segunda-feira, 30 de abril de 2012
Novo WTC é o prédio mais alto de Nova York
A torre do World Trade Center construída para substituir as Torres Gêmeas se converteu nesta segunda-feira no prédio mais alto de Nova York, superando o Empire State Building.
Os operários devem concluir a colocação de colunas de aço no topo da construção ainda não terminada, fazendo com que a altura total supere os 381 metros do deck de osbservação do Empire State.
O One World Trade Center, que já se destaca na paisagem da cidade, será a construção mais alta da cidade quando, no próximo ano, atingir os 541,3 metros e 104 andares.
Apenas apenas superará o Empire State, que data de 1930, como será mais alto que as próprias Torres Gêmeas, que foram destruídas durante os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, matando quase 3 mil pessoas.
O prédio mais alto do mundo continuará sendo o Burj Khalifa, em Dubai, com seus 828,1 metros, mas o One World Trade Center será o mais alto no hemisfério ocidental e o terceiro mais alto do mundo
7 alimentos que podem sumir do cardápio com o aquecimento global
Chocolate? Só a preço de ouro
Um estudo do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT, na sigla em espanhol), na Colômbia, sugere que este produto milenar, se não for “extinto”, corre o risco de se tornar escasso em quatro décadas, tornando-se artigo de luxo com preço nada doce.
A elevação de 2 a 3 graus Celsius na temperatura do planeta - o que segundo os cientistas, deve acontecer até 2050, se não forem mitigadas as emissões globais de CO2 – pode causar danos irreversíveis nas principais regiões de cultivo de cacau: Gana e Costa do Marfim, que juntos respondem por 2/3 da produção mundial do fruto.
Encomendada pela fundação Bill & Melinda Gates, a pesquisa mostra que, para fugir do calor, os fazendeiros estão começando a cultivar cacau em maiores altitudes, porém bem mais frias e limitadas, o que exige tecnologias de plantio novas para garantir a adaptação.
Uísque
O maior produtor mundial de uísque, a Escócia, deverá sentir o impacto das mudanças climáticas na bebida que lhe rende não só fama mas receita vultosa - no ano passado, o país exportou cerca de 12 bilhões de reais em uísque. Há motivos para se preocupar. Estudo encomendado pelo governo escocês em 2011 levantou ricos potenciais associados ao aquecimento global e a bebida.
Entre eles, o de que o suprimento e a qualidade de cereais, especialmente o malte, poderá sofrer, no futuro, com secas, enchentes em regiões produtoras costeiras e doenças na plantação. Temperaturas mais elevadas também poderão tornar menos eficiente o processo de produção e afetar a disponibilidade de água. Já nevascas intensas, muito frio e gelo tornarão mais constantes as interrupções operacionais e na cadeia de fornecimento.
Salmão
O aquecimento global põe em risco muitos animais marinhos, entre eles o salmão. A elevação das temperaturas oceânicas pode alterar o ciclo reprodutivo e o regime alimentar dessa iguaria subaquática. Segundo a associação americana National Wild Federation, a acidificação dos mares tem prejudicado a formação do casco de pequenos moluscos que servem de alimento para o salmão.
Inundações também atrapalham a reprodução do animal, cujas ovas são arrastadas para longe dos leitos de desova. Ainda de acordo com a entidade, a baixa incidência de neve durante as estação do inverno diminui o fluxo de rios importantes para a reprodução do salmão.
Arroz
Cientistas descobriram que, ao longo dos últimos 25 anos, o rendimento das colheitas de arroz caiu entre 10% e 20% em alguns locais. Um estudo liderado por pesquisadores americanos com 227 propriedades rurais de seis importantes regiões produtoras, como Tailândia, Vietnã, Índia e China, relaciona a baixa no rendimento ao aumento das temperaturas ao longo da noite.
A suspeita é de que as plantas de arroz estão gastando mais energia para respirar em noites quentes, o que afeta a capacidade de realizar fotossíntese. Nas Filipinas, por exemplo, um estudo de 2004 apontou que o rendimento das plantações caía 10% a cada aumento de 1° C na temperatura no período noturno.
Vinho Bordeaux
O aquecimento global também mostra com força suas garras em Bordeaux, na França, uma das regiões produtoras de vinhos de excelência mais antigas do mundo. Considerando o cenário mais pessimista, especialistas acreditam que as mudanças climáticas podem tornar a região inadequada para a atividade já em 2050.
O impacto no setor preocupa: atualmente, os vinhos de Bordeaux respondem por um terço da produção total da bebida na França. Atentos à ameaça, muitos produtores estão optando por uvas geneticamente modificadas, mais resistentes à mudança de temperaturas, desde que se trate de uma diferença modesta.
Mel
Um fenômeno vem intrigando cientistas do mundo todo: o colapso de colônias de abelhas na Europa, América do Norte, África e Ásia. De acordo com um estudo do Departamento de Agricultura dos EUA, as colônias de produção de mel diminuíram de uma população de 5,5 milhões em 1950 para 2,5 milhões em 2007.
Até o momento, o principal suspeito do sumiço das abelhas é o duo composto por poluição e o uso de defensivos agrícolas. Mas uma outra leva de cientistas também associa o fenômeno ao aquecimento do planeta, uma vez que mudanças extremas no clima afetam o padrão de floração na natureza e por consequência o comportamento das abelhas.
Borra de café
Nem o celebrado cafezinho escapou. Nos últimos anos, a produção de alguns dos melhores grãos vem apresentando queda na Colômbia e em outras regiões produtoras da América Latina. Para crescer sãs e fortes, as plantações de café precisam de condições adequadas de temperatura, além de dias secos e chuvosos na medida.
As mudanças bruscas no clima prejudicam, em muito, a colheita de bons grãos para a produção. Enquanto as chuvas fortes danificam as flores, o calor intenso torna propícia a proliferação de fungos danosos ao cultivo. Um estudo da Embrapa prevê que, se nada for feito para reduzir os efeitos do aquecimento global na agricultura, a produção de café no Brasil pode ter queda de 92% até o ano de 2100.
Exame.com
domingo, 29 de abril de 2012
7 geleiras montanhosas que estão sumindo com o aquecimento global
Era uma vez uma pista de esqui em Chacaltaya, na Bolívia
Nem a mais alta estação de esqui do mundo resiste às mudanças no clima. A mais de cinco mil metros de altura, as pistas de Chacaltaya, ao norte de La Paz, na Bolívia, sucumbiram ao derretimento do gelo e, durante o verão de 2009, o glaciar onde estava a instalada a estação praticamente desapareceu.
Hoje, restam apenas 5% da geleira, com algumas incidências de neve, mas raras. Os cientistas haviam previsto seu desaparecimento para 2015, mas o aquecimento global acelerou o processo. De acordo com o levantamento da Co+Life, além de frustrar aventureiros, o sumiço da geleira comprometeu o abastecimento de água em algumas regiões da capital naquele ano.
Monte Tian Shan, Casaquistão
Aos pés do monte Tian Shan, encontra-se Almaty, a maior cidade da República do Casaquistão, com uma população de 1,3 milhões de pessoas. A região é uma locomotiva econômica, respondendo por 20% da produção industrial e 30% da agricultura do país. Todo o fornecimento de água para consumo, irrigação e uso industrial é garantido pelos glaciares a dois mil quilômetros ao norte, nas montanhas de Tian Shan. Nos últimos 50 anos, no entanto, os glaciares perderam cerca de 35% de sua cobertura devido a elevação das temperaturas – processo que deverá se intensificar nos próximos anos.
Parque Nacional de Sagarmatha
Localizado no Nepal, o Parque Nacional de Sagarmatha é parte das montanhas do Himalaia e tem o monte Everest, o maior pico do mundo, como sua atração principal. Considerado Patrimônio Mundial pela Unesco em 1979 devido às suas características naturais e culturais únicas, o parque concentra a maior quantidade de gelo terrestre do mundo, um volume superado apenas pelas massa dos Pólos Sul e Norte.
As geleiras da região são importante fonte de água para a população asiática, sendo vital para economia e subsistência das pessoas. O perigo do aquecimento global é constante e pode levar à extinção enormes pedaços das geleiras dos Himalaias, ameaçando o padrão de chuvas, o fluxo dos rios e a agricultura em toda a Ásia.
Alpes de Kitzbühel, Áustria
Um estudo sobre mudança climática nos Alpes europeus realizado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) aponta que as famosas pistas de esqui podem estar com os dias contados por lá. A estimativa é de que 9% das estações já sofram com o aquecimento global. Uma da mais vulneráveis é a de Kitzbühel, na Áustria, cerca de 800 metros acima do nível do mar. Por falta de gelo, na última temporada de Natal, apenas 1/5 dos elevadores operaram e ainda foi necessário usar neve artificial para liberar o uso de algumas pistas.
Calota de Gelo de Quelccaya
Como a maioria dos glaciares da Terra, a maior calota tropical do mundo, a Quelccaya, nos Andes peruanos, já perdeu desde 1978 cerca de aproximadamente 20% da sua área. A estimativa dos cientistas é de que ela recua ao menos 4 metros todos os anos, dez vezes mais depressa do que a cinco décadas atrás, segundo estudo do Instituto de Politicas para a Terra.
Glaciar Franz Josef, Nova Zelândia
Ele desce de 3,5 mil metros até 240 metros acima do nível do mar no meio de uma floresta tropical. Seu nome popular, The Tears of Hinehukatere (As Lágrimas de Hinehukatere, no português) vem de uma antiga lenda local sobre uma menina que perde seu amado numa avalanche. Suas lágrimas correm então montanha abaixo e congelam, formando o glaciar. Como os demais monte gelados da Nova Zelândia, o Granz Josef sofre com o fenômeno do aquecimento global, que já reduziu 25% da área total dos alpes.
Monte Chomolhari, Butão
Encravado entre a China e a Índia, o reino do Butão possui muitas montanhas e picos nevados, entre eles o Monte Chomolhari ou Jomolhari, com aproximadamente 7,3 mil metros de altura. O rápido derretimento do gelo que corre para os lagos nos vales é uma ameaça para as comunidades da região. Há o perigo das represas nos lagos romperem e causarem deslizamentos de terra e enchentes, destruindo assim vilarejos locais, mosteiros e plantações.
Exame.com
sábado, 28 de abril de 2012
Quantidade de plástico nos mares pode ser 2,5 vezes maior
A quantidade de lixo plástico nos oceanos pode ser maior do que se imaginava. Pesquisadores descobriram que pedaços minúsculos do material são empurrados para até cinco metros de profundidade. Muitos estudos calculam a quantidade desse lixo analisando apenas a superfície da água. A pesquisa realizada por duas universidades americanas (Delaware e Washington) foi publicada no periódico Geophysical Research Letters.
