sábado, 19 de março de 2016

Start-up francesa usa bactérias para iluminar fachadas e ruas sem gastar eletricidade

Uma startup francesa desenvolveu um sistema de iluminação que usa bactérias modificadas geneticamente para se tornarem "luminosas".
O objetivo da startup Glowee é utilizar esse método - que não consome eletricidade - para iluminar vitrines de lojas, fachadas de prédios, monumentos e outros espaços públicos, além de mobiliário urbano, como pontos de ônibus e placas de sinalização.
 
A empresa utiliza a bioluminescência (emissão de luz por seres vivos, resultante de uma reação química provocada por um gene) para produzir iluminação, disse Sandra Rey, cofundadora da Glowee.
As bactérias (não patogênicas nem tóxicas) que recebem o gene de luminescência de lulas são cultivadas em uma solução com nutrientes e açúcar para se multiplicar.
 
 

A luz obtida com esse método é mais fria e mais suave. "Não vamos substituir a iluminação pública de ruas porque nossa luz é fraca", diz Rey.
Ela ressalta que o sistema da Glowee contribui, com sua luz de baixa intensidade, para diminuir a "poluição luminosa nas cidades", além da vantagem ecológica de não utilizar energia elétrica, reduzindo as emissões de CO2.

Vitrines

No entanto, a vida útil do sistema de iluminação, por enquanto, é de apenas três horas, segundo Rey.
É por isso que até o momento a luz produzida pelas "bactérias luminosas" tem sido utilizada apenas em instalações e eventos efêmeros, como festas, por exemplo.
"Devemos atingir a duração de um mês de iluminação neste ano", diz ela, que prevê obter prazos mais longos no futuro.
Segundo a Glowee, a iluminação começará a ser utilizada em vitrines de lojas na França a partir do início de 2017.



Como a luz produzida não é elétrica, não desrespeitará a lei, em vigor na França desde 2013, que proíbe a iluminação de butiques e escritórios à noite.
O governo francês aplicou a medida para reduzir o consumo de energia e de emissões de gás carbônico. Há exceções, no entanto, em épocas de festas como o Natal e em áreas com forte atividade turística e cultural.
A próxima etapa da Glowee, a partir de 2018, serão as fachadas de prédios e mobiliário urbano.
Os clientes, prefeituras ou empresas, pagarão assinaturas para que a iluminação seja renovada cada vez que as bactérias deixarem, após um período, de emitir luz.
Rey afirma que também prevê exportar o sistema de iluminação. "Há países na Europa onde a eletricidade é mais cara do que na França. Também queremos equipar áreas remotas em países emergentes, onde há menos recursos", diz a fundadora da Glowee.
A startup recebeu investimentos privados e subvenções públicas para desenvolver seus projetos e também ganhou um prêmio do polo francês de biotecnologia Genopole, um dos maiores da Europa.


BBC Brasil

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