Força sobre-humana. Olhos que enxergam no escuro. Implantes que dão ao cérebro novas funções - e até um sexto sentido. Sim: tudo isso é real, e já está sendo desenvolvido em Laboratórios de pesquisa.
Estudos recentes indicam que determinados animais, como pássaros, vacas e raposas, têm, sim, um sexto sentido - além de ter visão, audição, tato, olfato e paladar, eles também são capazes de sentir o campo magnético da Terra. As aves migratórias utilizam essa capacidade para se orientar em seus voos pelo mundo. As raposas usam para caçar. E as vacas? É uma incógnita - mas elas apresentam a estranha tendência de, ao pastar, ficarem viradas exatamente para o norte ou para o sul.
E o mais incrível é que, aparentemente, o cérebro humano é capaz de algo parecido. O cientista cognitivo Peter König, da Universidade de Osnabrück, na Alemanha, desenvolveu um cinto com 13 placas sensíveis ao campo magnético da Terra. Sempre que uma dessas placas fica apontada para o norte, ela vibra. É uma espécie de bússola.
Voluntários usaram esse cinto durante 6 semanas. Em pouco tempo, um deles desenvolveu um instinto natural de direção - passou a ser capaz de sempre apontar a direção da sua casa, mesmo em lugares onde jamais esteve e mesmo sem usar o cinto. Ou seja: seu cérebro incorporou, não se sabe como, alguma capacidade de se orientar pelo campo magnético da Terra. O voluntário relatou à revista Wired que "foi meio estranho no início, mas de repente notei que minha percepção havia mudado. Eu sentia que não tinha como me perder, mesmo num lugar completamente novo".
Também há casos de pessoas que implantaram um pedaço de metal em um dedo da mão e se tornaram capazes de sentir o magnetismo emitido por eletrodomésticos (computador, geladeira, etc.). São bons exemplos de como o cérebro funciona: ele é mesmo um computador capaz de aceitar upgrades. Até mesmo algo que poderia ser chamado de "telepatia assistida". O avanço vem de pesquisadores da Universidade de Carnegie Mellon, nos EUA, que construíram um computador capaz de ler pensamentos. Ou quase isso.
A máquina aprendeu a associar determinados pensamentos a padrões de atividade cerebral - e depois de algum tempo, conseguia decodificar o que as pessoas estavam pensando.
O sistema só consegue ler a mente de uma pessoa se ela estiver extremamente concentrada, o que nem sempre é fácil, mas segundo o cientista americano Tom Mitchell, coordenador do estudo, num futuro não muito distante, o seu computador poderá ler seus pensamentos e transmiti-los a outras pessoas.
A flexibilidade é quase infinita. "O cérebro aprende a gerenciar tudo, como se tivesse um braço a mais no corpo", diz o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. Isso significa que o traje do Doutor Octopus, aquele inimigo do Homem-Aranha com braços robóticos, é mais que uma fantasia de quadrinhos. Ele é real. E a armadura do Homem de Ferro também.
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