O solo onde o robô "Spirit" atolou no ano passado contém evidência de que a água, talvez neve derretida, escorreu para baixo da superfície recentemente, e de forma contínua.
Camadas estratificadas de solo de diferentes composições, encontradas perto da superfície, levaram os cientistas a propor que delgados filmes de água podem ter penetrado o chão, a partir de geadas ou neve. O vazamento pode ter ocorrido durante mudanças climáticas cíclicas nos períodos em que Marte se encontrava mais inclinado.
A água pode ter penetrado a areia, carregando minerais solúveis. O eixo marciano varia numa escala de centenas de milhares de anos.
Os minerais relativamente insolúveis acumulados junto à superfície incluem o que se acredita ser hematita, sílica e gípsio. Sulfatos férricos, que são mais solúveis, parecem ter sido dissolvidos e carregados pela água. Nenhum desses minerais aparece exposto na superfície.
"A falta de exposição na superfície indica que a dissolução preferencial de sulfatos férricos deve ser um processo relativamente recente e contínuo, já que o vento tem sistematicamente desbastado o solo e alterado as paisagens na região do Spirit", disseram os cientistas da Universidade Washington de St. Louis.
Os "Robôs gêmeos"- Spirit e Opportunity - chegaram a Marte em janeiro de 2004, para uma missão primária de 3 meses. Desde abril daquele ano, encontram-se em missões prorrogadas. Uma das rodas do lado esquerdo do robô quebraram uma crosta de solo rígido e passaram a girar em falso na areia fofa por baixo. A segunda parou de funcionar 7 meses mais tarde.
Os cientistas aproveitaram o período do Spirit no atoleiro para estudar as camadas de solo expostas pelo movimento das rodas.
Fonte: Estadão.com
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