O Cabo da Boa Esperança, antigo Cabo das Tormentas, na África do Sul, sempre deixou os navegantes com dor de barriga. No tempo das grandes navegações dos séculos 15 e 16, por suas características climáticas, o trecho, entre os oceanos Atlântico e Índico, guardava com fortes tempestades o desejado caminho para as Índias. Desde então, o cabo virou uma rota importante de navegação. Mas o clima lá continua agitado.
Embaixo da superfície do oceano, ferozes furacões não deixam nada a dever aos fenômenos que agitam a atmosfera aqui em cima. Embora pouco conhecidos, os furacões submarinos são redemoinhos com dimensões e força equivalentes aos seus irmãos da superfície. Mas como não vivemos no fundo do mar, as consequências são outras. Em geral, bem mais positivas.
A foto acima mostra um desses redemoinhos ocultos sob a superfície. Foi feita pelo aparelho Modis, do satélite Aqua da Nasa, agência espacial americana. As cores da foto são reais. O vórtex do furacão submarino estava bem ao sul da África do Sul, numa latitude equivalente à de Mar del Plata, na Argentina. Abaixo, a imagem completa do redemoinho, a 800 quilômetros do Cabo das Tormentas. E do vizinho cabo Agulhas, que realmente é ponto mais ao sul da África.
O redemoinho puxa nutrientes do fundo do oceano, fertilizando as águas. Isso cria condições para a proliferação de vida microscópica, como algas, que formam a base para a cadeia alimentar do mar.
Uma das questões que envolvem os pesquisadores agora é entender como as mudanças climáticas vão alterar esses fenômenos submarinos. O aquecimento já está mudando grandes correntes marinhas.
Época.com
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