terça-feira, 8 de março de 2016

Como corpo de astronauta mudou após um ano no espaço

Efeitos da viagem devem ser totalmente conhecidos em seis anos

Diferença de altura
É a primeira vez que um americano passa tanto tempo na microgravidade.
Os russos levam vantagem: nos anos 1990, Valery Polyakov passou 438 dias na estação espacial MIR.
Mas o que torna a viagem de Kelly particularmente interessante não são apenas os 340 dias que ele passou na EEI ou as 5.440 voltas que deu ao redor de nosso planeta, mas o fato de seu irmão gêmeo, Mark Kelly, ter ficado na Terra para que fosse estudado o impacto psicológico e fisiológico de uma viagem longa no espaço sobre o corpo humano.
 Uma das primeiras mudanças visíveis foi que havia superado seu irmão em altura - tinha 3,81 cm a mais que ele.
"A gravidade se encarregou de colocá-lo no lugar dele".
Mas poucos dias depois de voltar à Terra - e à força da gravidade -, Scott já tinha voltado ao tamanho normal.
Entender estas mudanças é importante para os especialistas. Os astronautas que voltaram da estação espacial foram recebidos por uma comitiva mas, em um eventual futura missão a Marte, terão que se adaptar sozinhos à chegada a um planeta com uma gravidade diferente da Terra.
Os irmãos Kelly foram submetidos - antes e durante a missão - a uma bateria de exames psicológicos e fisiológicos.
Eles devem continuar sendo "ratos de laboratório" por dois anos.
Após o pouso no Cazaquistão, ele foi levado à Noruega para os primeiros exames físicos e seguiu para os EUA. Ele contou que nesse trajeto não conseguiu dormir, por estar "incomodado e com muita dor muscular."
A chegar aos Estados Unidos, foi submetido a mais exames físicos e análises sanguíneas, assim como scanner cerebral.

Má pontaria

O astronauta explica que, entre outras dificuldades, está tendo problemas com pontaria na hora de jogar objetos.
"Fracassei com a primeira coisa que tentei jogar em uma mesa; tentei jogar basquete e não fiz cesta nenhuma vez... mas eu já não era um bom jogador."
Quando astronautas voltam à Terra eles têm tendência a soltar as coisas, como quando estão sem gravidade.
Sobre o mal-estar físico, há várias explicações.
Quando estão em microgravidade, os astronautas perdem massa muscular e densidade óssea, apesar das duas horas de exercícios seis dias por semana.
Mesmo assim, como não precisam aguentar a gravidade, os músculos ficam mais preguiçosos.
O coração continua bombeando a mesma quantidade de sangue para as extremidades, mas os vasos sanguíneos das pernas não têm que trabalhar tanto para bombear sangue de volta para o coração.
No espaço, os astronautas perdem volume de sangue, razão pela qual Scott recebeu uma transfusão de sangue após o retorno.
Outro problema que os astronautas experimentam é uma inflamação na parte posterior do olho enquanto estão no espaço. Isso causa problemas de visão que podem durar um tempo após o retorno à gravidade.
Estas são só algumas das mudanças que aconteceram no corpo de Scott e, muito provavelmente, em seu companheiro russo.
Mas só saberemos o verdadeiro impacto da viagem em seis anos, quando os cientistas preveem que os resultados da pesquisa serão publicados.

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