Pesquisadores de uma universidade do Texas buscam registros e obras de músicos que foram forçados a interromper a carreira após a chegada dos nazistas ao poder.
O músico Timothy Jackson, professor da Universidade do Norte do Texas, em Denton, EUA, vem trabalhando num projeto importante para a música: resgatar os trabalhos de dez compositores que ficaram "perdidos" na história. Sobretudo por conta da ascenção do nazismo na Alemanha.
Um desses compositores é Paul Kletzki (foto). Nascido em 1900 na cidade polonesa de Lodz, ele logo se tornou uma das estrelas do cenário musical alemão. Respeitado por compositores e maestros, alcançou particular sucesso em Weimar, com suas sinfonias e concertos ao piano.
Só que Kletzki era judeu, e os compositores judeus eram proscritos pelos nazistas, não interessando a que tipo de música se dedicassem. "Quando Paul Kletzki estava começando a estourar, Hitler chegou ao poder (em 1933) e o compositor percebeu que seu futuro estava arruinado", conta o professor.
Primeiramente, Kletzki fugiu para a Itália. Em seguida foi para a Rússia e logo depois para a Suiça. Traumatizado com as atrocidades dos nazistas ele parou de compor em 1942 e enterrou os papéis com suas músicas dentro de uma caixa.
A caixa foi descoberta em 1964, mas o compositor não pode ir ao local abri-la. Apenas após a sua morte em 1973, a viúva viu que todas as composições permaneciam intactas. Ela repassou todo o trabalho do marido para Timothy Jackson e desde então várias das composições de Kletzki foram gravadas em CD. A última gravação, um concerto de piano, chegou a ser indicado ao Grammy deste ano.
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