A diferença entre a área do recorde anterior, de 1997, e a registrada neste verão foi equivalente a quatro estados do Rio de Janeiro.
A extensão de gelo na Antártica bateu o recorde histórico no início de março. Pelos dados atualizados até ontem (5 de março), o continente estava com 2,122 milhões de quilômetros quadrados de superfície com pelo menos 15% de gelo. É a menor extensão já registrada desde que começaram as medições por satélites em 1979. O recorde anterior, registrado no ano de 1997, foi de 2,290 milhões de quilômetros quadrados. Os dados são do Centro Nacional para Neve e Gelo, dos Estados Unidos.
Todo verão, a Antártica passa por um intenso degelo, que culmina em março. A partir daí, começa a recuperar gelo até um ponto máximo em outubro. E então passa a encolher de novo. Com o aquecimento global, o derretimento começou a apresentar alguns recordes. Embora a Antártica esteja resistindo melhor que o Ártico. O ponto mínimo de gelo deste mês de março teve menos 168.000 quilômetros quadrados de extensão do que o de 1997. A diferença entre o recorde de 1997 e o de 2017 é de uma área equivalente a quatro vezes o estado do Rio de Janeiro.
O gráfico acima é mais expressivo. A linha em azul-claro mostra a evolução do gelo neste ano em comparação com a dos anos anteriores. Dá para ver como a deste ano tem uma distância da evolução dos outros anos. A linha pontilhada em verde mostra a média de 1981 a 2010 (quando o aquecimento global já estava acontecendo no planeta).
O derretimento da Antártica preocupa por vários motivos. Primeiro, é a maior massa gelada da Terra. O comportamento da Antártica determina o que acontece com o clima do resto do planeta. Até então, a Antártica vinha resistindo bem ao aquecimento do resto do mundo . Em geral, o continente demora mais para responder aos períodos de aquecimento da Terra. Diferentemente do que ocorre no Ártico, que flutua sobre o mar, o gelo da Antártica está quase todo em terra firme. O degelo ali influencia diretamente no nível dos mares. Além disso, a redução na área branca (que reflete a luz do sol) e o aumento de área escura do mar (que absorve a luz) ajuda a acelerar o aquecimento local, alimentando mais derretimento de gelo.
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