sábado, 25 de fevereiro de 2012

Movimento "Vá pra Feira" mostra como comprar nas ruas pode melhorar as cidades

Por que ir a uma feira de rua seria melhor do que fazer compras em um supermercado? O Movimento Vá Pra Feira foi criado em 2011 com o intuito de inspirar pessoas a passearam pelas barracas de uma feira de rua, mas faz mais do que isso: argumenta sobre os motivos que levam esse tipo de comércio a melhorar a relação entre pessoas e cidade (e até mesmo entre as pessoas e sua própria comida). É uma parte do que pode ser feito para evitar que elas diminuam em ritmo constante até que não existam mais.
“As feiras se apropriam dos espaços públicos, trazem uma movimentação atraente para as ruas e praças e são lugares onde além de comercialização de produtos em geral (desde comidas – hortifrutigranjeiros – até materiais domésticos, roupas e acessórios) acontecem trocas de cultura e afetividade”, diz o texto do projeto, que é produto de um trabalho de conclusão de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Escola da Cidade, em São Paulo – e está disponível na íntegra na internet.
Segundo o trabalho, as feiras:
- Levam vida às ruas;
- As pessoas se falam mais, o contato social é mais rico;
- O preço é negociável;
- A estrutura é adaptável;
- Favorece a economia local, uma vez que valoriza pequenos produtores e comerciantes.

As feiras são uma forma de valorizar questões urbanas comuns em grandes cidades como São Paulo e, diante de tantos espaços públicos fechados (baseados especialmente no consumo, como os shoppings), proporcionam um olhar diferente para o lugar em que se vive. “As feiras são símbolo de ocupação das ruas e trazem vivacidade ao espaço público, atendem a uma demanda local e por isso são periódicas, desmontáveis e adaptáveis”.
“Há quem pense que as feiras são desnecessárias devido à grande oferta de supermercados pela cidade, e que por trazerem alguns transtornos na circulação de automóveis deveriam ser extintas. Porém, acabar com as feiras seria afirmar que os grandes centros comerciais são a melhor opção urbana de organização de comércio nas grandes metrópoles, negando a importância do uso do espaço público, dos pequenos comerciantes na cadeia de produção e das construções de uso variado e adaptáveis”, argumenta o trabalho.
Superinteressante.com

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