Enquanto trabalhava em um barco de pesquisas no Oceano Pacífico, o oceanógrafo Giora Proskurowski percebeu algo estranho. A superfície da água estava tomada por pedacinhos de plástico parecidos com confete. Foi então que uma rajada de vento passou e as partículas desapareceram.
Depois de colher amostras de água a cinco metros de profundidade, Proskurowski, pesquisador da Universidade de Washington, descobriu que o vento estava empurrando o plástico para baixo da superfície da água. "Isso quer dizer que décadas de pesquisa verificando a quantidade de lixo plástico no oceano podem, em alguns casos, ter subestimado significativamente a quantidade do material nas águas marítimas", disse.
Proskurowski reuniu dados em uma expedição ao Atlântico Norte em 2010. A equipe de pesquisadores coletou amostras na superfície da água e em três níveis de profundidade diferentes até 30 metros. "Quase todas as amostras tinham plástico, independente da profundidade", disse.
O estudo conduzido por Proskurowski e Tobias Kukulka, da Universidade do Delaware, afirma que os dados coletados na superfície da água subestima a quantidade de plástico em até 2,5 vezes. Se o vento for muito forte, esse fator pode chegar até 27 vezes. "Isso mostra que os dados atuais podem estar errados", disse Giora.
A pesquisa sugere um novo modelo para que ambientalistas e cientistas calculem com mais precisão a quantidade de lixo plástico nas águas marítimas.
Plástico nos oceanosO lixo plástico nos oceanos é uma preocupação por causa do impacto ambiental. Por exemplo, quando um peixe ingere o plástico, ele pode afetar fazer mal ao fígado do animal. As partículas também servem de abrigo para bactérias e algas. Elas são transportadas juntos com as partículas para outras regiões do oceano onde podem ser invasivas e causar problemas ao ambiente local.
Exame.com
Câmeras lançadas em balões no céu filmam Aurora Boreal vista de cima
A aurora boreal é um fenômeno natural belo de se ver do solo. Mas como ela é vista do céu? Para descobrir, cientistas da companhia Ad Astra Rocket Company, nos Estados Unidos, soltaram no ar, enquanto a aurora estava acontecendo, 30 balões com câmeras HD acopladas. A ideia foi não só visualizar o fenômeno de outro ângulo, como entender a ciência por trás dele.
Os balões foram lançados durante duas noites. Quando eles alcançavam altitudes cuja pressão era alta demais, eles estouravam e voltavam à Terra por meio de paraquedas. Assim, os cientistas conseguiram ter acesso às filmagens. Nem todos os balões, porém, foram recuperados. Dois deles ficaram perdidos em algum lugar do Alasca. Segundo os cientistas, encontrá-los exigiria muitas horas de procura, e a equipe não dispunha deste tempo.
Na página do projeto, eles divulgaram as coordenadas de onde os equipamentos perdidos podem estar, para que grupos de escoteiros ou afins possam procurá-los. Como recompensa, quem encontrar pode ficar com a câmera, eles só pedem que as gravações sejam devolvidas.
As filmagens recuperadas foram reunidas em um vídeo em timelapse – que resume o processo todo e o exibe em tempo acelerado.
A aurora boreal é um fenômeno visual que ocorre em regiões próximas ao polo norte do nosso planeta. Se acontece no polo sul, é chamado de aurora austral, mas possui as mesmas características. Quando ocorrem – com mais freqüência entre os meses de fevereiro, março, abril, setembro e outubro –, as auroras podem ser vistas a olho nu durante o final da tarde e a noite. São causadas pelo contato dos ventos solares com o campo magnético da Terra, formando espetáculos de luzes coloridas no céu.
Época.com
Câmera tira fotos e imprime texto descrevendo as imagens
O objeto da foto acima é uma câmera fotográfica. Mas não daquelas comuns, em que você clica no botão e ela lhe mostra a imagem capturada. Em vez disso, o dispositivo imprime uma descrição da foto que você tira. A câmera, por enquanto, é apenas um protótipo desenvolvido pelo programador Matt Richardson, batizado de Câmera Descritiva, mas já funciona com sucesso.
O site da invenção conta que, ao usuário tirar uma foto, a câmera envia essa imagem a uma equipe de pessoas que vai analisá-la e, em seguida, enviar de volta ao dispositivo a descrição do cenário, de 3 a 6 minutos depois. No caso, quem está tendo o trabalho são funcionários da Amazon Mechanical Turk (MTurk), serviço contratado por empresas em que seres humanos realizam tarefas que os computadores não são capazes de fazer.
A ideia do inventor é de, no futuro, tentar comercializar sua invenção e aperfeiçoar a aparência da câmera, como reduzir um pouco o seu tamanho, tornando-a prática para ser levada a qualquer lugar. Ainda na página da internet, Richardson publicou algumas imagens feitas pelo aparelho, com suas respectivas descrições impressas. Confira abaixo:
"Esta é uma imagem desbotada de um edifício em ruínas. Parece estar caindo e na necessidade de reparos". (Foto: Matt Richardson)
Época.com
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Listas contam história da imigração
Até junho de 2012, o projeto Memória da Imigração deve disponibilizar para consulta pública no site do Museu da Imigração (www.museudaimigração.com.br) versões digitalizadas de cerca de 66 mil listas de bordo de navios que chegaram ao estado entre 1854 e 1962. O projeto é uma parceria entre a Secretaria Estadual de Cultura e o Arquivo Público do Estado de São Paulo.
Além das listas, há milhares de outros documentos disponíveis para consulta pública, como páginas de jornais, mapas, fotografias e cartões-postais. Para que tudo isso chegasse à internet foi realizado um trabalho de mais de um ano de organização, conservação e preservação, digitalização e tratamento de imagem.
Atualmente, o próprio site do Arquivo Público do Estado de São Paulo disponibiliza cerca de 330 listas de bordo digitalizadas especialmente para o site Memória da Imigração do Estado de São Paulo. Já o acervo digital do Museu da Imigração conta com 87 mil itens que ilustram um pedaço importante da história do estado.
Além das listas, há milhares de outros documentos disponíveis para consulta pública, como páginas de jornais, mapas, fotografias e cartões-postais. Para que tudo isso chegasse à internet foi realizado um trabalho de mais de um ano de organização, conservação e preservação, digitalização e tratamento de imagem.
Atualmente, o próprio site do Arquivo Público do Estado de São Paulo disponibiliza cerca de 330 listas de bordo digitalizadas especialmente para o site Memória da Imigração do Estado de São Paulo. Já o acervo digital do Museu da Imigração conta com 87 mil itens que ilustram um pedaço importante da história do estado.
História Viva.com
Foto de rio brasileiro é a imagem da semana da Agência Espacial Europeia
A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) selecionou uma fotografia
de satélite do rio Juruá adentrando a Floresta Amazônica como a imagem da
semana.
"Dado seu tamanho, a detecção remota é a melhor maneira de estudar a Bacia do Amazonas em grande escala, especialmente para avaliar a amplitude e o dano do desmatamento", indicou a ESA em comunicado.
A imagem, capturada pelo satélite Envisat entre 2 de janeiro, 1º de fevereiro e 3 de março e processada pela ESA, mostra como o rio penetra em uma área, formando uma série de meandros em sua passagem.
A fotografia do Juruá, maior afluente do rio Amazonas, é uma das últimas imagens produzidas pelo Envisat, satélite sobre o qual a ESA perdeu controle em 8 de abril sem ainda ter conseguido recuperá-lo.
"Dado seu tamanho, a detecção remota é a melhor maneira de estudar a Bacia do Amazonas em grande escala, especialmente para avaliar a amplitude e o dano do desmatamento", indicou a ESA em comunicado.
A imagem, capturada pelo satélite Envisat entre 2 de janeiro, 1º de fevereiro e 3 de março e processada pela ESA, mostra como o rio penetra em uma área, formando uma série de meandros em sua passagem.
A fotografia do Juruá, maior afluente do rio Amazonas, é uma das últimas imagens produzidas pelo Envisat, satélite sobre o qual a ESA perdeu controle em 8 de abril sem ainda ter conseguido recuperá-lo.
Estadão.com
Vales de Marte foram esculpidos por rios de lava
Um grupo de cientistas da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, colocou fim em um longo debate sobre a formação de um tipo de paisagem de Marte. Em estudo publicado nesta quinta-feira na revista Science, eles afirmam que vales do planeta vermelho foram esculpidos por lava, e não por água, como muitos pensavam até então.
O estudo mostrou que a lava deixou vestígios semelhantes aos encontrados em algumas partes da Terra, como no Havaí e na região de Galápagos, no Oceano Pacífico.
O principal autor do artigo, Andrew Ryan, analisou a região dos Vales Athabasca, equador marciano, usando mais de 100 imagens de alta resolução enviadas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da Nasa.
De acordo com Ryan, os desenhos encontrados em forma de grandes espirais variam de 5 a 30 metros de largura e não poderiam ter sido formadas por processos relacionados com a água ou o gelo. As espirais, que lembram as linhas circulares da concha de um caracol, provavelmente se formaram quando rios de lava fluíram em diferentes velocidades e direções. Até agora, Ryan e o coautor do estudo, Philip Christensen, contaram quase 200 espirais e acreditam que haja mais.
As espirais de lava podem estar presentes em outras províncias vulcânicas de Marte ou em canais de escoamento cobertos por características vulcânicas. Eu espero que encontremos mais algumas à medida que a cobertura da sonda aumente com o tempo", disse Ryan.
De acordo com a Nasa, a câmera da sonda Mars Reconnaissance conseguiu multiplicar por dez o número de locais pesquisados e agora pode identificar objetos tão pequenos quanto uma mesa de jantar.
Veja.com
Astronautas voltam à Terra após missão de seis meses
Três astronautas voltaram nesta sexta-feira à Terra depois de passar seis meses na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) em uma missão do Centro Russo de Controle dos Voos Espaciais (TSOUP). Os russos Anton Shklaperov e Anatoli Ivanishin e o americano Dan Burbank pousaram no Cazaquistão às 8h45 (horário de Brasília) depois de uma viagem de três horas na nave espacial Soyuz TMA-22.
Eles haviam decolado do cosmódromo de Baikonur no 14 de novembro de 2011 com destino à Estação Espacial Internacional. Foi a primeira viagem desde que a Nasa, a agência espacial dos EUA, encerrou o programa de 30 anos de seus ônibus espaciais.
