Os maiores icebergs que se rompem na Antártida, inesperadamente ajudam a retardar o aquecimento global já que eles se derretem no gélido oceano austral, afirmou um grupo de cientistas nesta segunda-feira (11).
Os raros icebergs do tamanho de Manhattan, que podem se tornar mais frequentes nas próximas décadas devido às mudanças climáticas, liberam um grande rastro de ferro e outros nutrientes que agem como fertilizantes para as algas e outros organismos semelhantes a minúsculas plantas no oceano.
À medida que crescem, vão extraindo o dióxido de carbono da atmosfera, um aliado natural dos esforços humanos para limitar o ritmo da mudança climática, causada pelas emissões de gases do efeito estufa.
O oceano floresce na esteira de icebergs gigantes da Antártida que absorvem de 10 a 40 milhões de toneladas de carbono por ano, estima o estudo, mais ou menos o equivalente às emissões anuais de gases de efeito de estufa pelo homem em países como a Suécia ou a Nova Zelândia.
Até agora, o impacto da fertilização do oceano a partir do fim de icebergs gigantes, definido como pedaços de gelo flutuantes a mais de 10 milhas náuticas (18 quilômetros) ou quase o tamanho de Manhattan, era considerado pequeno e localizado.
"Ficamos muito surpresos ao descobrir que o impacto pode se estender até 1.000 quilômetros", dos icebergs, disse o professor Grant Bigg, da Universidade de Sheffield, um dos autores do estudo publicado na revista Nature Geoscience, à Reuters.
Os cientistas estudaram imagens de satélite de 17 icebergs gigantes da Antártida no período entre 2003 e 2013 e descobriram que as algas poderiam esverdear a água por até centenas de quilômetros em torno dos icebergs, com nutrientes espalhados pelos ventos e pelas correntes.
Existem 30 icebergs gigantes flutuando ao longo da Antártida - eles podem durar anos. O estudo mostra que os icebergs gigantes tiveram um impacto desproporcional em promover a fertilização do oceano quando comparados com pequenos icebergs.
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