terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Era do Homem!

Cientista diz que humanos alteraram tanto o planeta que deram início a uma nova época geológica: O Antropoceno.
A Terra existe há 4,6 bilhões de anos; os humanos, há 195 mil. Em menos de 0,01% da história terrestre, já alteramos tanto sua química e biologia que especialistas dizem que detonamos uma nova era: o Antropoceno - em grego, algo como "novidade humana". O período teria começado há 200 anos, com a Revolução Industrial, e dado fim ao Holoceno ("totalmente novo"), ainda vigente na ciência tradicional. A Comissão Internacional de Estratigrafia, que determina a divisão do tempo geológico, formou um grupo para decidir se estamos mesmo no Antropoceno. Seu diretor, o geólogo Jan Zalasiewicz, diz que ainda é cedo para dizer se o termo será formalmente aceito, mas não há dúvida: vivemos em um planeta moldado pela ação do homem.
Segundo ele, para medir o tempo geológico, o tempo é dividido em unidades que duram milhões de anos, baseados em mudanças significativas na história da Terra, como alterações na química planetária e nos animais e plantas. Um exemplo é a mudança da Era Mesozóica, a dos dinossauros, para a Cenozoica, dos mamíferos. Essa passagem foi abrupta, provavelmente guiada pelo impacto de um meteoro. Estamos no Período Quaternário, que tem 2,5 milhões de anos e se caracteriza pelo planeta entrando e saindo de eras do gelo. Dentro desse período, vivemos no Holoceno, que começou com o fim da última glaciação e já dura 11 mil anos - isso, claro, enquanto o Antropoceno não é aceito formalmente.
Essa ideia de que estaríamos em uma nova era não é tão nova assim. Alguns geólogos do século 18 já sugeriam que os humanos estavam causando um impacto tão grande na superfície do planeta que poderíamos estar vivendo uma nova fase. Por muito tempo, eles não foram levados a sério. Isso mudou há 11 anos, quando Paul Crutzen, ganhador do prêmio Nobel de Química, sugeriu o termo Antropoceno. A partir daí, cientistas começaram a usar a palavra em seus estudos, mesmo que de modo informal.
Para mudar o planeta em tão pouco tempo, os humanos têm sido muito efetivos em fazer mudanças na superfície do planeta.
Para alimentar 7 bilhões tivemos que converter uma porção muito grande da superfície em terra de agricultura com plantações.
Grandes cidades que para construí-las, o calcáreo e areia foram transformados em concreto, tijolos e vidro.
Grandes mudanças na biologia: além de causarmos muitas extinções, transportamos animais por todo o planeta, criando o fenômeno das espécies invasoras. É difícil achar outro ser vivo que, sozinho, tenha mudado tanto o planeta. Só há paralelo no Período Cambriano, quando uma nova bactéria começou a transformar dióxido de carbono em oxigênio, mudando toda a atmosfera.
Nós mudamos nossa atmosfera também. Aumentamos a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera em 40% e elevamos a quantidade de outros gases de efeito estufa, como óxido nitroso. Ao criarmos fertilizantes, duplicamos a quantidade de nitrogênio reativo na água e na superfície da Terra. São mudanças químicas bem substanciais. Também alteramos a refletividade do planeta, nossa capacidade de absorver e refletir a radioatividade do Sol. Em resposta a essas mudanças, parecemos estar esquentando a superfície da Terra.
Por enquanto, esse aumento é modesto, mas as previsões dizem que pelo final do século as temperaturas terão subido entre 2ºC a 5ºC. O nível do mar vai aumentar, e também deverá mudar a distribuição de animais e plantas em todo o planeta, que, se não conseguirem se adaptar ou migrar, serão extintos.
Estamos alterando a face da Terra por meio do modo como transportamos pedras e sedimentos. Para construir as cidades retiramos milhões de toneladas de materiais da natureza. Afetamos a sedimentação e a erosão naturais com a agricultura. temos represas construídas em muitos rios, o que segura grandes quantidades de sedimentos que teriam atingido o mar.
O Antropoceno se diferencia de outros intervalos geológicos porque o estamos causando - e ele pode ser altamente danoso ao planeta e a biodiversidade, concluiu o geólogo.

Fonte: Galileu.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário