram que ambiente quente e úmido pode ter abrigado vida


A imensidão vazia de Marte, fotografada por Opportunity durante um mês em que esteve preso na areia do planeta
A imensidão vazia de Marte, fotografada por Opportunity durante um mês em que esteve preso na areia do planeta.
 Pôr do sol em Marte, fotografado da cratera Gusev
Pôr do sol em Marte, fotografado da cratera Gusev - NASA

Algumas das rochas mais antigas estudadas pela sonda robótica Opportunity demonstram que, há cerca de 4 bilhões de anos, Marte tinha um ambiente úmido e quente, condições favoráveis o bastante para abrigar vida. A revelação está na edição especial da revista Science, publicada nesta sexta-feira em homenagem aos dez anos da aterrisagem das sondas Opportunity e Spirit no planeta. 

A edição revisa as descobertas da década e mostra como a análise dos últimos minerais coletados pela missão confirmou que Marte possuía um ambiente menos inóspito do que o atual – o planeta é hoje frio e seco. "Essas rochas são as mais antigas já examinadas na missão e revelam condições mais favoráveis para a vida microbiana do que qualquer outra evidência examinada antes pelas investigações com a Opportunity", afirma Ray Arvidson, cientista da Universidade de Washington e um dos principais envolvidos na missão. 
As últimas pesquisas encontraram os mais antigos vestígios de água documentados pela Opportunity. Além disso, a geoquímica das rochas de 4 bilhões de anos indicaram a existência de depósitos aquosos que provavelmente abrigaram vida. "Se em algum momento houve vida no planeta, então esse teria sido o barro de onde ela veio", afirmou o cientista brasileiro Paulo de Souza, colaborador da missão desde o início de sua operação.
Essas evidências mostram que algumas das rochas coletadas pela Opportunity foram formadas em locais menos ácidos que favorecem a vida microbiana. "Quanto mais exploramos Marte, mais interessante ele se torna. Estamos encontrando outros lugares em que o planeta revela ser mais quente e úmido e isso nos motiva a procurar ainda mais evidências de vestígios de vida ali", afirma Michael Meyer, cientista que lidera o programa de exploração de Marte da Nasa.
Em 2003, a Nasa lançou as missões Spirit e Opportunity para explorar Marte. Elas pousaram no planeta no ano seguinte, com a previsão de explorá-lo por noventa dias. Há dez anos a Opportunity realiza missões em Marte, enquanto a Spirit teve atividades encerradas em 2011. Juntas, fizeram importantes descobertas sobre o passado do planeta.
Veja.com

Navio-fantasma vaga sem rumo pelo Atlântico Norte

Sem tripulação e infestada de ratos, embarcação perdida durante operação de rebocamento em 2010 teria sido localizada por estação de radar britânica.

Navio-fantasma vaga sem rumo pelo Atlântico Norte


Uma embarcação da era soviética infestada de ratos, pesando 1.565 toneladas, vagando sem tripulação pelos mares. Poderia ser o roteiro de um filme de Hollywood, mas esse navio-fantasma existe de verdade.
Construído na antiga Iugoslávia em 1976, o Lyubov Orlova acabou abandonado num porto do Canadá após a falência de seus proprietários. Mas o pior estava por vir: durante a operação que o rebocaria em 2010 para a República Dominicana, onde vivia seu comprador, uma corda se rompeu, e o barco definitivamente singrou os mares sem rumo.
No ano passado, uma estação britânica de radar localizou uma massa no Atlântico Norte que correspondia em tamanho ao navio desaparecido. O sinal foi monitorado e, desde então, trabalhos eventuais de busca não tiveram sucesso em localizá-lo.
Autoridades do Reino Unido agora temem que o Lyubov Orlova se choque contra a costa do país. O barco é considerado uma bomba ambulante de doenças. E convivendo há três anos sem alimento, os ratos estariam se canibalizando uns aos outros, acreditam cientistas.
IGCiência

Mundo pode perder um Brasil em área por degradação até 2050

Um campo de soja é visto em terras desmatadas em 9 de Junho de 2012 em Estado do Pará, Brasil

