A exposição que está em cartaz em Porto Alegre recria o cotidiano no interior do navio, os momentos anteriores ao naufrágio e o trágico acidente que matou 1.523 pessoas em abril de 1912.
Na madrugada de 15 de abril de 1912, o operador de telégrafo do Titanic enviou pedidos incessantes de socorro às embarcações do Atântico Norte, mas o navio mais próximo estava a quatro horas de distância. O socorro chegou tarde demais. Quando o capitão do Carpathia se aproximou do local do acidente, encontrou apenas 20 botes, com 705 sobreviventes. A fria noite do naufrágio do Titanic entrou para a história, deixando um grande saldo de mortes.
Passados quase 100 anos da tragédia, Porto Alegre recebe uma mostra que reconstitui a partida do navio, os momentos anteriores ao naufrágio e o resgate dos passageiros por meio de relatos dos sobreviventes e objetos encontrados no fundo do mar. "Titanic: a exposição - Objetos reais, histórias reais" em cartaz deverá passar também por Curitiba e Brasília.
Montada numa área de 1.500 metros, a mostra está organizada em oito partes. A primeira conta a história da construção do navio e apresenta sua infraestrutura. Em seguida, os visitantes passam pela rampa de embarque e entram no setor que reconstitui o interior da embarcação. Depois de passar por bagagens originais recuperadas após o acidente, o público chega às várias salas que mostram detalhes da vida a bordo, o luxo da primeira classe, as acomodações modestas dos viajantes de terceira classe e diversos objetos pessoais dos passageiros.
Na sequência, a exposição conta os detalhes da noite do acidente, apresenta a reprodução do compartimento das caldeiras e a "Galeria Iceberg", que reproduz um muro de gelo de 3,5m semelhante ao desenhado pelo vigia do navio, Frederick Fleet. Os visitantes podem tocar a superfície refrigerada, que com a umidade do ar cria uma camada real de gelo, o que remete às temperaturas no momento do naufrágio. Estima-se que na noite do acidente a água estava a -2ºC, provocando a morte por hipotermia dos passageiros que se lançaram ao mar com coletes salva-vidas.
Os objetos que integram a mostra só foram recuperados depois que a RMS Titanic Inc., empresa que produziu a exposição, conseguiu em um tribunal dos EUA a permissão para explorar o local do naufrágio e organizou sete expedições para recuperar 5.500 objetos, que foram catalogados e conservados, com vestígios do luxo destinados aos privilegiados.
Só para se ter uma ideia: O bilhete para essa parte do navio custaria hoje cerca de US$ 57 mil. As suítes mais caras chegaram a custar o equivalente a US$ 103 mil. Os passageiros da terceira classe pagaram o que hoje corresponderia a US$ 900 para embarcar.
Na entrada da exposição, cada visitante recebe um cartão de embarque com o nome de um passageiro real, semelhante ao original.
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