Se você precisar se lembrar quão potentes são os nossos telescópios, poucas imagens comprovam isso como esta acima. Não, não se trata do Olho de Sauron brilhando para nós através do vazio: esta é a melhor imagem que temos de um disco de detritos em volta de uma estrela prestes a morrer, que está há 4.000 anos-luz de distância.
Ao redor de estrelas novas ou velhas, geralmente, há várias nuvens de poeira cósmica, que são expulsas pela força de ventos estelares. Os astrônomos estão especialmente interessados em discos ao redor de novas estrelas, pois elas são o berço de estruturas como a de nosso sistema solar. Recentemente, os cientistas capturaram a primeira imagem da união de um planeta a um desses discos.
Nós sabemos muito pouco sobre o fim da vida de estrelas. Será que estrelas prestes a morrer podem desencadear a criação de um planeta antes de deixar de emitir luz? Nós ainda não sabemos a resposta até espiarmos mais de perto a poeira cósmica que fica em nosso quintal.
Com isso em mente, astrônomos deram um grande passo com a imagem em destaque acima. Sendo mais exato, ela exibe o disco de detritos em volta da IRAS 08544-4431, uma estrela binária escondida na constelação Vela, há mais de 4.000 anos-luz de distância. Ao escrever no periódico Astronomy and Astrophysics, a equipe por trás da imagem explica que este disco em particular é parecido com o achado em volta de estrelas novas, o que deu mais peso à hipótese que o envelhecimento de corpos estelares conta com o poder necessário para criar novos planetas. No entanto, dizem, é necessário mais trabalho para verificar essa possibilidade.
Há uma outra razão para ficar fascinado com esta imagem. Ela foi capturada com um potente telescópio óptico. Para aumentar a resolução, os astrônomos combinaram múltiplas visões da mesma área do céu, ao utilizar a interferometria do VLT (Very Large Telescope), no Observatório do Paranal, no deserto chileno. E eles ainda usaram uma nova técnica para remover todo o brilho desnecessário de estrelas centrais, dessa forma eles conseguiram captar esta imagem nítida do disco.
“A resolução é tão alta que, a título de comparação, nós poderíamos determinar o tamanho e o formato de uma moeda de um euro a uma distância de 2.000 km”, disse Jacques Kluska, um dos autores do estudo, em um comunicado.
Com este tipo de visão potente que temos a nossa disposição, acho que é razoável pensarmos que se os planetas estão se escondendo nas entranhas das estrelas, nós vamos encontrá-los.
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