Perto do mar, no deserto de Nazca, chove meia hora a cada 2 anos. O vento bate furioso e o sol queima as pedras. Não há plantas. E nessa solidão árida mora um dos maiores mistérios da arqueologia: as chamadas "Linhas de Nazca". São desenhos gigantescos feitos no chão, que somente podem ser observados do ar e que permaneceram ocultos por quase 1.500 anos, ocupando grande extensão do deserto. Quem fez e por que fez, ninguém sabe ao certo, ainda que existam muitas teorias.
Desenhos como esses são chamados de geoglifos.
Alguns deles representam animais e plantas e há também alguns com figuras humanas. Eles têm medidas variadas (de 20 a 140 m) e, à primeira vista, se parecem com desenhos na areia perto do mar. Mas, na verdade, são sulcos que tiram a camada superior do chão, queimado por milhares de anos de sol e que por isso fica mais escuro, quase preto. Assim, as figuras são vistas do alto como desenhos mais claros sobre um fundo escuro. Mas, vistas do solo, é impossível detectá-las: São apenas irregularidades no chão. Por isso se soube das linhas só em 1939, quando um arqueologista americano, Paul Kosok, descobriu os desenhos por acaso, enquanto voava buscando antigos canais de irrigação.
Além das figuras representativas, há linhas e figuras geométricas de km de extensão. O estudo dessas linhas descobriu coincidências matemáticas e astronômicas, o que fez com que o conjunto fosse chamado de "o maior calendário do mundo". O fato também alimentou teorias das mais diversas, desde que as linhas foram feitas por extraterrestres até que o povo que as criou, da chamada cultura Nazca, tinha descoberto como voar em globo. Os arqueólogos mais sérios acreditam que o conjunto fosse uma mistura de calendário agrícola, com informações sobre o clima, e de culto aos deuses.
Outro mistério que envolve as linhas de Nazca está na idade e em sua incrível preservação. Datar o conjunto não foi uma tarefa simples para os especialistas, que concluíram que a criação foi em torno de 500 e 650 anos de nossa era.
Nazca fica cerca de 400 km ao sul de Lima, capital do Peru e só pode ser vista sobrevoando o local.
Fonte: J.do Brasil.com
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