O escritório de "Greenpeace" no Brasil pediu à Justiça na última segunda-feira a suspensão da licença de operação concedida à terceira fase da planta de Angra 3, em 2010. O pedido veio na esteira das declarações dadas nesta quarta-feira pelo presidente da Comissão Nacional de Energia Atômica, de que o governo deverá rever as normas de licenciamento das usinas nucleares no Brasil.
Em documento enviado ao Ministério Público Federal em Angra dos Reis, a ONG argumenta que: "Devido à clara necessidade de se revisar as regras de licenciamento para construção de instalações nucleares, solicitamos a adoção de medidas administrativas e jurídicas para suspender a licença de operação concedidas à terceira fase da Usina Termonuclear de Angra (Angra III) em 2010, até que nossas normas de licenciamento sejam fixadas, protegendo a vida e a integridade física dos habitantes de Angra dos Reis e de todo o Estado do Rio de Janeiro".
Mas, de acordo com a Eletronuclear (Eletrobrás), a construção de Angra III vai continuar a pleno vapor.
No plano energético do Brasil está previsto um aumento de 4 mil MW (mega watts) em geração de energia nuclear, sendo 2 mil no Nordeste e 2 mil no Sudeste. Mas todas as fontes devem aumentar sua participação na geração de energia até 2030.
O físico José Goldemberg, ex-reitor da USP e também presente no debate, afirmou que os planos energéticos do Brasil estão assentados sobre uma premissa simplista.
"Conecta-se o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) ao aumento de consumo de energia. Nos países desenvolvidos, essa correlação não existe mais. Nos EUA, e até na China, a eficiência energética é crucial no planejamento. Aqui, não se leva em conta a eficiência energética nos planos para a geração de energia a longo prazo", afirma ele.
Se for terminada, a nova usina terá uma potência bruta elétrica de 1.405 MW, podendo gerar cerca de 10,9 milhões de MW/h por ano - energia equivalente a um terço do consumo do Estado do RJ.
Depois da tragédia no Japão, "amadorismo" em usinas nucleares, não se admite... O assunto é muito sério!
Fonte: Estadão.com
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