Uma nova equipe de astronautas vai partir no dia 15 de maio para se juntar ao russo Oleg Kononenko, ao americano Don Pettit e ao holandês André Kuipers, ocupantes da ISS desde dezembro de 2011.
Época.com
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Bola perdida na tsunami é recuperada no Alasca
O adolescente japonês Misaki Murakami, de 16 anos, ficou surpreso com um telefonema que recebeu de um casal do Alasca: eles encontraram uma bola de futebol com o nome do menino que havia sido levada pelo mar quando a tsunami varreu a cidade de Rikuzentakata, em março do ano passado. Misaki e sua família perderam tudo quando sua casa foi destruída. A bola encontrada nos EUA, a cinco mil quilômetros de distância, tinha mensagens de incentivo que haviam sido escritas por colegas do adolescente quando ele mudou de escola, há alguns anos. David Baxter, morador da cidade de Kasilof, casado com uma japonesa, a encontrou numa praia. Sua mulher acionou jornalistas japoneses que conseguiram localizar o menino, no Japão. A bola será devolvida.
Planeta não é sustentável sem controle de consumo e população, diz relatório
O consumo excessivo em países ricos e o rápido crescimento populacional nos países mais pobres precisam ser controlados para que a humanidade possa viver de forma sustentável.
A conclusão é de um estudo de dois anos de um grupo de especialistas coordenados pela Royal Society (associação britânica de cientistas).Entre as recomendações dos cientistas estão dar a todas as mulheres o acesso a planejamento familiar, deixar de usar o Produto Interno Bruto (PIB) como um indicativo de saúde econômica e reduzir o desperdício de comida.
O relatório da Royal Society será um dos referenciais para as discussões da Rio+20, cúpula que acontecerá na capital fluminense em junho próximo.
"Este é um período de extrema importância para a população e para o planeta, com mudanças profundas na saúde humana e na natureza", disse John Sulston, presidente do grupo responsável pelo relatório.
"Para onde vamos depende da vontade humana - não é algo predestinado, não é um ato de qualquer coisa fora (do controle) da humanidade, está em nossas mãos".
John Sulston ganhou renome internacional ao liderar a equipe britânica que participou do Human Genome Project, projeto responsável pelo mapeamento do genoma humano.
Em 2002, ele foi ganhador, junto com outro cientista, de um prêmio Nobel de Medicina, e hoje é diretor do Institute for Science Ethics and Innovation, na Manchester University, em Manchester.
Discussão retomada
Embora o tamanho da população humana da Terra fosse no passado um importante ponto de discussão em debates sobre o meio ambiente, o assunto saiu da pauta de discussões recentemente.
Em parte, isso aconteceu porque alguns cientistas chegaram à conclusão de que a Terra seria capaz de suportar mais pessoas do que o imaginado. Além disso, países em desenvolvimento passaram a considerar a questão como uma cortina de fumaça criada por nações ocidentais para mascarar o problema do excesso de consumo.
Entretanto, o tema voltou à pauta de discussões após novos estudos terem mostrado que mulheres em países mais pobres, de maneira geral, desejam ter acesso ao planejamento familiar, o que traria benefícios à suas comunidades.
Segundo a projeção "média" da ONU, a população do planeta, atualmente com 7 bilhões de pessoas, atingiria um pico de pouco mais de 10 bilhões no final do século e depois começaria a cair.
"Dos três bilhões extra de pessoas que esperamos ter, a maioria virá dos países menos desenvolvidos", disse Eliya Zulu, diretora execuriva do African Institute for Development Policy, em Nairóbi, no Quênia. "Só na África, a população deve aumentar em 2 bilhões".
"Temos de investir em planejamento familiar nesses países - (desta forma,) damos poder às mulheres, melhoramos a saúde da criança e da mãe e damos maior oportunidade aos países mais pobres de investir em educação".
O relatório recomenda que nações desenvolvidas apoiem o acesso universal ao planejamento familiar - o que, o estudo calcula, custaria US$ 6 bilhões por ano.
Se o índice de fertilidade nos países menos desenvolvidos não cair para os níveis observados no resto do mundo - alerta o documento - a população do planeta em 2100 pode chegar a 22 bilhões, dos quais 17 bilhões seriam africanos.
Ultrapassando fronteiras O relatório é da opinião de que a humanidade já ultrapassou as fronteiras planetárias "seguras" em termos de perda de biodiversidade, mudança climática e ciclo do nitrogênio, sob risco de sérios impactos futuros.
Segundo a Royal Society, além do planejamento familiar e da educação universal, a prioridade deve ser também retirar da pobreza extrema 1,3 bilhão de pessoas.
E se isso significa um aumento no consumo de alimentos, água e outros recursos, é isso mesmo o que deve ser feito, dizem os autores do relatório.
Nesse meio tempo, os mais ricos precisam diminuir a quantidade de recursos materiais que consomem, embora isso talvez não afete o padrão de vida.
Eliminar o desperdício de comida, diminuir a queima de combustíveis fósseis e substituir economias de produtos por serviços são algumas das medidas simples que os cientistas recomendam para reduzir os gastos de recursos naturais sem diminuir a prosperidade de seus cidadãos.
"Uma criança no mundo desenvolvido consome entre 30 e 50 vezes mais água do que as do mundo em desenvolvimento", disse Sulston. "A produção de gás carbônico, um indicador do uso de energia, também pode ser 50 vezes maior".
"Não podemos conceber um mundo que continue sendo tão desigual, ou que se torne ainda mais desigual".
Países em desenvolvimento, assim como nações de renda média, começam a sentir o impacto do excesso de consumo observado no Ocidente. Um dos sintomas disso é a obesidade.
PIB
A Royal Society diz que é fundamental abandonar o uso do PIB como único indicador da saúde de uma economia.
Em seu lugar, países precisam adotar um medidor que avalie o "capital natural", ou seja, os produtos e serviços que a natureza oferece gratuitamente.
"Temos que ir além do PIB. Ou fazemos isso voluntariamente ou pressionados por um planeta finito", diz Jules Pretty, professor de meio ambiente e sociedade na universidade de Essex.
"O meio ambiente é de certa forma a economia... e você pode discutir gerenciamentos econômicos para melhorar as vidas de pessoas que não prejudique o capital natural, mas sim o melhore", completa.
O encontro do Rio+20 em junho deve gerar um acordo com uma série de "metas de desenvolvimento sustentável", para substituir as atuais metas de desenvolvimento do milênio, que vem ajudando na redução da pobreza e melhoria da saúde e educação em países em desenvolvimento.
Não está claro se as novas metas vão pedir o compromisso de que os países ricos diminuam seus níveis de consumo.
"Não podemos conceber um mundo que continue sendo tão desigual, ou que se torne ainda mais desigual".
Países em desenvolvimento, assim como nações de renda média, começam a sentir o impacto do excesso de consumo observado no Ocidente. Um dos sintomas disso é a obesidade.
PIB
A Royal Society diz que é fundamental abandonar o uso do PIB como único indicador da saúde de uma economia.
Em seu lugar, países precisam adotar um medidor que avalie o "capital natural", ou seja, os produtos e serviços que a natureza oferece gratuitamente.
"Temos que ir além do PIB. Ou fazemos isso voluntariamente ou pressionados por um planeta finito", diz Jules Pretty, professor de meio ambiente e sociedade na universidade de Essex.
"O meio ambiente é de certa forma a economia... e você pode discutir gerenciamentos econômicos para melhorar as vidas de pessoas que não prejudique o capital natural, mas sim o melhore", completa.
O encontro do Rio+20 em junho deve gerar um acordo com uma série de "metas de desenvolvimento sustentável", para substituir as atuais metas de desenvolvimento do milênio, que vem ajudando na redução da pobreza e melhoria da saúde e educação em países em desenvolvimento.
Não está claro se as novas metas vão pedir o compromisso de que os países ricos diminuam seus níveis de consumo.
Agricultura se espalhou pela Europa vinda do sul, afirmam cientistas
A agricultura se espalhou pelo Norte da Europa a partir do Sul do continente acompanhando movimentos migratórios. Essa é a conclusão de uma equipe de pesquisadores da Suécia e da Dinamarca, que reuniram pistas sobre um dos temas mais debatidos na história da humanidade: a transformação de grupos de indivíduos caçadores-coletores em sociedades agrícolas. O estudo será publicado nesta semana na revista americana Science.
A agricultura se desenvolveu no Oriente Médio há 11.000 anos. Antes disso, o homem era um caçador-coletor nômade, vivendo dos recursos disponíveis em determinada região, para depois seguir para outras áreas. Há 5.000 anos, a agricultura já havia chegado ao continente europeu. Mas a forma como a prática se espalhou, progrediu e afetou a vida dos antigos europeus ainda é tema de acolaradas discussões.
Um dos pontos que os especialistas debatem é se a agricultura surgiu em diversos pontos da Europa independentemente ou se um grupo migrante levou a técnica de um local ao outro.
estudo realizado pelas universidades de Estocolmo e Copenhague usou técnicas avançadas para caracterizar o DNA de quatro esqueletos de humanos que viveram na Suécia há 5.000 anos, durante a Idade da Pedra. A pesquisa analisou o que os cientistas chamam de marcadores genéticos, pequenas pistas no DNA que definem certas características nos indivíduos. Três deles eram caçadores-coletores e um era agricultor.
estudo realizado pelas universidades de Estocolmo e Copenhague usou técnicas avançadas para caracterizar o DNA de quatro esqueletos de humanos que viveram na Suécia há 5.000 anos, durante a Idade da Pedra. A pesquisa analisou o que os cientistas chamam de marcadores genéticos, pequenas pistas no DNA que definem certas características nos indivíduos. Três deles eram caçadores-coletores e um era agricultor.
Os pesquisadores compararam os marcadores genéticos dos antepassados com dados de indivíduos vivos. O perfil genético do fazendeiro da Idade da Pedra combina com o de pessoas que vivem nas redondezas do Mediterrâneo, de acordo com os autores do estudo. Já o perfil dos três caçadores-coletores lembra o de europeus do Norte.
O estudo reforça a tese de que a revolução agrícola foi encabeçada por pessoas que migraram a partir do Sul da Europa e viveram lado-a-lado com coletores-caçadores por muitas gerações. "Hoje, ninguém tem o mesmo perfil genético dos caçadores e coletores, embora eles continuem representados na herança genética dos europeus modernos", disse Pontus Skoglund, um dos autores da pesquisa. "Se a agricultura tivesse se espalhado meramente como um processo cultural, não encontraríamos tamanha
O estudo reforça a tese de que a revolução agrícola foi encabeçada por pessoas que migraram a partir do Sul da Europa e viveram lado-a-lado com coletores-caçadores por muitas gerações. "Hoje, ninguém tem o mesmo perfil genético dos caçadores e coletores, embora eles continuem representados na herança genética dos europeus modernos", disse Pontus Skoglund, um dos autores da pesquisa. "Se a agricultura tivesse se espalhado meramente como um processo cultural, não encontraríamos tamanha
semelhança genética entre um agricultor do Norte e as populações do Sul."
