Movimento liderado por brasileiros questiona as regras do acordo que uniformiza a língua portuguesa no mundo.
Desde que foi implantado no Brasil, em janeiro de 2009, o novo "Vocabulário ortográfico da Língua Portuguesa" (Volp) tem gerado muita polêmica por causa das regras com relação à grafia das palavras, especialmente quanto ao uso do hífen. O debate agora vai trocar as salas de aula e reuniões de intelectuais pelos salões da Justiça.
O professor Ernani Pimentel, pesquisador da língua portuguesa há 50 anos e líder do movimento Acordar Melhor, criado com o objetivo de sugerir uma simplificação do acordo, vai entrar com três recursos na Justiça contra o Volp. O primeiro deles chega aos tribunais nesta semana, por meio de uma ação popular pedindo que a oficialização do acordo, prevista para janeiro de 2013, seja prorrogada com a intenção de ampliar o prazo de discussões. As outras medidas são uma ação civil pública e outra de inconstitucionalidade.
O acordo ortográfico surgiu da necessidade de se unificar a língua portuguesa, falada por cerca de 250 milhões de pessoas no mundo. A decisão pretende facilitar o intercâmbio cultural entre os países lusófonos e baratear o mercado editorial.
Em 1990, na capital portuguesa, a Academia Brasileira de Letras (ABL), a Academia das Ciências de Lisboa (ACL) e representantes de países como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe assinaram o acordo, sendo que , em 1993, deveria ter sido publicado o "Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa" (VOCLP), sacramentado por todos os países. Mas em vez de solução, a proposta virou um problema.
Alguns descontentes alegam que a ABL, ao impor o Volp como a voz do acordo ortográfico universalizado, fez alterações no instrumento firmado em Lisboa.
Segundo o professor, a Academia não tem autoridade para isso. Qualquer alteração teria que ser submetida ao Congresso Nacional e essas não foram. Cita como exemplo: as palavras "coerdeiro" e "anistórico" que, pelo documento português, deveriam ser escritos com hífen, mas o Volp brasileiro tirou o sinal e o "h".
A embaixada Portuguesa em Brasília admite que há resistência em Portugal e por isso o novo acordo será implantado em etapas.
A partir de 2012, será adotado pela administração pública portuguesa e a partir de 2015 passa a ser obrigatório em todo o país.
Vamos aguardar os desdobramentos (mudanças?) que virão a partir destas medidas que serão tomadas...ou não.
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