quarta-feira, 12 de março de 2014

Metade do ar poluído do mundo virá da África até 2030, aponta pesquisa

Anúncio de novo empreendimento imobiliário é visto próximo de área banhada pelo Oceano Atlântico em Lagos, na Nigéria. País africano deverá ser um dos maiores emissores de poluição nos próximos anos, de acordo com pesquisa científica (Foto: Pius Utomi Ekpei/AFP)


População urbana em forte crescimento, rápido desenvolvimento das atividades industriais são os ingredientes para aumento da poluição na África, que poderá representar até 55% das emissões de todo o planeta até 2030, revelou um estudo publicado nesta terça-feira (11) revista especializada "Environmental Research Letters".
A poluição vinda da África representa atualmente entre 5% e 20% do total mundial. A pesquisa levou em conta partículas como fuligem ou gases como carbono orgânico, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio, monóxido de carbono e hidrocarbonetos não-metânicos.
"Uma alta considerável é esperada até 2030 caso nenhuma medida seja tomada", escrevem os pesquisadores do Laboratório de Aerologia do CNRS/Université Toulouse III - Paul Sabatier, que em 2005 traçou um mapa das emissões poluentes na África.
Nigéria terá maior responsabilidade Em 2030, o oeste da África representará 45% das emissões, com uma participação muito elevada da Nigéria. O leste do continente contabilizará 24% das emissões - encabeçado por Etiópia e Quênia - e 26% estará no sul africano. O norte será responsável por apenas 5% das emissões.
As principais fontes são gasolina, diesel, veículos de duas rodas, lenha para aquecimento, carvão vegetal ou ainda a combustão de compostos orgânicos.
Globalmente, no oeste da África, a poluição se dá principalmente pelo transporte e o uso doméstico (cozinha). As centrais elétricas e as indústrias do sul da África também são consideradas. No norte do continente, o transporte é a principal causa da poluição.
Os autores da pesquisa se interessaram especialmente pelos dois principais compostos das partículas, o carbono orgânico e a fuligem, emitidos por todos os tipos de combustão. Elas podem variar de partículas muito pequenas até as PM10 (cujo diâmetro é inferior a 10 mícrons).
Segundo o estudo, a quantidade de partículas de carbono orgânico poderia ser multiplicada por três, e a de fuligem por quatro. As emissões de carbono orgânico na África representariam, então, 50% das emissões mundiais em 2030, contra 20% em 2005.
As partículas podem provocar asma, alergia, doenças respiratórias ou cardiovasculares. As menores (menos de 2,5 mícrons), que penetram nas ramificações mais profundas das vias respiratórias e do sangue, foram classificadas como 'cancerígenas' pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
G1.com

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