Uma área de 849 milhões de hectares de terras – quase o tamanho do Brasil – pode ser perdida no mundo, até 2050, se as tendências atuais de uso insustentável do solo continuarem. É o que alerta um relatório do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (Pnuma), divulgado durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.
A necessidade de produzir alimentos para uma população global em crescimento levou a agricultura a ocupar 30% das terras do mundo.
Mas a um custo insustentável. Atualmente, a degradação e perda de biodiversidade já atingem 23% dos solos globais.
Entre 1961 e 2007, as terras cultiváveis foram expandidas em 11%, índice que continua a crescer. No atual ritmo, as terras cultiváveis deverão ocupar de 120 a 500 milhões de hectares dentro de quatro décadas.
O relatório sublinha a necessidade e as opções para equilibrar o consumo com uma produção de menor impacto no meio ambiente.
"Reconhecendo que a terra é um recurso finito, precisamos nos tornar mais eficientes na forma como produzimos, fornecemos e consumimos nossos produtos. Devemos ser capazes de definir e respeitar os limites dentro dos quais o mundo pode operar com segurança", afirma o Subsecretário Geral da ONU e Diretor Executivo do Pnuma, Achim Steiner.
Mudança de rota
O Pnuma afirma que pelo menos 319 milhões de hectares podem ser preservados até 2050, se algumas medidas foram seguidas.
Na lista entram o investimentos na recuperação de solos degradados, melhoria nas técnicas de manejo e planejamento do uso da terra para minimizar a expansão, redução da perda e do desperdício de alimentos e redução os subsídios voltados a plantações para produção de combustíveis.
O relatório "Assessing Global Land Use: Balancing Consumption with Sustainable Supply" foi produzido pelo International Resource Panel (IRP) com a participação de 27 cientistas, 33 representantes de governos e outros grupos.
Exame.com

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Mosaico cristão de 1500 anos é desenterrado em Israel

Trabalhos deescacação do mosaico em Israel (Foto: Menahem Kahana/AFP)

Arqueólogos israelenses desenterraram um mosaico de 1500 anos no chão do que, na época, foi uma igreja bizantina. O achado está na vila de Aluma, no sul de Israel, e começou a ser escavado há cerca de três meses.
O local foi descoberto durante uma escavação para uma obra. A antiga basílica tem 22 por 12 metros de área. Além do mosaico foram encontradas as bases de colunas de mármore que davam sustentação ao edifício.
Os desenhos do mosaico incluem vários animais, como zebra, girafa, flamingo, leopardo e coelho. Segundo o jornal israelense "Haaretz", um dos desenhos representava também um ser humano, mas foi cuidadosamente destruído.
De acordo com Daniel Varga, o pesquisador que lidera a escavação, isso provavelmente se deve à ação de devotos que, na época do Império Bizantino, se opunham à representação de seres humanos dentro das igrejas.
Não foi encontrada nenhuma inscrição que indicasse como se chamava o local na época em que a igreja estava de pé. Os arqueólogos acreditam que ela servia a diversas comunidades ao longo da estrada entre Ascalão e Jerusalém.

Ceres, o maior asteroide do Sistema Solar, emite jatos de vapor d'água



Astrônomos flagraram dois jatos de vapor em face opostas do asteroide Ceres   (Foto: AP Photo/ IMCCE, Paris Observatory, CNRS)

Astrônomos flagraram dois jatos de vapor surgindo de faces opostas do asteroide Ceres. A descoberta do fenômeno foi feita pelo telescópio Herschel, da Agência Espacial Europeia, em 2012, e divulgada nesta quinta-feira (23), na revista Nature.
 Ceres é o maior objeto do cinturão de asteroides, um conjunto localizado entre as órbitas de marte e Júpiter. Mas não se parece, exatamente, com os asteroides típicos que povoam o imaginário popular. Por causa de seu tamanho, ele é classificado como uma planeta anão. Tal qual Plutão (que foi considerado planeta até 2006, quando uma revisão o fez cair de categoria)
 Observações anteriores feitas pelo telescópio Herschel já tinham detectado uma fina camada de vapor d’água em torno do asteroide. Segundo os cientistas, o vapor pode ter duas fontes: o calor do Sol, que faz a água sob a superfície evaporar; ou alguma espécie de atividade vulcânica sob a crosta do asteroide.
A capacidade de liberar jatos de vapor coloca Ceres em um grupo seleto dentre os membros do Sistema Solar – o de corpos gelados e vaporosos. É o caso da lua de Júpiter , Europa, e de uma das luas de Saturno, Enceladus.
A descoberta não é mera curiosidade. Os cientistas têm uma teoria de que a água na Terra se originou do choque do nosso planeta com asteroides e meteoros. Os jatos de vapor de Ceres colaboram para corroborar essa hipótese.
Época.com