Veja.com
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Frase
"Se você não tem o dom de modificar uma pessoa,
modifique aquilo que você pode: o seu jeito de
olhar para ela".
modifique aquilo que você pode: o seu jeito de
olhar para ela".
Roupas de fibras naturais e placas solares carregam eletrônicos
Estudantes da Universidade de Colorado, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo uma série de roupas feitas de fibra natural e capazes de carregar a bateria de pequenos aparelhos eletrônicos. A ideia é fabricar modelos duráveis, confortáveis e estilosos para ser usados em corridas e caminhadas ao ar livre.
O projeto, coordenado por pesquisadores do Departamento de Design da universidade, é considerado único porque alia tecidos naturais – como algodão ou linho, ao invés daqueles derivados do petróleo – e placas solares para armazenar energia do Sol e abastecer de energia os gadgets de quem a está usando. Até então as roupas equipadas com placas solares de que se tinha notícia não tinham o apelo fashion.
Os pesquisadores também descobriram uma combinação de espessura, peso, tingimento, acabamento e tipo de tecidos naturais que garante boa proteção contra a radiação ultravioleta.
Com financiamento da EPA (Agência de Proteção ao Meio Ambiente), o grupo já desenvolveu protótipos de três jaquetas, um colete e dois capacetes – um para ski, que também é equipado com Bluetooth, e outro que poderá ser usado por militares.
Os modelos foram expostos na feira National Sustainable Design, em Washington, realizada nesta semana.
National Geographic
O que a Ciência deseja saber?
São tantas as pesquisas... muitas descobertas... E afinal: O que a Ciência deseja saber?
A maioria dos acadêmicos admite a probabilidade de que Isaac Newton, ao formular as leis da gravidade e inventar o cálculo diferencial, no fi nal do século 17, dominasse todo o conhecimento científico da época. Estima-se que, nos 350 anos seguintes, tenham sido publicados cerca de 50 milhões de trabalhos de pesquisa, além de inúmeros livros, nos campos da matemática e das ciências naturais. É bem possível que, hoje, os estudantes do ensino médio saibam mais sobre esses assuntos que o grande gênio, mesmo assim, a ciência ainda é vista como uma selva impenetrável de dados.
Uma das maneiras pelas quais os cientistas buscaram lidar com essa quantidade enorme de informações é por uma especialização cada vez maior, mas com resultados limitados.
Uma das maneiras pelas quais os cientistas buscaram lidar com essa quantidade enorme de informações é por uma especialização cada vez maior, mas com resultados limitados.
A cada dia nosso conhecimento parece mais limitado. Assim, os cientistas tiveram de recorrer a outra tática diante da selva de dados: ignorá-la em grande parte.
O que não chega a surpreender. Embora fundamental, com certeza, não é o conhecimento abrangente que faz o cientista, mas sim a ignorância. Por absurdo que pareça, os fatos, para esse profissional, não representam mais que um ponto de partida. Afinal, conforme uma observação sarcástica do dramaturgo George Bernard Shaw, num brinde a Einstein, a cada nova descoberta científica, surgem dez novas perguntas.
Com base nesse cálculo a ignorância estará sempre à frente do conhecimento. A ideia de que apesar de tudo que já aprendemos há muito mais a examinar é consenso entre cientistas e leigos. Um ponto ainda mais relevante é que, diariamente, descobrimos que há cada vez mais coisas para conhecer. Uma das principais consequências do conhecimento científico é o desenvolvimento de formas novas e aprimoradas de sermos ignorantes. Não se trata, aqui, do que se associa, em geral, à falta de curiosidade ou educação, mas de uma qualidade culta e refinada. Esta é a essência do trabalho do cientista: a distinção entre as conotações diversas desse mesmo conceito, tanto ao elaborar pedidos de subvenção como ao tomar uma cerveja durante suas reuniões. Nas palavras de James Clerk Maxwell, provavelmente o maior físico entre as épocas de Newton e Einstein: “A consciência plena da ignorância é o prelúdio de todo progresso do conhecimento.
Com base nesse cálculo a ignorância estará sempre à frente do conhecimento. A ideia de que apesar de tudo que já aprendemos há muito mais a examinar é consenso entre cientistas e leigos. Um ponto ainda mais relevante é que, diariamente, descobrimos que há cada vez mais coisas para conhecer. Uma das principais consequências do conhecimento científico é o desenvolvimento de formas novas e aprimoradas de sermos ignorantes. Não se trata, aqui, do que se associa, em geral, à falta de curiosidade ou educação, mas de uma qualidade culta e refinada. Esta é a essência do trabalho do cientista: a distinção entre as conotações diversas desse mesmo conceito, tanto ao elaborar pedidos de subvenção como ao tomar uma cerveja durante suas reuniões. Nas palavras de James Clerk Maxwell, provavelmente o maior físico entre as épocas de Newton e Einstein: “A consciência plena da ignorância é o prelúdio de todo progresso do conhecimento.
Essa visão da ciência (como mais relacionada a perguntas que a respostas) deveria proporcionar certo alívio já que a torna menos ameaçadora, muito mais acessível e, até mesmo, divertida, à medida que passa a ser uma série de elegantes enigmas embutidos uns nos outros (e quem não gosta desse tipo de passatempo?). Além disso, as indagações ganham maior clareza e, muitas vezes, revelam- se mais interessantes que as respostas que, em geral, marcam a conclusão do processo enquanto perguntas nos mantêm no meio do turbilhão.
Assim, ao conhecer um cientista, não se deve perguntar o que ele sabe, mas o que deseja saber. Essa abordagem renderá uma conversa muito mais interessante – para ambas as partes.
Assim, ao conhecer um cientista, não se deve perguntar o que ele sabe, mas o que deseja saber. Essa abordagem renderá uma conversa muito mais interessante – para ambas as partes.
Scientific American
Nadando em Marte
Aos olhos de muitos cientistas planetários a superfície do hemisfério norte de Marte parece ter abrigado um oceano há muito tempo. Agora as coisas também “soam” dessa forma. Um veículo espacial europeu, equipado com um radar de sondagem que lança ondas de rádio contra o planeta para investigar sua composição, identificou o que parecem ser depósitos sedimentares no norte marciano. Os sedimentos, que poderiam estar misturados ao gelo, representariam os restos de um raso oceano que existiu há cerca de 3 bilhões de anos, de acordo com um estudo publicado em janeiro, na Geophysical Research Letters. A nova pesquisa se baseia em uma série de sondagens de radar feitas pelo instrumento Marsis da sonda orbital Mars Express produzida pela Agência Espacial Europeia, que orbita Marte desde 2003. “Mapeamos a intensidade do eco de superfície de todo o planeta”, explica o principal autor do estudo Jérémie Mouginot, geofísico da University of California em Irvine. Na formação Vastitas Borealis, um depósito geológico próximo ao polo norte marciano que há muito suspeita-se ter origem sedimentar, a refletividade do radar foi bastante baixa – menor do que seria esperado se a formação fosse vulcânica, e não sedimentar.
interpretação de Mouginot está de acordo com os dados obtidos por outro radar de sondagem, o Mars Reconnaissance Orbiter, da Nasa, que investigou a região há alguns anos. O instrumento Sharad dessa sonda sugeriu que a formação Vastitas Borealis compreendia uma camada sedimentar considerável ao redor das planícies vulcânicas. Baseado na extensão dos sedimentos identificados pela Mars Express, o oceano teria coberto uma grande região da planície norte, ainda que não por muito tempo.
Marte parece ter tido atividade geotérmica suficiente para derreter uma grande quantidade de água do solo e alimentar um oceano raso, com talvez 100 metros de profundidade, há cerca de 3 bilhões de anos. (Também pode ter existido um oceano anterior, adiciona Mouginot.) “Acredito que o que tivemos aqui foi um episódio de inundações rápidas ou algo do tipo que cobriu a planície norte”, avalia ele. Mas o ambiente teria sido frio e seco demais, para sustentar um grande corpo d’água por períodos de tempo geológicos. Dentro de 1 milhão de anos, mais ou menos, o oceano seria recongelado e enterrado sob o solo, ou teria escapado na forma de vapor. Os novos dados de radar oferecem suporte – mas não verdade sólida e incontroversa – para a visão há muito sustentada de que um enorme corpo d’água se espalhava pelo norte de Marte.
interpretação de Mouginot está de acordo com os dados obtidos por outro radar de sondagem, o Mars Reconnaissance Orbiter, da Nasa, que investigou a região há alguns anos. O instrumento Sharad dessa sonda sugeriu que a formação Vastitas Borealis compreendia uma camada sedimentar considerável ao redor das planícies vulcânicas. Baseado na extensão dos sedimentos identificados pela Mars Express, o oceano teria coberto uma grande região da planície norte, ainda que não por muito tempo.
Marte parece ter tido atividade geotérmica suficiente para derreter uma grande quantidade de água do solo e alimentar um oceano raso, com talvez 100 metros de profundidade, há cerca de 3 bilhões de anos. (Também pode ter existido um oceano anterior, adiciona Mouginot.) “Acredito que o que tivemos aqui foi um episódio de inundações rápidas ou algo do tipo que cobriu a planície norte”, avalia ele. Mas o ambiente teria sido frio e seco demais, para sustentar um grande corpo d’água por períodos de tempo geológicos. Dentro de 1 milhão de anos, mais ou menos, o oceano seria recongelado e enterrado sob o solo, ou teria escapado na forma de vapor. Os novos dados de radar oferecem suporte – mas não verdade sólida e incontroversa – para a visão há muito sustentada de que um enorme corpo d’água se espalhava pelo norte de Marte.
Scientific American
Iceberg de 750 quilômetros quadrados
As correntes oceânicas quentes são as principais causas da perda de gelo na Antártica. Pesquisadores de uma equipe internacional de cientistas liderada pela British Antarctic Survey (BAS) chegaram a esta conclusão após usarem novas técnicas, que permitiram a análise, separadamente, dos impactos das correntes oceânicas e do ar. Enquanto uma provoca o derretimento mais acentuado por baixo da massa de gelo, a segunda atua por cima. O estudo, que será publicado nesta quinta-feira na revista “Nature”, deverá ajudar a criar projeções mais precisas do aumento do nível do mar.
