Prêmio Nobel da Paz de 1989 e face mais conhecida da luta do Tibete - anexado pela China em 1951 - por mais autonomia, o Dalai Lama anunciou ontem uma espécie de aposentadoria.
Em discurso por ocasião do 52º aniversário do fracassado levante tibetano contra os chineses, em 1959, Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, que ostenta o poder político como chefe das autoridades tibetanas no exílio, disse que cederá o poder político para um líder "livremente eleito".
- "É pelo bem a longo prazo dos tibetanos. Não é por que me sinto desanimado" - disse o líder espiritual dos budistas tibetanos.
Explicou que na próxima sessão do Parlamento, que terá início no dia 14, proporá "formalmente" uma emenda na Constituição para tornar possível seu desejo de "transferir a autoridade" a um líder eleito. "Não tem relação com uma vontade de se esquivar de responsabilidade" e lembrou que vem propondo sua aposentadoria há muito tempo, mas prometeu seguir cumprindo com sua parte na "causa justa do Tibete".
No comunicado, o Dalai Lama repassou os poucos avanços nas negociações com a China sobre o futuro do Tibete, para o qual voltou a reivindicar uma "autonomia genuína".
Também mencionou a "notável luta não-violenta pela liberdade e democracia", em vários países do norte da África, em alusão às rebeliões na Tunísia, Egito e Líbia.
Liderados pelo Dalai Lama, os tibetanos mantêm um governo no exílio com sede em Dharamsala, na Índia, que acolhe 130 mil refugiados tibetanos.
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