A Costa Leste dos EUA e Norfolk estão afundando

A Costa Leste dos EUA e Norfolk estão afundando


A pequena cabana branca à beira da água em Lower Manhattan é discreta – tanto que os turistas passeando pelo Battery Park recentemente nem colocaram os olhos nela uma segunda vez.
De perto, porém, o telhado da cabana atrás de um prédio da Guarda Costeira surge cheio de antenas e outros equipamentos. Embora não muito maior do que um armário, essa instalação vem ajudando cientistas a entender um dos grandes mistérios ambientais de nossa era.
O equipamento no interior está conectado e sondas na água que rastreiam o fluxo e o refluxo das marés no porto de Nova York, e suas leituras são enviadas a um satélite a cada seis minutos.
Embora o equipamento atual seja avançado, algum tipo de leitor de maré opera no Battery Park desde a década de 1850, sob um gabinete do governo fundado por Thomas Jefferson. Esse antigo registro de dados tornou-se inestimável para cientistas lutando com a seguinte questão: quanto o oceano já subiu de nível, e quanto ainda deve subir?
Cientistas passaram décadas examinando todos os fatores que podem influenciar o aumento dos mares, e sua pesquisa está finalmente levando a respostas; e quanto mais descobrem, mais os cientistas percebem um enorme risco para os Estados Unidos.
Grande parte da população e economia do país está concentrada na Costa Leste, e cada vez mais evidências científicas sugerem que essa região será um ponto ativo global para o aumento do nível do mar no próximo século O trabalho de detecção exigiu que os cientistas estudassem a influência das placas de gelo da antiguidade, o significado de ilhas que estão afundando em Chesapeake Bay, e até mesmo o efeito de um meteoro gigante que caiu na Terra.
O trabalho começa com as marés. Devido a sua importância para a navegação, elas vêm sendo mensuradas há quase dois séculos. Embora o registro não seja perfeito, segundo cientistas, ele não deixa dúvidas de que os oceanos do mundo estão subindo. O melhor cálculo sugere que, de 1880 a 2009, o nível médio global do oceano subiu pouco mais de 20 centímetros.
Pode não parecer muito, mas cientistas dizem que mesmo os menores aumentos fazem a água do mar atingir o litoral com mais agressividade em clima ameno, levando a picos de marés mais altas durante tempestades. O aumento do nível do mar nas últimas décadas explica, assim, por que as cidades costeiras de praticamente qualquer lugar vêm gastando bilhões de dólares no combate à erosão.
As evidências sugerem que o aumento do nível do mar provavelmente se acelerou para cerca de 30 centímetros por século, e cientistas dizem que ele deve se acelerar ainda mais com a contínua emissão de gases estufa na atmosfera. Os gases aquecem o planeta e fazem o gelo terrestre derreter e se juntar ao mar.
A posição oficial dos climatologistas no mundo todo é que o nível do mar em termos globais poderá aumentar 90 centímetros até o final deste século, caso as emissões continuem no ritmo atual. Todavia, algumas evidências científicas apontam números ainda maiores, 150 centímetros ou até em casos extremos.
Cientistas afirmam que a Costa Leste dos EUA será atingida mais duramente por muitas razões. Uma das mais importantes, contudo, é que a terra nesta parte do mundo está afundando. E isso remonta à última Era do Gelo, que atingiu seu ápice há 20 mil anos.
Conforme uma enorme placa de gelo, com mais de 1,5 quilômetro de espessura, se formou sobre o que hoje é o Canadá e a região norte dos Estados Unidos, o peso dela pressionou a crosta terrestre. Por sua vez áreas distantes da placa de gelo se projetaram para cima, como se alguém tivesse pisando em uma ponta de um balão fazendo o outro lado se erguer. Agora que a placa de gelo derreteu, o solo diretamente abaixo dela está subindo – e a saliência periférica, caindo.
Algum grau de afundamento está ocorrendo em todo o trecho do sul do Maine ao norte da Flórida, e isso se torna evidente pelo aumento do mar.
O afundamento é mais rápido na região de Chesapeake Bay. Comunidades inteiras das ilhas, que continham centenas de moradores no século XIX, já desapareceram. Holland Island, aonde a população chegou a quase 400 pessoas por volta de 1910, possuía lojas, uma escola, uma equipe de beisebol e muitas casas. Entretanto, conforme a água subiu e a ilha enfrentou erosões, a comunidade precisou ser abandonada.