Um aparelho de laser num satélite da Nasa (ICESat) mediu, em 4,5 milhões de pontos, a espessura das plataformas de gelo flutuante em torno da Antártica. Os dados permitiram entender o padrão do derretimento da geleira do continente. Das 54 plataformas de gelo mapeadas, 20 derretem pela ação das correntes oceânicas quentes, a maioria na Antártica Ocidental.
Observamos um padrão claro: em todos os casos em que as plataformas de gelo estão sendo derretidas pelo oceano, as geleiras do interior se movem mais rapidamente. Esse movimento é o maior responsável pela principal perda de gelo do continente, contribuindo para o aumento do nível do mar – afirmou o pesquisador que coordena a equipe, Hamish Pritchard, da BAS. - O que é realmente interessante é saber o quão sensível essas geleiras podem ser.
Já na península da Antártica Oriental, mais próximo da América do Sul, a situação é diferente. As geleiras sofrem mais a ação dos ventos quentes do verão.
Em ambos os casos, porém, os pesquisadores identificam mudanças no padrão climático relacionadas ao aquecimento global. Os principais indícios são as mudanças dos ventos no local.
Iceberg de 750 quilômetros quadrados
Quando grandes pedaços de gelo se desprendem da plataforma continental, formam-se icebergs. Este fenômeno está sendo observado do espaço por especialistas, que acompanham a evolução de uma rachadura numa geleira da Antártica. O satélite alemão TerraSAR-X, a 500 quilômetros de altitude, monitora o gelo da Ilha Pine, no Mar de Amundsen. A expectativa é ver o surgimento de um iceberg gigantesco, de 750 quilômetros quadrados.
Especialistas não podem prever exatamente quando esta massa de gelo vai ficar à deriva no mar. De acordo com a previsão da professora Angelika Humbert, da Universidade de Hamburgo, a rachadura está se expandindo rapidamente. Sua estimativa é que isto ocorra em seis meses
A rachadura na geleira foi vista pela primeira vez pelo TerraSAR-X em 13 de outubro. Um avião da Nasa, no dia seguinte, fotografou o local, comprovando o fenômeno, que se propagou em duas etapas principais. Na primeira, causou um corte na massa de gelo de cerca de 24 quilômetros de comprimento. Poucos dias depois, abriu outra fratura de 28 quilômetros.
Pesquisadores têm observado o aumento da incidência da criação de icebergs na Antártica. As rachaduras das geleiras têm ocorrido cada vez mais distante da borda, levando a blocos de gelo maiores. Além disso, pesquisas indicam que a aderência do gelo no continente antártico está sendo reduzida por conta do seu derretimento.
O estudo das geleiras é fundamental para que os cientistas possam alimentar os modelos matemáticos que buscam reproduzir a formação da massa de gelo na Antártica durante os séculos.
terça-feira, 24 de abril de 2012
NASA tem o edifício público high tech mais verde dos EUA
Primeiro prédio construído em 25 anos pela agência espacial americana, a Base de Sustentabilidade da Nasa começou a operar oficialmente na última sexta-feira. A instalação, localizada em Mountain View, na Califórnia, recebeu o selo Leed, deconstrução ecológica, tornando-se o prédio público mais verde dos Estados Unidos.
Projetada pelo escritório de arquitetura William McDonough + Partners, especializado em eco design, a nova base tem atributos high tech que a fazem digna do título. Entre eles, cinco mil sensores de calor que regulam, automaticamente, a abertura e fechamento das janelas nos dois andares.
O mesmo software mede os níveis de dióxido de carbono, refrigeração, ruídos e iluminação dentro das salas. Maximizar o uso de luz natural é uma prioridade do projeto: a expectativa é que, ao longo de um ano, a conta de luz represente o montante gasto durante apenas 40 dias.
Ainda no quesito energia, o edifício sustentável da Nasa dispõe de paineis solares, turbinas eólicas e células de combustível de óxido sólido, ou SOFCs (do inglês solid oxide fuel cell), unidades auxiliares de geração de eletricidade. A combinação permite ao prédio produzir sua própria energia e ainda vender o excedente para a rede.
O edifício, que será a estação de trabalho de 210 funcionários da Nasa, também usa 90% menos água potável do que um convencional. E todo o concreto e o aço utilizados na construção são reciclados.
National Geographic
Celular começa a ser usado como cartão de crédito no Reino Unido
Os clientes do banco britânico Barclays já não precisam mais procurar por moedas ou notas de dinheiro quando quiserem comprar algo nas lojas, graças a um novo serviço que permite que a pessoa utilize apenas o celular para pagar despesas de até 15 libras (R$ 45).
Os defensores da tecnologia, chamada de PayTag, já defendem que, em cinco anos, não existirá mais pagamentos com cartão de crédito tradicionais e você só precisará sair de casa com o celular em mãos.
A tecnologia é bem simples: uma etiqueta adesiva – três vezes menor do que um cartão de crédito – para ser colada no celular. Para fazer o pagamento, tudo o que a pessoa precisa fazer é aproximar o celular do produto e o chip acoplado à etiqueta vai se encarregar de ler a mensagem, comunicar ao banco e confirmar a compra. Tudo sem que o usuário precise se quer digitar uma senha.
E para espantar desconfianças, o banco garante que o sistema é extremamente protegido contra fraudes e já está despertando atenção de outros bancos. Um número crescente de varejistas também já estão aceitando a nova forma de pagamento, entre eles o McDonalds e a rede de supermercados Tesco. A empresa prevê que até o final de 2012, o PayTag será aceito em mais de 150 mil estabelecimentos no Reino Unido.
Um sistema semelhante é utilizado no Japão desde 2004 e funciona muito bem. Agora, a expectativa é que uma vez consolidada pelo Reino Unido, essa tecnologia se espalhe para outros países.
De acordo com o diretor executivo da Barclays, David Chan, o celular já virou item de extrema importância e, por isso, o banco pensou em maneiras de usá-lo para facilitar a vida. “Nossa expectativa é de que até 2016, as pessoas possam deixar as carteiras em casa e utilizar o celular como uma espécie de carteira digital”, disse Chan ao Daily Mail.
Os defensores da tecnologia, chamada de PayTag, já defendem que, em cinco anos, não existirá mais pagamentos com cartão de crédito tradicionais e você só precisará sair de casa com o celular em mãos.
A tecnologia é bem simples: uma etiqueta adesiva – três vezes menor do que um cartão de crédito – para ser colada no celular. Para fazer o pagamento, tudo o que a pessoa precisa fazer é aproximar o celular do produto e o chip acoplado à etiqueta vai se encarregar de ler a mensagem, comunicar ao banco e confirmar a compra. Tudo sem que o usuário precise se quer digitar uma senha.
E para espantar desconfianças, o banco garante que o sistema é extremamente protegido contra fraudes e já está despertando atenção de outros bancos. Um número crescente de varejistas também já estão aceitando a nova forma de pagamento, entre eles o McDonalds e a rede de supermercados Tesco. A empresa prevê que até o final de 2012, o PayTag será aceito em mais de 150 mil estabelecimentos no Reino Unido.
Um sistema semelhante é utilizado no Japão desde 2004 e funciona muito bem. Agora, a expectativa é que uma vez consolidada pelo Reino Unido, essa tecnologia se espalhe para outros países.
De acordo com o diretor executivo da Barclays, David Chan, o celular já virou item de extrema importância e, por isso, o banco pensou em maneiras de usá-lo para facilitar a vida. “Nossa expectativa é de que até 2016, as pessoas possam deixar as carteiras em casa e utilizar o celular como uma espécie de carteira digital”, disse Chan ao Daily Mail.
Galileu.com
Mapa da espessura do gelo mostra intensificação do aquecimento global
Cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) apresentaram nesta terça-feira (24) o primeiro mapa topográfico que reflete a variação da espessura do gelo no Ártico ao longo do ano, dado de extrema importância para se conhecer a velocidade do aquecimento global.
O mapa, exibido na instituição científica britânica Royal Society, foi criado a partir de imagens registradas pelo satélite CryoSat-2 e mostra de forma dinâmica e detalhada a espessura das camadas de gelo no oceano Ártico e da Groenlândia.
"Há dois anos, a diminuição da extensão dos gelos no Ártico bate novos recordes. A tendência é muito clara: estão derretendo, e muito mais rápido do que o previsto", explicou hoje Volker Liebig, diretor do Programa de Observação da Terra da ESA.
"É possível que antes de meados deste século o Ártico esteja livre de gelo durante o verão, e por isso ele será navegável", previu Liebig, que também destacou a importância estratégica da região, que abriga entre 15% e 20% das reservas mundiais de gás e petróleo.
O degelo acelerado, fruto da elevação das temperaturas nas regiões do Ártico nos últimos cinquenta anos, acelerará por sua vez o aquecimento global, advertiu Liebig.
O satélite CryoSat-2 foi lançado no espaço em abril de 2010, no que pode ser considerada a primeira missão espacial europeia dedicada à monitoração dos gelos no Ártico, o que será feito durante um período de três anos, que pode ser ampliado.
Quando os cientistas planejaram seu lançamento, o objetivo era averiguar se as variações na espessura do gelo da região eram causadas pela mudança climática ou apenas decorrência das estações do ano, explicou à Efe Duncan Wingham, investigador do Natural Environmental Research Council.
Quando os cientistas planejaram seu lançamento, o objetivo era averiguar se as variações na espessura do gelo da região eram causadas pela mudança climática ou apenas decorrência das estações do ano, explicou à Efe Duncan Wingham, investigador do Natural Environmental Research Council.
"O CryoSat nos proporcionará medidas detalhadas para entender a velocidade do degelo e nos permitirá entender melhor como este processo afeta a circulação oceânica no Ártico", afirmou Wingham.
Em junho de 2011, o CryoSat-2 disponibilizou as fotografias que permitiram elaborar o primeiro mapa da espessura do gelo no oceano Ártico, mas esta é a primeira vez que a variação das estações do ano é levada em conta.
A comunidade científica já comprovara a diminuição anual da extensão dos gelos árticos por causa da mudança climática, mas o CryoSat-2 mede sua espessura tanto em terra como sobre o oceano, o que não tinha sido feito de forma global até o momento.
Para obter estes dados, o satélite utiliza um altímetro de última geração e é capaz, além disso, de registrar imagens através das nuvens e na escuridão, o que é de grande utilidade para retratar uma região exposta a duras condições meteorológicas durante grande parte do ano.
Com os resultados do projeto, no qual participam cerca de 150 cientistas (um quarto deles britânicos) de doze universidades e nove institutos de pesquisa, os analistas esperam elaborar mapas detalhados da evolução da espessura do gelo ano a ano.
