sábado, 26 de março de 2011

Brasil encolhe seu programa espacial

Há cinco anos, o Brasil parou para ver o tenente-coronel Marcos Pontes flutuar no espaço. Valeu a pena?
A realidade é que, apesar do voo do astronauta, o programa espacial brasileiro não decolou. As metas do programa espacial brasileiro são postergadas ano após ano. E não se trata de colocar astronautas no espaço - esse assunto sequer voltou a ser cogitado após o voo do coronel Pontes. Está em permanente atraso o lançamento do Cbers-3 (satélite fabricado em conjunto com a China para monitorar o uso da terra), que deveria ter ocorrido em 2009 e foi adiado para 2011. Atrasado também está o lançamento do VLS 1 (foguete lançador de satélites), cujo lançamento do quarto protótipo estava previsto para 2007 - e está remarcado para 2011.
Estão previstos ainda lançamentos de três satélites geoestacionários até 2013, para comunicação de dados, sendo o primeiro deles conhecido como SGB (satélite geoestecionário brasileiro). Caso esses artefatos não sejam colocados em órbita, o Brasil poderá perder posições orbitais definidas pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).
Na realidade o Brasil já está sendo ultrapassado na corrida bilionária do lançamento de veículos espaciais, sobretudo os que transportam satélites - vitais para domínio de tecnologias como a TV Digital.
Segundo dados de 2008 da Space foundation, a atividade espacial mundial, movimentou bilhões de dólares, dos quais 35% em serviços satelitais comerciais, 32% em infraetrutura comercial, 26% só do orçamento dos EUA, 6% dos outros governos e somente 1% com lançadores e indústria de suporte. A participação do Brasil neste mercado é de apenas 1,9%.
Foi em 29 de março de 2006, que a odisséia do astronauta brasileiro se concretizou. Oficial da Força Aérea Brasileira (FAB), ele voou desde o Cazaquistão, numa nave russa Soyuz TMA-8, até a Estação Espacial Internacional (ISS), onde permaneceu oito dias. Levava na mochila 15 Kg de cargas da Agência Espacial Brasileira, incluindo oito experimentos científicos criados em universidades e centros de pesquisas brasileiros.
Levantamento da época indica que os 10 dias da jornada à ISS custaram aos cofres públicos cerca de R$ 40 milhões. Isso, se somados os pagamentos da viagem de oito anos de treinamento do astronauta na Nasa (agência espacial americana).
Os recursos do orçamento brasileiro para o programa espacial foi de R$ 353 milhões, em 2010, contra R$ 415 milhões em 2009. O próprio diretor da Agência Espacial Brasileira admite que seria necessário o dobro dos recursos atuais. Os demais países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), de porte econômico similar ao Brasil, destinam muito mais recursos aos seus programas.
A China investe mais de US$ 1 bilhão anual e planeja voos tripulados à Lua até 2020. A Índia tem orçamento superior a US$ 800 milhões ao ano, e a agência espacial russa conta com um orçamento da ordem de US$ 2 bilhões.
Mesmo que o programa Espacial Brasileiro continue, na prática, está semiparalisado!
A sensação é de que foi uma jornada perdida!!!
Fonte: J. Zero Hora


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