Ministros do Meio Ambiente de todo mundo encerraram nesta sexta-feira mais uma conferência sobre a proteção da biodiversidade, mas continuaram divididos a respeito das medidas a serem tomadas. Delegados de mais de 200 países passaram duas semanas em Nagoya - japão, para mapear metas de proteção das espécies animais e vegetais em oceanos, florestas e rios, ameaçadas pelo maior ritmo de extinções desde o desaparecimento dos dinossauros, há 65 milhões de anos.
Esses ecossistemas são cruciais para a subsistência humana, e geram trilhões de dólares em alimentos, água, indústria e turismo.
O objetivo em Nagoya era definir metas para a proteção da biodiversidade até 2020, embora os países já tenham descumprido a meta de 2010, que era de uma "redução significativa" da perda da biodiversidade.
Foi definido um plano estratégico com 20 itens para deter o ritmo do desaparecimento das espécies que vivem tanto na terra quanto no mar. A proteção de estoques pesqueiros, a defesa de habitats naturais e a conservação de maiores áreas terrestres e marítimas. Mas houve divergências a respeito de metas numéricas e de detalhes do texto.
As nações em desenvolvimento também se recusaram a se comprometer com as metas para 2020 se elas não vierem acompanhadas de um novo protocolo da ONU que lhes assegure uma participação mais justa nos lucros obtidos por companhias, especialmente as empresas farmacêuticas.
Isso poderia gerar bilhões de dólares para as nações em desenvolvimento, onde se encontra a maior parte das riquezas naturais do planeta.
Até o encerramento da COP-10, não havia indícios de formalização de uma intenção de ação global.
As intenções foram ótimas (sempre são), a tentativa de conter a maior onda de extinções da história da humanidade - segundo um levantamento da IUCN -, principal rede global de centros de pesquisa de natureza, 22% das 380 mil espécies de plantas estão ameaçadas. Das 5.490 espécies de mamíferos, 1.130 correm perigo. E 70% dos peixes podem sumir.
Os políticos discutiam medidas como aumentar as áreas de conservação, coibir o tráfico de animais e repartir com as comunidades locais os lucros gerados pelos recursos genéticos mas são medidas genéricas e voluntárias!!! Uma das maiores ameaças às espécies vem das mudanças climáticas. Tratar do clima, portanto, seria a maneira mais eficiente de proteger grande parte das espécies. Nagoya foi um bom treino para a verdadeira discussão: o acordo internacional do clima para 2012.
Fonte: Folha.com
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