A publicação do mapa faz parte da celebração do 50º aniversário da presença britânica no espaço.
IG Ciência
Empresa divulga projeto para explorar minérios em asteroides
A empresa Planetory Resources divulgou, nesta terça-feira (24), um plano ambicioso: lançar naves para o espaço, para encontrar e minerar metais preciosos em asteroides. O plano pode parecer saído de um filme de ficção científica, mas alguns dos principais executivos das empresas de tecnologia decidiram apoiar o projeto.
Segundo a empresa, a ideia é lançar espaçonaves para buscar matérias-primas, metais preciosos e até água em asteroides que estão na órbita da Terra. "Muitos dos metais ou minerais raros que existem na Terra podem ser encontrados em grandes quantidades no espaço", disse Peter H. Diamandis, cofundador da empresa, em nota enviada à imprensa. Segundo ele, há cerca de 9 mil asteróides próximos da Terra que poderiam ser explorados, sendo que 1,5 mil estão mais próximos do que a distância da Terra à Lua.
A equipe da empresa é formada por engenheiros que já trabalharam para a Nasa, a agência espacial americana, e conta, entre seus conselheiros, com o cineasta e explorador James Cameron, do filme Avatar. Além disso, a empreitada é financiada por alguns dos principais nomes do mundo da tecnologia, como por exemplo o CEO do Google, Larry Page.
As promessas, caso o empreendimento funcione, são de "lucros astronômicos". Os fundadores da empresa conversaram com a revista especializada em tecnologia Wired, e disseram que eles esperam encontrar metais como platina, paládio, ósmio, e irídio, que são muito valiosos pelo uso em aparelhos médicos e tecnologia de energias renováveis, por exemplo.
Segundo a Wired, a empresa pretende lançar nos próximos dois anos cerca de cinco telescópios espaciais para analisar asteróides com potencial para a mineração. Em cinco ou sete anos serão lançadas as primeiras naves diretamente para os asteroides. A companhia não explicou como pretende fazer para minerar e transportar o minério de volta. A tarefa não é fácil: até hoje, o único material de asteroide a voltar para a Terra foi um punhado de partículas de poeira, trazidas pela agência espacial japonesa.
Época.com
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Será que os computadores saberão de tudo?
Qual foi a maior contribuição de Alan Turing? Aqui temos o homem que inventou a ideia do computador moderno, um homem cujas ideias formam a firme base sobre a qual repousa a revolução da tecnologia da informação. Ele foi o primeiro a entender que instruções são dadas, criando algoritmos capazes do pensamento recursivo que torna os seres humanos únicos. (Acredito que penso, logo existo). Ele percebeu que máquinas poderiam se tornar tão inteligentes a ponto de serem confundidas com seres humanos – tudo isso em uma época em que o diretor da IBM dizia que o mercado mundial só teria uns cinco computadores – e divisou um teste para diferenciar homens de máquinas. Ah, ele também comandou o programa dos Aliados para quebrar os códigos secretos da Enigma Alemã durante a Segunda Guerra Mundial, quando percebeu que “ninguém estava fazendo nada sobre isso, e eu notei que poderia fazer tudo sozinho”.
Um ensaio na edição desta semana da revista Science, escrito por Andrew Hodges, reitor do Wadham College na Oxford University e autor de Alan Turing: The Enigma, argumenta que apesar da magnitude de suas conquistas, a maior contribuição de Turing foi definir o limite para o que os computadores podem “saber” – ou seja, o que é computável. Ao formalizar a questão da computabilidade em 1936, Turing iluminou o profundo problema relativo ao que os humanos podem saber: nosso conhecimento é limitado da mesma maneira que o dos computadores, ou temos algum tipo de “intuição” mental (palavras de Turing) que supera as capacidades de meras máquinas? Turing não tinha certeza (ainda que suspeitasse que as estranhas leis da mecânica quântica pudessem dar a nossos cérebros algum tipo de liberdade de movimento não determinística). Três quartos de século depois, não estamos mais próximos de uma resposta. Mesmo nesta era de “grandes dados”, na qual computadores vasculham montes de informações para produzirem respostas quase humanas (leve em conta o computador Watson, da IBM, batizado com o nome do CEO sem visão de mercado), os seres humanos se saem muito melhor em tarefas cotidianas, como perceber o sentido de uma cena. A inteligência artificial ainda é um sonho.
O trabalho de Turing sobre computabilidade levou a uma pergunta ainda mais profunda, de acordo com Hodges: “A computação com símbolos discretos fornece uma imagem completa do mundo físico?”. Em outras palavras: o mundo é computável? Pode uma máquina, em princípio, se elevar não apenas ao nível das capacidades intelectuais humanas, mas superar essas capacidades? Um computador pode saber tudo? Em dezembro pedimos ao pesquisador de Harvard, David Weinberger, para desenvolver o perfil do Living Earth Simulator (algo como “Simulador da Terra Viva”), um projeto que usaria montes de dados para computar o futuro da civilização humana. Esse talvez seja o projeto mais ambicioso jamais lançado para testar a computabilidade do mundo. (Weinberger não parecia convencido). Talvez o Simulador da Terra Viva atinja seu objetivo no devido tempo e os computadores se tornem capazes de prever o futuro.
O mais provável é que não atinja e que daqui a 75 anos ainda estejamos lutando com a fértil e rica filosofia que Turing nos deixou. E não precisamos de um computador para prever que será necessária uma mente tão excepcional quanto a de Turing para que essa filosofia faça sentido.
Um ensaio na edição desta semana da revista Science, escrito por Andrew Hodges, reitor do Wadham College na Oxford University e autor de Alan Turing: The Enigma, argumenta que apesar da magnitude de suas conquistas, a maior contribuição de Turing foi definir o limite para o que os computadores podem “saber” – ou seja, o que é computável. Ao formalizar a questão da computabilidade em 1936, Turing iluminou o profundo problema relativo ao que os humanos podem saber: nosso conhecimento é limitado da mesma maneira que o dos computadores, ou temos algum tipo de “intuição” mental (palavras de Turing) que supera as capacidades de meras máquinas? Turing não tinha certeza (ainda que suspeitasse que as estranhas leis da mecânica quântica pudessem dar a nossos cérebros algum tipo de liberdade de movimento não determinística). Três quartos de século depois, não estamos mais próximos de uma resposta. Mesmo nesta era de “grandes dados”, na qual computadores vasculham montes de informações para produzirem respostas quase humanas (leve em conta o computador Watson, da IBM, batizado com o nome do CEO sem visão de mercado), os seres humanos se saem muito melhor em tarefas cotidianas, como perceber o sentido de uma cena. A inteligência artificial ainda é um sonho.
O trabalho de Turing sobre computabilidade levou a uma pergunta ainda mais profunda, de acordo com Hodges: “A computação com símbolos discretos fornece uma imagem completa do mundo físico?”. Em outras palavras: o mundo é computável? Pode uma máquina, em princípio, se elevar não apenas ao nível das capacidades intelectuais humanas, mas superar essas capacidades? Um computador pode saber tudo? Em dezembro pedimos ao pesquisador de Harvard, David Weinberger, para desenvolver o perfil do Living Earth Simulator (algo como “Simulador da Terra Viva”), um projeto que usaria montes de dados para computar o futuro da civilização humana. Esse talvez seja o projeto mais ambicioso jamais lançado para testar a computabilidade do mundo. (Weinberger não parecia convencido). Talvez o Simulador da Terra Viva atinja seu objetivo no devido tempo e os computadores se tornem capazes de prever o futuro.
O mais provável é que não atinja e que daqui a 75 anos ainda estejamos lutando com a fértil e rica filosofia que Turing nos deixou. E não precisamos de um computador para prever que será necessária uma mente tão excepcional quanto a de Turing para que essa filosofia faça sentido.
Scientific American
Nasa envia galinha de borracha ao espaço para estudar radiação solar
Imagem divulgada pela agência espacial americana mostra uma galinha de borracha a 38 mil metros de altura. Apelidada de Camilla, a galinha de borracha é a mascote do centro da Nasa que estuda o Sol, o Solar Dynamics Observatory, e faz parte de um experimento que vai estudar os efeitos da radiação solar.
Camilla foi enviada ao espaço durante a tempestade solar do mês passado. Um grupo de estudantes chamado "Earth to Sky" de Bishop, na Califórnia (EUA), lançou um balão de hélio, que conduziu a galinha de borracha até cerca de 40 km de altitude.
Camilla foi enviada ao espaço durante a tempestade solar do mês passado. Um grupo de estudantes chamado "Earth to Sky" de Bishop, na Califórnia (EUA), lançou um balão de hélio, que conduziu a galinha de borracha até cerca de 40 km de altitude.
Camilla atingiu a estratosfera, juntamente sensores de radiação, câmeras, rastreadores GPS. O voo durou duas horas e meia e chegou a cerca de 40 km de altitude até que o balão de hélio estourasse , paraquedas fossem acionados e a galinha de borracha pudesse voltar ao solo com segurança.
IG Ciência
A grande seca inglesa
Os milhões de espectadores que acompanharam o clássico futebolístico entre Chelsea e Barcelona, realizado em Londres na quarta-feira da semana passada, foram pegos de surpresa com a intensidade da chuva que atingiu o gramado do estádio Stamford Bridge no segundo tempo da partida. Enquanto a bola rolava, boa parte dos meteorologistas ingleses acompanhava as medições de pluviômetros espalhados pelo país e nutriam a esperança de que um quadro terrível, desenhado pelos climatologistas desde o ano passado, pudesse ser revertido de alguma maneira. Em vão.
“Mesmo com a ajuda da chuva que caiu nos últimos dias, temos a obrigação de pedir a todos os cidadãos que usem a água com sabedoria.” O apelo, feito horas depois em um comunicado oficial, partiu de Trevor Bishop, chefe do departamento de água da agência ambiental inglesa. “O quadro mais provável mostra que enfrentaremos uma seca de longa duração, que deve continuar até o Natal”, prosseguiu Bishop. Até a semana passada, dois terços da Inglaterra já sofriam com a estiagem (leia quadro à direita). No sul do país, municípios passaram a banir o uso de mangueiras em um esforço para reduzir o desperdício.
“Mesmo com a ajuda da chuva que caiu nos últimos dias, temos a obrigação de pedir a todos os cidadãos que usem a água com sabedoria.” O apelo, feito horas depois em um comunicado oficial, partiu de Trevor Bishop, chefe do departamento de água da agência ambiental inglesa. “O quadro mais provável mostra que enfrentaremos uma seca de longa duração, que deve continuar até o Natal”, prosseguiu Bishop. Até a semana passada, dois terços da Inglaterra já sofriam com a estiagem (leia quadro à direita). No sul do país, municípios passaram a banir o uso de mangueiras em um esforço para reduzir o desperdício.
