Sabe A Corrente Leste Australiana, a via expressa marinha que levou o peixe-palhaço Marlin (pai de Nemo), a desmemoriada Dory e as tartarugas marinhas para Sídinei? Ela realmente existe. Cardumes de peixes pegam carona na força da corrente. Pois agora essa viagem vai mudar. Ela e outras equivalentes pelo mundo. É o que mostra uma pesquisa recente, publicada na revista britânica Nature Climate Change, braço da publicação Nature dedicado às mudanças climáticas.
O grupo é composto por 13 cientistas de centros de pesquisa e universidades da Austrália, China, Japão, Estados Unidos e Alemanha. Eles descobriram que as correntes marinhas subtropicais estão sofrendo efeito das mudanças climáticas. Essas correntes se formam no lado ocidental dos grandes oceanos, como no litoral da Argentina, na costa atlântica dos EUA e Canadá, ou na costa pacífica da Austrália. Levam as águas quentes dos trópicos para as latitudes medianas. São fundamentais para a manutenção do clima dessas regiões. As correntes trazem umidade e calor. Também geram tempestades.
A partir dos dados sobre a temperatura na superfície dos oceanos e na atmosfera, os pesquisadores reconstruíram a taxa de aquecimento na região dessas correntes marinhas desde o ano 1900. Descobriram que o aquecimento nas correntes foi duas a três vezes maior do que a média na superfície dos oceanos.
É o caso da Corrente Leste Australiana (CLA). A imagem abaixo, feita a partir de satélite, mostra as diferentes temperaturas do mar ao longo da CLA no ano de 2005. O azul mais escuro é água a 10 graus centígrados. O amarelo mostra água a 25 graus.
A CLA leva as águas quentes desde a Grande Barreira de Coral, ao norte da Austrália, rumo ao sul. Termina em um vórtex no Mar da Tasmânia, entre a Austrália e a Nova Zelândia. Como mostra o mapa abaixo.
Com as mudanças o clima, a CLA ficou mais intensa. Está seguindo até 350 quilômetros mais ao sul. Também fez a temperatura na Tasmânia aumentar dois graus em relação a 60 anos atrás. Na medida em que o aquecimento global progride e ganha ritmo, essas alteraçõe em correntes marinhas devem se intensificar, com consequências para as regiões próximas.
Época.com
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