A história da vida na Terra alterna fases de explosões de diversidade, quando uma imensa quantidade de novas espécies surgem, com períodos de extinções em massa, quando, pela seleção natural, os seres vivos menos adaptados desaparecem para dar lugar a indivíduos mais fortes. No fim do período Triássico, há aproximadamente 200 milhões de anos, os dinossauros reinavam soberanos no ambiente terrestre. Enquanto isso, os oceanos experimentavam uma verdadeira revolução, que resultou em uma das das maiores ondas de extinção da história do mundo marinho, na qual, acredita-se, desapareceu cerca de metade de toda a vida dos mares.
Até agora, acreditava-se que os culpados pelo extermínio de tantos seres aquáticos eram os vulcões, que aumentaram em quantidade e enfrentaram períodos de intensa atividade. No entanto, um artigo publicado recentemente na revista Science afirma que não foram essas chaminés naturais as responsáveis pelo dramático evento, mas um fenômeno bem conhecido da sociedade atual: as mudanças climáticas.
Para os pesquisadores, um rápido aquecimento na Terra causou uma mudança em plantas e micro-organismos, base da cadeia alimentar, levando à morte inúmeros animais.
Para chegar a essa conclusão, especialistas da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, compararam fósseis de seres microscópicos que viviam na região de Atlas, no Marrocos, e nos Alpes, na Suiça. No fim do Triássico, essas áreas eram cobertas de água.
Muitos estudos anteriores já haviam pesquisado esses microfósseis. O que fizemos foi olhar mais a fundo, na estrutura molecular dessas rochas que já foram seres vivos, explica o estudo.
Embora 50% das espécies aquáticas tenham sido eliminadas, as características desse período também ficaram marcads nos seres terrestres.
Por cerca de 20 mil anos, no período, houve uma intensa liberação de carbono na atmosfera, o que gerou um aumento significativo na temperatura do planeta.
Essa liberação sugere que a rápida mudança no ambiente, normalizada em alguns milhares de anos, foi suficiente para ser catastrófica para os oceanos. "Ainda não sabemos o que causou esse fenômeno, mas as mudanças determinadas pelos vulcões demoraram 600 anos para acontecer. Assim, a história é muito mais complicada do que imaginávamos" - explica o especialista alemão, Micha Rhul, líder do estudo
Para ele, a descoberta pode ajudar os humanos a preverem melhor o que deve acontecer na Terra nos próximos milhares de anos: - Considerando a nossa reserva atual de combustíveis fósseis, ainda devem ser liberados na atmosfera cerca de 5 bilhões de toneladas de carbono. Isso pode levar a uma grande ruptura de ecossistemas, com perda da biodiversidade associada..
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