Segundo os meteorologistas, a tragédia anunciada é o ápice de um fenômeno que começou no inverno de 2010 e se repetiu nos dois anos seguintes. Graças, em parte, à influência nefasta das mudanças climáticas, a quantidade de água que caiu sobre o país foi insuficiente para reabastecer rios e mananciais. Com a chegada da primavera e o aumento das temperaturas, o estrago veio à tona na imagem de reservatórios quase secos e cursos d’água cada vez mais ralos.
O impacto ambiental da estiagem já é sentido em várias regiões. Peixes, anfíbios e pássaros são os primeiros a sofrer as consequências. Por sua vez, agricultores convivem com a perspectiva de colheitas quase nulas e investem em poços artesianos – uma estratégia que pode sair pela culatra, já que eles captam a água dos mesmos lençóis freáticos que alimentam rios e lagos.
De qualquer forma, o esforço coletivo é a única estratégia para tentar evitar a repetição da grande seca do verão de 1976, quando o racionamento de água foi instituído em toda a Inglaterra. Ainda vivas na memória coletiva, as imagens de donas de casa na fila para encher baldes em torneiras comunitárias voltaram ao noticiário inglês com força nas últimas semanas. Um lembrete de que o pior ainda pode estar por vir.
Isto É.com
Irã começa a fabricar réplica de avião não tripulado dos EUA
O Irã começou a fabricar uma réplica do avião não tripulado americano RQ-170 Sentinel que capturou no início de dezembro passado perto da fronteira com o Afeganistão, segundo afirmou neste domingo a agência local Mehr.
Em declarações à agência, o general Amir Ali Hayizade, chefe da unidade aeroespacial do Corpo de Guarda Revolucionária da Revolução, assegurou que os especialistas iranianos "estão nas últimas etapas do projeto para decifrar os códigos do avião".
Especialistas aeroespaciais do Corpo da Guarda Revolucionária começaram a fazer uma réplica do RQ-170 americano", disse Hayizade, destacando que a aeronave esteve em 2010 entre a Califórnia e o Afeganistão e que teve problemas técnicos, segundo os dados extraídos de seus equipamentos.
Ele também garantiu que o RQ-170 capturado havia voado sobre o local onde as forças americanas mataram Osama bin Laden no Paquistão duas semanas antes da morte do fundador da Al-Qaeda em 2 de maio de 2011.
Segundo informações de autoridades iranianas, o Irã recebeu pedidos de vários governos, entre eles os de Rússia e China, para examinar o RQ-170 americano, embora não tenha sido informado se técnicos desses países participaram das pesquisas sobre a aeronave.
Captura
No último dia 4 de dezembro, o Irã anunciou que havia capturado um avião espião RQ-170 Sentinel, o modelo mais moderno dos Estados Unidos, que tinha adentrado 225 quilômetros em seu espaço aéreo no leste do país, em uma área relativamente próxima à fronteira com o Afeganistão.
Após o anúncio iraniano, fontes da Otan e dos EUA reconheceram ter "perdido" um avião espião não tripulado no oeste do Afeganistão e assinalaram que seu desaparecimento havia ocorrido uma semana antes de Teerã informar sua captura.
Posteriormente, o próprio presidente americano, Barack Obama, pediu ao Irã a devolução do RQ-170, mas o ministro da Defesa iraniano, general Ahmad Vahidi, disse que o avião "já é propriedade da República Islâmica do Irã".
IG Ciência
domingo, 22 de abril de 2012
Frase
"Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor
para os nossos filhos e, esquece-se da urgência de deixarmos
filhos melhores para o nosso planeta".
(desconhecido)Cabral não foi o primeiro a chegar ao país
Em dezembro de 1498, uma frota de oito navios, sob o comando de Duarte Pacheco Pereira, atingiu o litoral brasileiro e chegou a explorá-lo, à altura dos atuais Estados do Pará e do Maranhão. Essa primeira chegada dos portugueses ao continente sul-americano foi mantida em rigoroso segredo. Estadistas hábeis, os dois últimos reis de Portugal entre os séculos 15 e 16 - D. João II e D. Manuel I - procuravam impedir que os espanhóis tivessem conhecimento de seus projetos.
Pouco depois do retorno de Vasco da Gama a Lisboa, em agosto de 1499, D. Manuel I, em parceria com investidores particulares, organizava uma nova expedição para Calicute. Decidido a impressionar o monarca local, ou a convencê-lo pelas armas, o rei enviava agora uma expedição ostensivamente rica e poderosa, composta de 13 navios com uma tripulação estimada entre 1.200 e 1.500 homens.
Seu comando foi confiado a um fidalgo de 33 anos, chamado Pedro Álvares Cabral. A bordo, estavam presentes alguns dos mais experientes navegadores portugueses, como Bartolomeu Dias, o mesmo que dobrou o cabo da Boa Esperança, atingindo pela primeira vez o oceano Índico.
A partida da armada de Cabral foi programada para 8 de março de 1500, embora tenha sido adiada para o dia seguinte, devido ao mau tempo. Uma cerimônia espetacular foi organizada na ocasião pelo rei de Portugal. Toda a população de Lisboa - cerca de 60 mil pessoas - foi convocada para assistir a ela, o que era uma forma de oficializar o pioneirismo português no caminho da Índia, assegurando para o reino luso os direitos do comércio com o Oriente.
Cabral chega ao Brasil
Pouco depois do retorno de Vasco da Gama a Lisboa, em agosto de 1499, D. Manuel I, em parceria com investidores particulares, organizava uma nova expedição para Calicute. Decidido a impressionar o monarca local, ou a convencê-lo pelas armas, o rei enviava agora uma expedição ostensivamente rica e poderosa, composta de 13 navios com uma tripulação estimada entre 1.200 e 1.500 homens.
Seu comando foi confiado a um fidalgo de 33 anos, chamado Pedro Álvares Cabral. A bordo, estavam presentes alguns dos mais experientes navegadores portugueses, como Bartolomeu Dias, o mesmo que dobrou o cabo da Boa Esperança, atingindo pela primeira vez o oceano Índico.
A partida da armada de Cabral foi programada para 8 de março de 1500, embora tenha sido adiada para o dia seguinte, devido ao mau tempo. Uma cerimônia espetacular foi organizada na ocasião pelo rei de Portugal. Toda a população de Lisboa - cerca de 60 mil pessoas - foi convocada para assistir a ela, o que era uma forma de oficializar o pioneirismo português no caminho da Índia, assegurando para o reino luso os direitos do comércio com o Oriente.
Cabral chega ao Brasil
Rumo ao Ocidente, a frota chegou às ilhas Canárias cinco dias depois da partida e dirigiu-se para o arquipélago de Cabo Verde, onde uma nau desapareceu no mar. Após tentar em vão encontrá-la, o comandante decidiu seguir a viagem. Cruzou a linha do Equador a 9 de abril, seguindo uma rota para o sudoeste que avançava nessa direção, comparativamente ao caminho seguido por Vasco da Gama.
No entardecer do dia 22 de abril, ancorou em frente a um monte, batizado de Pascoal, no magnífico cenário do litoral Sul do atual estado de Bahia. Antes de continuar a viagem para a Índia, os navegantes permaneceriam ali até o dia 2 de maio, tomando posse da terra, "em nome de d. Manuel I e de Jesus Cristo".
Assim, a chegada de Cabral ao Brasil é dois anos posterior à de Duarte Pacheco. Além disso, o atual território brasileiro já era habitado desde tempos pré-históricos. Cinco milhões de índios espalhavam-se particularmente ao longo do litoral, em 1500.
Por isso é preciso relativizar a idéia de que ocorreu um descobrimento a 22 de abril. Na verdade, a data marca a tomada de posse das terras brasileiras pelo reino de Portugal, o que significa a integração do país no contexto da história européia e global.
Cabral chegou ao Brasil por acaso?
No entardecer do dia 22 de abril, ancorou em frente a um monte, batizado de Pascoal, no magnífico cenário do litoral Sul do atual estado de Bahia. Antes de continuar a viagem para a Índia, os navegantes permaneceriam ali até o dia 2 de maio, tomando posse da terra, "em nome de d. Manuel I e de Jesus Cristo".
Assim, a chegada de Cabral ao Brasil é dois anos posterior à de Duarte Pacheco. Além disso, o atual território brasileiro já era habitado desde tempos pré-históricos. Cinco milhões de índios espalhavam-se particularmente ao longo do litoral, em 1500.
Por isso é preciso relativizar a idéia de que ocorreu um descobrimento a 22 de abril. Na verdade, a data marca a tomada de posse das terras brasileiras pelo reino de Portugal, o que significa a integração do país no contexto da história européia e global.
Cabral chegou ao Brasil por acaso?
Durante muitos anos, um outro aspecto da viagem de Cabral provocou polêmica: a chegada dos portugueses ao Brasil teria ocorrido devido ao acaso?
Atualmente, à luz dos fatos conhecidos, a teoria da intencionalidade já conta com o aval da ciência.
Em primeiro lugar, porque D. Manuel já estava informado a respeito da viagem de Duarte Pacheco e da chegada de Colombo ao Caribe, bem como recebera informações da viagem de Vasco da Gama, que observara indícios de terra firme ao passar ao largo da costa brasileira a caminho da Índia.
Além disso, vários outros elementos concorrem para aumentar as probabilidades da hipótese de Cabral ter outra missão a realizar no Atlântico, antes de seguir para o oceano Índico. Entre outros, podem ser citados:
1) as instruções confidenciais transmitidas pelo rei ao capitão-mor da armada, que jamais se tornaram conhecidas;
2) a permanência da frota na terra por uma semana, demora que não se justificaria caso o único objetivo de Cabral fosse atingir rapidamente Calicute; e
3) o grande interesse demonstrado em conquistar a simpatia dos indígenas brasileiros. A esquadra de Cabral deixou no Brasil dois degredados, com o objetivo de aprender a língua dos índios e recolher informações sobre o seu modo de vida.
Atualmente, à luz dos fatos conhecidos, a teoria da intencionalidade já conta com o aval da ciência.
Em primeiro lugar, porque D. Manuel já estava informado a respeito da viagem de Duarte Pacheco e da chegada de Colombo ao Caribe, bem como recebera informações da viagem de Vasco da Gama, que observara indícios de terra firme ao passar ao largo da costa brasileira a caminho da Índia.
