População urbana em forte crescimento, rápido desenvolvimento das atividades industriais são os ingredientes para aumento da poluição na África, que poderá representar até 55% das emissões de todo o planeta até 2030, revelou um estudo publicado nesta terça-feira (11) revista especializada "Environmental Research Letters".
A poluição vinda da África representa atualmente entre 5% e 20% do total mundial. A pesquisa levou em conta partículas como fuligem ou gases como carbono orgânico, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio, monóxido de carbono e hidrocarbonetos não-metânicos.
"Uma alta considerável é esperada até 2030 caso nenhuma medida seja tomada", escrevem os pesquisadores do Laboratório de Aerologia do CNRS/Université Toulouse III - Paul Sabatier, que em 2005 traçou um mapa das emissões poluentes na África.
Nigéria terá maior responsabilidade Em 2030, o oeste da África representará 45% das emissões, com uma participação muito elevada da Nigéria. O leste do continente contabilizará 24% das emissões - encabeçado por Etiópia e Quênia - e 26% estará no sul africano. O norte será responsável por apenas 5% das emissões.
As principais fontes são gasolina, diesel, veículos de duas rodas, lenha para aquecimento, carvão vegetal ou ainda a combustão de compostos orgânicos.
Globalmente, no oeste da África, a poluição se dá principalmente pelo transporte e o uso doméstico (cozinha). As centrais elétricas e as indústrias do sul da África também são consideradas. No norte do continente, o transporte é a principal causa da poluição.
Os autores da pesquisa se interessaram especialmente pelos dois principais compostos das partículas, o carbono orgânico e a fuligem, emitidos por todos os tipos de combustão. Elas podem variar de partículas muito pequenas até as PM10 (cujo diâmetro é inferior a 10 mícrons).
Segundo o estudo, a quantidade de partículas de carbono orgânico poderia ser multiplicada por três, e a de fuligem por quatro. As emissões de carbono orgânico na África representariam, então, 50% das emissões mundiais em 2030, contra 20% em 2005.
As partículas podem provocar asma, alergia, doenças respiratórias ou cardiovasculares. As menores (menos de 2,5 mícrons), que penetram nas ramificações mais profundas das vias respiratórias e do sangue, foram classificadas como 'cancerígenas' pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
G1.com
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