No fim, apenas uma única casa vitoriana, construída em 1888, permaneceu de pé em um terreno – parecendo, durante a maré alta, erguer-se das próprias águas da baía. Há alguns anos, um repórter do “Washington Post”, David A. Fahrenthold, relatou seu desmoronamento.
Além do afundamento por toda a extensão da Costa Leste, alguns locais ficam sobre sedimentos macios que tendem a se comprimir com o tempo – assim, o afundamento localizado de terras pode ser ainda pior do que a tendência regional. Grande parte da costa de Nova Jersey está nessas condições. O registro do nível do mar no Battery Park vem sendo especialmente útil para entender esse fator, pois o marégrafo dali é conectado à rocha-mãe – e, assim, fica imune à compressão de sedimentos.
Stephen Gill, an oceanographer, at the Battery tide gauge, where tides have been measured since the 1850s, in New York, Jan. 9, 2014. Much of the population and economy of the country is concentrated on the East Coast, which accumulating scientific evidence suggests will be a global hot spot for a rising sea level over the coming century. (© Nicole Bengiveno/The New York Times)
Talvez o fator mais estranho esteja ocorrendo em Norfolk, na Virginia. A atual região de Tidewater foi atingida por um meteoro há cerca de 35 milhões de anos – uma colisão tão violenta que pode ter matado quase tudo na Costa Leste e enviado ondas de tsunami contra a cordilheira de Blue Ridge. O impacto do meteoro afetou e enfraqueceu os sedimentos em um raio de 80 quilômetros. Norfolk fica bem na beirada dessa área, e a antiga catástrofe pode ser um motivo para essa região estar afundando particularmente rápido.
As inundações costeiras já se tornaram um problema tão grave que Norfolk está investindo milhões para erguer as ruas e aprimorar a drenagem. Proteger realmente a cidade poderá custar até US$1 bilhão, dinheiro que as autoridades de Norfolk dizem não possuir. O prefeito da cidade, Paul Fraim, ganhou as manchetes há alguns anos, ao admitir que algumas áreas poderão ter de ser evacuadas em algum momento.
Ao longo da Costa Leste, os planejadores municipais desejam saber: qual a verdadeira extensão do problema, e em quanto tempo?
Uma das tentativas mais ambiciosas de compreender todos os fatores conhecidos surgiu há algumas semanas com Kenneth G. Miller e Robert E. Kopp da Rutgers University, e alguns de seus colegas. Seus cálculos, focados em Nova Jersey, sugerem que esse não é algum problema em um futuro distante.
Pessoas considerando se compram ou reconstroem na devastada Jersey Shore, por exemplo, podem estar olhando para quase 30 centímetros de aumento no nível do mar assim que terminarem de pagar uma hipoteca de 30 anos, de acordo com as projeções da Rutgers. Isso tornaria as inundações costeiras e os danos a propriedades consideravelmente mais prováveis do que no passado.
Mesmo se o nível global do mar subir apenas 20 centímetros até 2050, uma previsão modesta, o grupo da Rutgers prevê aumentos relativos de 35 centímetros em locais de rocha-mãe, como o Battery Park, e 38 centímetros ao longo da planície costeira de Nova Jersey, onde os sedimentos estão se comprimindo. Até 2100, eles calculam, um aumento global de 70 centímetros nos oceanos poderá gerar aumentos de 90 centímetros no Battery e até 1 metro na planície costeira.


FILE -- A young boy kayaks in flood waters caused by Hurricane Sandy in Norfolk, Va., Oct. 28, 2012. Much of the population and economy of the country is concentrated on the East Coast, which accumulating scientific evidence suggests will be a global hot spot for a rising sea level over the coming century. (© Matt Eich/The New York Times)


Esses números são assustadores, e os americanos ainda tendem a não admiti-lo. Porém, em cidades como Norfolk – onde bairros já se inundam repetidamente mesmo sem tempestades, e onde algumas casas se tornaram invendáveis – as pessoas estão ficando mais conscientes.
“Nos últimos três anos, houve uma mudança real”, afirmou William A. Stiles Jr., chefe do Wetlands Watch, um grupo ambiental de Norfolk. “Hoje temos pessoas dizendo: ‘Estou cansado de dirigir por água salgada quando vou trabalhar, e preciso de soluções’”.