Além disso, vários outros elementos concorrem para aumentar as probabilidades da hipótese de Cabral ter outra missão a realizar no Atlântico, antes de seguir para o oceano Índico. Entre outros, podem ser citados:
1) as instruções confidenciais transmitidas pelo rei ao capitão-mor da armada, que jamais se tornaram conhecidas;
2) a permanência da frota na terra por uma semana, demora que não se justificaria caso o único objetivo de Cabral fosse atingir rapidamente Calicute; e
3) o grande interesse demonstrado em conquistar a simpatia dos indígenas brasileiros. A esquadra de Cabral deixou no Brasil dois degredados, com o objetivo de aprender a língua dos índios e recolher informações sobre o seu modo de vida.
Troca de gentilezas: inicia o escambo
A chegada ao Brasil, o desembarque e a estadia dos portugueses na terra foram documentados por vários integrantes da expedição, que escreveram cartas ao rei relatando os fatos. Somente três desses depoimentos chegaram até a atualidade. A "Carta de Achamento do Brasil", de Pero Vaz de Caminha, escrivão da armada, é o mais rico em detalhes.
De acordo com a narrativa de Caminha, a 21 de abril, os navios encontraram os primeiros indícios de terra: um tapete flutuante de algas marinhas, conhecidas dos marinheiros pelos nomes de "botelhos" e "rabos-de-asno". Na manhã seguinte, avistaram-se "fura-buchos", ou gaivotas, e, de tarde, o monte alto a que "o capitão deu o nome de Pascoal".
Ali os portugueses ancoraram e passaram a noite, a uma distância de 36 quilômetros da costa. No dia 23, veio a terra Nicolau Coelho, um navegador experiente, que travou o primeiro contato com um grupo de índios: "eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse as suas vergonhas. Traziam nas mãos arcos e setas".
O primeiro contato foi breve e amigável. Apesar do barulho da arrebentação do mar e do desconhecimento das respectivas línguas, tupiniquins e portugueses conseguiram se entender trocando presentes.
Conforme Caminha, "Nicolau Coelho somente lhes pôde dar então um barrete vermelho, uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. E um deles lhe deu um sombreiro de penas de ave, com uma copazinha pequena de penas vermelhas e pardas como de papagaios, e um outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, miúdas, parecidas com as de aljôfar".
Ainda assim, a viagem de Cabral - que se encerrou em julho de 1501, com a chegada do comandante a Lisboa - foi coroada de êxito comercial e deu início ao comércio regular entre Portugal e a Índia. Os lucros por ele proporcionado fizeram com que o Brasil não ocupasse maior atenção dos portugueses durante quase 30 anos - período chamado de pré-colonial.
O território que Cabral chamou de Vera Cruz, rebatizado de Santa Cruz pelo rei, foi visitada por portugueses, espanhóis e franceses durante esse período. Os documentos e mapas da época mencionam-na dessa maneira, ou ainda como Terra dos Papagaios, como aparece em documentos de comerciantes e diplomatas florentinos. Data de 1512 o primeiro manuscrito a utilizar o termo Brasil, difundido oralmente pelo povo e que suplantaria gradualmente os outros, batizando definitivamente o país.
De acordo com a narrativa de Caminha, a 21 de abril, os navios encontraram os primeiros indícios de terra: um tapete flutuante de algas marinhas, conhecidas dos marinheiros pelos nomes de "botelhos" e "rabos-de-asno". Na manhã seguinte, avistaram-se "fura-buchos", ou gaivotas, e, de tarde, o monte alto a que "o capitão deu o nome de Pascoal".
Ali os portugueses ancoraram e passaram a noite, a uma distância de 36 quilômetros da costa. No dia 23, veio a terra Nicolau Coelho, um navegador experiente, que travou o primeiro contato com um grupo de índios: "eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse as suas vergonhas. Traziam nas mãos arcos e setas".
O primeiro contato foi breve e amigável. Apesar do barulho da arrebentação do mar e do desconhecimento das respectivas línguas, tupiniquins e portugueses conseguiram se entender trocando presentes.
Conforme Caminha, "Nicolau Coelho somente lhes pôde dar então um barrete vermelho, uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. E um deles lhe deu um sombreiro de penas de ave, com uma copazinha pequena de penas vermelhas e pardas como de papagaios, e um outro deu-lhe um ramal grande de continhas brancas, miúdas, parecidas com as de aljôfar".
Ainda assim, a viagem de Cabral - que se encerrou em julho de 1501, com a chegada do comandante a Lisboa - foi coroada de êxito comercial e deu início ao comércio regular entre Portugal e a Índia. Os lucros por ele proporcionado fizeram com que o Brasil não ocupasse maior atenção dos portugueses durante quase 30 anos - período chamado de pré-colonial.
O território que Cabral chamou de Vera Cruz, rebatizado de Santa Cruz pelo rei, foi visitada por portugueses, espanhóis e franceses durante esse período. Os documentos e mapas da época mencionam-na dessa maneira, ou ainda como Terra dos Papagaios, como aparece em documentos de comerciantes e diplomatas florentinos. Data de 1512 o primeiro manuscrito a utilizar o termo Brasil, difundido oralmente pelo povo e que suplantaria gradualmente os outros, batizando definitivamente o país.
Fome crônica sedimenta atraso norte-coreano
Em um feriado em Pyongyang, crianças andam nas ruas tomando sorvetes, adultos
fazem filas em barraquinhas para comprar bolos, supermercados estão lotados de
produtos importados. Mas a realidade norte-coreana começa a poucos quilômetros
dali e é muito diferente do ideal que o regime quer mostrar ao mundo.
Vítimas da fome que perdura desde a década de 90, um em cada três coreanos
tem baixo desenvolvimento físico e mental pela falta de alimentos. Quase metade
das crianças tem desnutrição crônica, outras 23%, baixo peso. Uma herança
maldita que passa de mãe para filho e afeta a própria capacidade de crescimento
do país.
Dados do governo do país, verificados pelo Programa Mundial de Alimentos das
Nações Unidas, mostram que dois terços da população do país vivem com o
equivalente a cerca de 400 gramas de grãos diários, distribuídos pelo Estado em
um sistema de cupons, a metade do mínimo necessário. Desde junho de 2011, no
entanto, até vir a nova colheita, a perspectiva é ainda pior: 380 gramas por
adulto, 150 gramas dos chamados meses da fome, os meses de entressafra no verão
do Hemisfério Norte.
"Neste momento, não há uma crise de fome como na década de 90. Mas existe uma
situação crônica de falta de alimentos", explica a coordenadora do PMA na Coreia
do Norte, Claudia Von Roehl. "Eles não têm nenhuma reserva de alimentos e em um
ano com o inverno mais duro, como em 2011, a estação da fome é pior."
O inverno de 2011 foi um dos piores dos últimos anos. Em abril do ano
passado, o número de crianças admitidas em hospitais por desnutrição aumentou
entre 50% e 100%.
Este ano, a situação da colheita deve ser melhor. Ainda assim, a falta de
alimentos é permanente na Coreia do Norte. A dieta distribuída pelo governo se
concentra em carboidratos, especialmente arroz, batata e milho. Crianças em
idade escolar recebem um ovo por mês, mais um no dia de seu aniversário. Em
muitos casos, a sua única fonte de proteína.
Os adultos às vezes conseguem alguma carne ou peixe nos aniversários dos
líderes mortos Kim Jong-il e Kim Il-sung.
Em dezembro, logo depois da morte de Kim Jong-il, peixes foram distribuídos à
população. Um favor do líder morto que, segundo o boletim do governo, "trabalhou
com seu coração e sua alma para oferecer peixe fresco à população, oferecendo
orientação sem descanso aos pescadores do país". A prioridade para receber os
peixes foi dada aos moradores de Pyongyang.
Estatura. A falta de proteína tem impacto direto no crescimento dos
norte-coreanos. "Sem proteína o crescimento não se completa. A falta de
nutrientes resulta em pessoas que não se desenvolvem como deveriam em termos
físicos e cognição", afirma o representante do Fundo das Nações Unidas para a
Infância na Coreia do Norte, Bijaya Rajbhandari. "Isso tem um efeito
intergeracional. Já há mais de uma geração de norte-coreanos afetados pela
constante falta de alimentos."
Recentemente, as Forças Armadas norte-coreanas baixaram a altura mínima para
recrutamento, de 1,55 m para 1,45 m. Aos 16 ou 17 anos, quando entram para os
sete anos de serviço militar, a maior parte dos jovens já não atinge a altura
inicialmente exigida. Do outro lado da zona desmilitarizada que separa as duas
Coreias, os jovens do sul, com exatamente a mesma origem étnica, chegam, em
média, a 1,72 m aos 17 anos.
Em alguns casos, a falta de alimentos suficientes traz ainda outra
consequência. Além da baixa estatura, os jovens parecem ter a cabeça grande
demais para o corpo. Isso porque, quando há falta de nutrientes, a tendência do
organismo é privilegiar o desenvolvimento do cérebro.
Casos assim não aparecem muito em Pyongyang. Nos arredores, quando os
jornalistas foram levados a conhecer uma plantação de maçãs, foi possível ver
pelo menos três casos.
O mundo norte-coreano mostrado pelo governo a jornalistas e outros
estrangeiros que visitaram o país durante uma semana, nas celebrações do
centenário de Kim Il-sung - morto em 1994 - é muito diferente do que aparece nos
relatórios de quem pode andar pelo país. A capital, de onde os jornalistas mal
podem sair, concentra os mais leais funcionários do regime. Quem mora na cidade
tem uma permissão especial, dada pelo governo. Quem pertence à famílias com
alguma mancha no currículo não entra na cidade, assim como norte-coreanos com
algum defeito físico.
Os salários ainda são extremamente baixos. Um funcionário de nível médio do
governo recebe cerca de US$ 6. Uma professora universitária, com uma ótima
renda, US$ 45. Difícil adquirir qualquer coisa nos mercados cheios de produtos
chineses, malaios, alemães e brasileiros, onde um pacote de 10 maçãs custa US$
2. Mas perfeitamente plausível numa cidade onde, mesmo proibida, a iniciativa
privada já chegou na forma de mercados e pequenos restaurantes e o mercado negro
de produtos chineses está em qualquer lugar.
A casa de câmbio oficial, na frente de uma loja de departamentos que só
aceita wons, é a prova de que pelo menos alguns moradores estão fazendo
dinheiro. Ali, apenas norte-coreanos podem trocar dinheiro. O câmbio, de 3,6 mil
wons por dólar, é 36 vezes maior do que o oficial.
Estadão.com
Assinar:
Postagens (Atom)